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The Messenger – Muito mais que o nome aparenta | Análise

The Messenger é um jogo de ação e aventura, desenvolvido pela Sabotage Studios e publicado pela Devolver Digital no PC através da Steam e Nintendo Switch, para os jogadores mais experientes as similaridades com títulos como Ninja Gaiden e Shinobi é um agrado a parte trazido pelo game.

Toda a jornada começa em um vilarejo isolado no fim do mundo.

O jogo se passa num mundo que foi dominado pelos demônios, a raça humana foi praticamente dizimada e apenas alguns sobreviventes se refugiaram em um ponto isolado do mundo, onde passam os dias treinando para o momento em que uma nova horda de demônios volte ao planeta, mas existe uma esperança, um guerreiro lendário é aguardado para liderar e libertar todos das trevas, além de guiar um jovem mensageiro que deve carregar o pergaminho até o alto das longínquas montanhas a fim de cumprir a profecia.

Ao longo do jogo vamos encontrar esses portais, que servem como checkpoint e também acesso à loja

Como vocês já podem imaginar o nosso protagonista é exatamente o mensageiro, um jovem ninja que após anos de treinamento se cansou de esperar pela profecia e decide tomar uma atitude, ao ser convocado pelo mestre do vilarejo e ver todos seus conhecidos morrerem, sendo o único sobrevivente ao ataque, recebe a visita do guerreiro lendário que lhe entrega o pergaminho e da ao nosso personagem a missão de chegar até o topo da montanha.

Os cenários são bem trabalhados e relembram os jogos de 8Bits

Durante nossa jornada outros personagens vão aparecendo, e o clima que poderia ser só de desafio e tensão por conta da temática do jogo acaba sendo suavizado por esses participantes na história, dois são mais presentes, aos quais vou dar mais atenção, primeiro o comerciantes da loja de melhorias e armas, ele é hilário, as conversas com o nosso ninja quase sempre são de bom humor e muito sarcasmo, mas não pense que ele não te de informações importantes, ele da sim, principalmente sobre chefes e sobre aquela área nova que você está explorando, mas nunca sem um pouco de humor negro, e já que o assunto é humor negro, nada supera o nosso querido Sofismuto, o demônio pessoal que nos salva a cada morte cometida ao preço de alguns frascos de luz que são coletados durante o jogo, e sério, Sofismuto merece muita atenção, cada vez que você morre ele tem um comentário bem legal sobre sua morte, sério, você vai rir, com ódio, mas vai rir.

Está é loja onde é possível fazer melhorias ou apenas bater um papo bem filosófico

 

Nosso personal demônio ‘Sofismuto’ acompanha nossa jornada à espera do seu pagamento após uma morte

 

A jogabilidade de The Messenger lembra muito a dos jogos citados anteriormente, mas não pense que não existem novidades ou melhorias, nosso ninja pula, corre, da espadada e solta shurikens, mas já de começo somos ensinados ao salto duplo, usando apoio, ou seja, quando você salta por uma base como uma lamparina ou um inimigo, e consiga dar uma espadada no ponto exato é possível dar um segundo pulo, isso é de extrema importância no game, mas não é nada complicado como possa parecer ao ser lido, além disso, ganhamos melhorias conforme o jogo evolui, elas se dão de duas formas, a primeira é comprando com o vendedor, que melhora nossa força, ataque, defesa, preço a ser pago ao Sofismuto e coisas do tipo, a segunda forma é recebendo desse mesmo vendedor equipamentos que dão novas habilidades ao mensageiro, como a possibilidade de escalar paredes, uma roupa especial para planar e um gancho que auxilia a mover de forma rápida de um ponto ao outro com o uso de alças ou a troca de paredes, às vocês durante o jogo você vai se confundir justamente pelo uso exagerado e a rápida troca que é necessária de uma habilidade pela outra e ai, quase sempre, é morte na certa, mas fique tranquilo, Sofismuto vem te salvar, mas não sem antes lembrar de como você é um inútil que morre a todo instante hahah.

 

A habilidade de planar se torna muito necessária no decorrer do jogo.

 

Um dos pontos que mais me chamou atenção em The Messenger, além é claro da temática do jogo em si, foi a forma proposta pela Sabotage Studios que trouxe de volta a nostalgia de Ninja Gaiden no Nintendinho e mesclou de forma magistral com o que existia em Shinobi no Mega Drive, mas isso não é apenas na jogabilidade ou no tema, o jogo tem uma troca entre 8 e 16Bit, fazendo com que todo o mundo mude de um estilo para o outro, uma mesma área, cenário de fundo, inimigos, chefes e até as músicas mudam de acordo com o período de tempo que você está, isso é sensacional, eu que sou viciado em uma boa trilha sonora chiptune simplesmente amei o fato do jogo fazer isso e me dar a chance de ouvir duas variações do mesmo tema, uma no estilo do NES e outra uma mescla entre o que o Super NES era capaz de fazer, mas com um som mais metálico e de chip mesmo presente no Mega Drive, algo que se aplica também aos gráficos como falei acima, o jogo muda de visual para representar a mudança de bits, algo muito legal.

O cenário Bamboo Boogaloo em 8Bits

 

Bamboo Boogaloo em 16Bits em comparação, um dos melhores cenários e música tema do jogo.

Tenho alguns pontos que gostaria de citar sobre o game antes de encerrar esse texto, vamos la, primeiro, The Messenger pra mim foi um jogo muito fácil de começo, realmente, demorei a ver o Sofismuto, e ainda assim, vi poucas vezes, até mesmo nos três ou quatro primeiros chefes, mas depois a curva de dificuldade da um salto tremendo e muito rapidamente, tanto nos chefes como nos cenários, segunda coisa, o jogo depois de um tempo tem um estilo Metroidvania, mas só muito lá na frente que é possível retornar aos estágios já concluídos para a coleta de itens, isso é um pouco incomodo, terceira coisa, o trabalho de localização e legenda que a Devolver fez para o Brasil é maravilhoso, como já falei algumas vezes anteriormente a conversa dos personagens é muito engraçada, lógico que no texto original em inglês também era, mas ver tudo isso em nosso idioma deixa tudo mais fácil e abrangente para o nosso publico, e por fim acho que mesmo que o nome case bem com a proposta, o jogo tem tantos pontos bons que mereceria algo menos genérico, não que isso tire o brilho deles, mas… Acredito que The Messenger consiga sim cumprir sua proposta de ser um sucessor e até mesmo um novo game no estilo que foi tão consagrado nas gerações 8 e 16Bit e merece sua atenção, vale a pena jogá-lo.

The Messenger

9.5

Nota

9.5/10

Positivos

  • Desafiador e divertido
  • As conversas são muito engraçadas
  • A mudança de 8 e 16Bits é maravilhosa

Negativos

  • A curva de dificuldade é inconsistente
  • A opção de poder voltar aos cenários só muito adiantado no jogo

Saulo Fernandes

Publicitário de formação, editor do Gamers & Games desde 2015. Gosto de jogos de exploração, aventura e corrida, comecei a jogar no Master System, mas o meu console queridinho até hoje é o GameCube.
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