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Shadow of the Tomb Raider – O Legado Croft chega ao ponto máximo | Análise

Se não tiver uma tragédia logo de cara, no começo do jogo, não é Lara Croft! No primeiro jogo, ela sobreviveu a um naufrágio, no segundo, a um atentado contra o carro que alugou, nesta nova aventura, Lara precisa sobreviver a uma queda de avião, ao lado de seu parceiro de todas as horas, Jonah. Eu, como bom fã de Lara Croft desde mil novecentos e guaraná de rolha, preciso admitir que esse reboot da saga, trouxe um novo ar, uma nova perspectiva, tornou algo lindo, em divino. Se Lara Croft já era um ícone, nesta terceira parte de sua jornada, se tornou um ser santificado, épico!

Shadow of the Tomb Raider assumiu todo o peso do mundo, quando se comprometeu em ser melhor que seus antecessores, nos mostrando uma evolução drástica em todos os sentidos. Além dos gráficos e da jogabilidade, o jogo carregava consigo a responsabilidade de mostrar não só um progresso físico, mas também psicológico da nossa amada arqueóloga. Lara cresceu em todos os sentidos, e com isso, cometeu muitos erros e sofreu as consequências deles. Sua transição foi dolorosa, pontuando suas perdas e seus medos.

Nesse jogo, os responsáveis pela nova narrativa, ousaram e foram além, não nos deixaram com o sentimento de estar vendo mais do mesmo. Shadow of the Tomb Raider nos entrega uma história densa, concisa e convincente, trazendo uma experiência surpreendente. Lara Croft se reinventa a cada aventura, e nesta não foi diferente, podemos testemunhar uma atmosfera única, que ficará para sempre eternizada em nossas memórias, pois Lara está com sede de vingança em sua busca por pistas sobre a Trindade.

Depois de ameaçar o mundo em Rise of the Tomb Raider, A Trindade está com seus dias contados, mesmo existindo há séculos. Embora Lara seja muito altruísta e seu objetivo sempre seja o bem geral da nação, ela não perderá uma chance, mínima que seja, de estraçalhar o assassino de seu pai, que foi executado por saber demais. Durante suas investigações, Lara se vê em meio à selva da Amazônia Peruana, enfrentando toda a biodiversidade que ali existe. Jonah, por sua vez, não abandona Lara desde o trauma que sofreram em Yamatai, e por conta disso, assume um papel importante ao lado da heroína, que necessita de um contrapeso, para não passar dos limites, e atravessar uma linha da qual jamais poderá voltar.

O jogo é acolhedor, ele te abraça e te imerge em uma floresta rica em detalhes visuais e sonoros. Embora tenhamos que matar jaguares e quase colocá-los na lista de animais extintos, tudo vale a pena! Flashes de raios solares se esquivam para passar por dentre as folhas das árvores altas e iluminarem a terra, que por sua vez criam um mosaico de cores camufladas, que vão do marrom ao verde do lodo. Todo o ecossistema do jogo funciona em harmonia, pássaros diversos, sapos, vaga-lumes e uma infinidade de insetos enriquecem a trama, enquanto as sonoridades dos rios e das cachoeiras trazem uma sensação de paz e calmaria.

Contrastando a neve e os ursos de Rise of the Tomb Raider, Shadow of the Tomb Raider nos joga na lama, para lutar contra poderosos e elegantes jaguares. É lindo de viver, vocês vão se lembrar dessa frase!

O jogo segue um ritmo interessante, que mantém o jogador imerso por muito mais tempo, não tem espaço para o tédio gente! Diferente do antecessor que se perde levemente do meio pra frente, por conta das missões secundárias um pouco maçantes, Shadow of the Tomb Raider foge dessa receita, e intercala as funcionalidades de forma ampla e equilibrada.
Se Tomb Raider fosse uma música, seria “TIRO PORRADA E BOMBA”, pois ele é um pacote de emoções, seja por conta ação, exploração ou das escaladas. Lara está mais hábil e perigosa, utilizando a lama para se camuflar e tirar vantagem dos inimigos, assim como também se esgueira por paredes cobertas de vegetação, que unidos aos arbustos dos cenários, permitem um sistema stealth impecável. Uma das coisas mais bacanas do jogo pra mim é a “Garra da Águia”, que permite que a Lara elimine os inimigos do alto das árvores.

Mantendo os inimigos pendurados como bonecos, os outros NPCs reagem, as movimentações mudam, eles se comunicam entre si, dificultando a premeditação de acontecimentos. É a forma que conseguimos perceber como a inteligência artificial evoluiu de forma gritante. Formas de estratégias, como utilizar a flecha aterrorizante envenenada, são bastante úteis durante a jogatina, e você vai adorar ver os inimigos perdendo a sanidade e distribuindo tiros pra todo lado, a ponto de matar seus companheiros.

Lara Croft faz jus ao seu nome, indo de mocinha sofrida do naufrágio, para mercenária que se criou sozinha e levantou um legado, se tornando uma heroína exemplar, que apesar dos tropeços humanos que dá no decorrer de sua luta, ainda consegue dar a volta por cima e mostrar que só pensa num bem comum. Essa transição que Lara sofre de 2013 pra cá, é sem sombra de dúvidas, a coisa mais linda que já vi num game. Por isso afirmo: Joguem Shadow of the Tomb Raider, pois será uma experiência única, em todos os sentidos. Lara definitivamente chegou ao ponto que todos queriam: a badass que ela nasceu pra ser!

Shadow of the Tomb Raider é um jogo 10/10 pra mim!

Shadow of the Tomb Raider

10

Nota

10.0/10

Positivos

  • Stealth aprimorado
  • Trilha sonora
  • Cenários de tirar o fôlego
  • Transição densa

Negativos

  • Esqueceram-se de criar um botão de cover.

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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