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Call of Cthulhu – Consistente e intrigante | Análise

Analisado no PlayStation 4

 

Tendo como inspiração, um jogo de tabuleiro que leva o mesmo nome de um conto de terror, Call of Cthulhu apresenta uma obra consistente e intrigante, numa narrativa executada com fundamento e precisão. Call of Cthulhu é uma homenagem delicada, que infelizmente não teve o investimento ideal, o que acaba refletindo na qualidade de animação e em alguns momentos do jogo. Mas nada que tire o brilho do mesmo.

 

 

A história acompanha Edward Pierce, um ex-veterano da primeira guerra mundial, que está trabalhando como detetive particular. E como todo bom ex-soldado, ele sofre de problemas relacionados ao alcoolismo e crises de stress pós-traumático e isso já fica nítido no começo do jogo, o que acaba nos apresentando um personagem sem tato com o mundo em um sentido geral, buscando algum sentido na vida, dentro de um copo de uísque. Em certo momento, um estranho bate em sua porta pedindo ajuda, implorando que Edward resolva um caso incomum. O caso é sobre a estranha e repentina morte da família Hwakings, que foi dada como acidental, mas nós que somos muito Sherlock Holmes já sabemos que tem vários segredos e mistérios por trás disso. Inclusive, esse sentimento se intensifica acerca da esposa, Sarah Hwakings. Sarah é uma pintora famosa e extremamente talentosa, mas suas habilidades interagem com o oculto, em obras góticas, cheias de criaturas macabras que causam mal estar, só de olhar. Uma de suas obras servirá de ignição para uma investigação mais profunda.

 

 

Ao aceitar o caso, Edward viaja para Darkwater Island, uma ilha praticamente abandonado aos arredores de Boston e que se mantém basicamente com recursos adquiridos da caça de baleias. Os habitantes como é de se esperar, não são amigáveis com turistas, quem dirá com detetives. Assim que chega a Darkwater, Edward começa a trabalhar em torno da morte da família Hawkings, pegando depoimentos dos moradores, ele vai se aprofundando na história, enquanto se dirige à mansão onde família morava. Assim que chega à mansão, já dá pra ver que tem algo estranho com o lugar. Então, nosso detetive começa a se envolver num redemoinho de loucura e ocultismo, que estão densamente ligados à família.

Cada conversa com os envolvidos, cada mistério descoberto, cada pista resolvida, só nos dá uma certeza “Algo está bem estranho aqui”, o que dá ao jogador um sentimento de imersão constante, dando aquela sensação de estar sendo observado o tempo todo. Toda essa atmosfera, deixa a narrativa de Call of Cthulhu muito sólida, entregando um game investigativo como tem que ser! Mas infelizmente, toda essa imersão acaba sendo comprometida com animações sofridas e pouco trabalhadas, com imagens faciais inexpressivas, com uma sincronização labial bem fora de ritmo. Outro ponto negativo, é que os dubladores de alguns NPC’s fizeram o serviço com má vontade, sem interpretação.

 

 

Edward possui habilidades distribuídas, como psicologia, força, medicina, dentre outros. Cada um deles ajuda o player a investigar todos os mistérios do jogo. Como se trata de um game investigativo, não espere tiro, porrada e bomba, o jogo se resume em conversas com NPC’s, que visam entender o que está rolando na ilha. As mecânicas fluem bem e não geram desconforto ou estranheza na hora de aplicar os comandos. O meu conselho é: Não crie expectativas, comece o jogo com um pensamento neutro, pois foi investido pouco dinheiro e com isso o orçamento não é comparável com os games que estamos acostumados.

 

 

Na minha humilde opinião, o jogo é uma grata surpresa, apresentando uma narrativa investigativa nua e crua. O jogo consegue imergir o player em sua execução, transmitindo emoção, mistério e suspense. O protagonista é dotado de clichês do gênero, mas não deixa a desejar. Então, num modo geral é um bom jogo, que poderia ser ótimo, caso houvesse investimento. Vale a pena e quem sabe, um dia, entre para uma lista de jogos de baixo orçamento que valem a jogatina.

Call of Cthulhu

8

Nota

8.0/10

Positivos

  • Boa narrativa

Negativos

  • Animações pobres

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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