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The Quiet Man: sem barulho nenhum. Confira nossa análise.

Analisado no PlayStation 4

 

“The Quiet Man” foi um dos jogos que esperamos muito aqui na redação desde que foi apresentado pela Human Head Studios e pela Square Enix na E3 deste ano.

O jogo se mostrou muito ambicioso, onde teríamos um filme que passaria para um jogo, algo que nos pareceu, dentre tantas coisas iguais vistas no mercado, como inovador e muito interessante. Mas infelizmente isso ficou apenas na teoria.

O jogo nos traz a história Dane, um protagonista mudo, algo muito interessante no mundo dos games, e que está a procura de vingança de acontecimentos de seu passado e o esclarecimento de um sequestro de uma cantora. Mas o jeito que isso acontece é muito confuso e acaba ficando difícil do jogador entender os acontecimentos.

É que a proposta do estúdio era que realmente estivéssemos na pele de uma pessoa surda, onde não ouviríamos as outras pessoas. O que poderia representar uma imersão, acabou sendo apenas cenas onde não escutamos o que está sendo falado, ouvindo apenas um leve zumbido de fundo e deixando o jogador completamente perdido na história.

Lógico que podemos até perceber algumas coisas através das expressões dos personagens ou até mesmo através dos sinais que eles fazem, mas não houve uma preocupação de realmente passar ao jogador uma maneira onde a história ficasse completamente clara. Isso faz com que, depois de poucos minutos, não nos interessarmos mais em tentar entender tudo aquilo, apenas em jogar. Para ser sincero, até é complicado em entender o final do jogo pelo tanto que acabou sendo confuso sua narrativa.

Para solucionar isso, foi lançado, uma semana após a chegada do game, um DLC que ativa as vozes, mas para que isso aconteça, você precisa obrigatoriamente terminar o jogo nas condições que citamos acima.

Isso melhora a narrativa? Claramente que sim, mas aí já demonstra o erro do estúdio. Com todos os problemas anteriores, dificilmente o jogador irá querer passar tudo isso novamente. Aqui terminamos a primeira vez o jogo em mais ou menos 3 horas. Mas é bom deixar claro, com as vozes ficou muito mais fácil para entender, mas mesmo assim, a história acabou se demonstrando bastante fraca e confusa.

Jogar também não é algo fácil. Após sair das fases de cinema, caímos no gameplay, que literalmente vira um jogo de luta. Sim, repetidamente enfrentaremos inimigos, onde nosso objetivo é realmente dar porrada nos adversários. O problema é que, apesar de uma mecânica simples, ela não funciona como deveria, principalmente quando temos vários adversários, ficando difícil de acertar os golpes neles, além de ser ainda mais difícil conseguir desviar de golpes recebidos. Outro problema é que não existe combos nem uma evolução dos golpes ao decorrer do jogo.

A melhor parte do jogo, disparado, é a parte cinematográfica, onde os atores reais se contracenam, porém, sempre tem um porém em “The Quiet Man”, percebemos que faltou uma melhor direção nas cenas. Elas até tem uma boa direção de arte, mas que se perdem em atuações bem medianas dos atores. Todo o clima de mistério e ação que o jogo se propõe, se perde nessas atuações, acabando não se conectando entre as cenas reais e o de jogo propriamente dito. Outro detalhe bem relevante é que infelizmente é fácil perceber que os personagens reais são bem diferentes do game, ajudando ainda mais a distanciar “The Quiet Man” de qualquer tipo de imersão.

Ficamos triste em ver um jogo assim não dar certo. Sentimos que a ideia era boa, mas que foram tomados caminhos errados. Sabemos que o jogo foi produzido por uma equipe pequena e não é um jogo triple A, mas muitos destes erros poderiam ser evitados facilmente.

Um ponto a se pensar em jogos deste tipo, é que quando queremos passar uma realidade, a diferença de gráficos do real para o jogo não pode ser tão grande. Além disso, a forma de contar a história deve ser sempre inovadora sim, mas clara e interessante.

Esperamos que tudo isso sirva de aprendizado e que futuramente possamos ver ideias assim serem longamente elogiadas. Infelizmente ainda não foi desta vez.

The Quiet Man

4

Nota

4.0/10

Positivos

  • Ideia inovadora
  • Legendas em português
  • Direção de arte das cenas reais

Negativos

  • História confusa
  • Jogabilidade repetitiva e truncada
  • Gráficos fracos
  • Interpretação ruim dos atores

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.
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