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Devil May Cry 5 – Um grandioso retorno da série | Análise

Analisado no Xbox One X

 

Durante o inicio dos anos 2000 a Capcom era uma verdadeira máquina de lançar sucessos e novos títulos, na época um acordo com a Nintendo trouxe o remake de Resident Evil, depois o lançamento de Resident Evil Ø, Viewtiful Joe, P.N.03 (Product Number 3) e terminaria com o lançamento de Resident Evil 4 como um exclusivo para o GameCube, mas durante o desenvolvimento do mesmo muitas ideias foram propostas e descartadas, uma delas talvez não servisse ao survival horror, mas serviria para o lançamento em 2001 de um jogo exclusivo para o concorrente PlayStation 2, jogo esse que se tornaria Devil May Cry!

 

Nero está de volta!

 

Muitos anos se passaram e depois de 4 títulos e uma Tentativa de reboot a Capcom chega em 2019 em um novo momento de auge, depois de grandiosos lançamentos como Resident Evil VII, Monster Hunter World e o remake de Resident Evil 2 agora é a vez de Devil May Cry retornar em toda sua glória, para aqueles que não conhecem a série, DmC 5 como é conhecido trata-se de um jogo de ação hack’n’slash em terceira pessoa, recheado de golpes e combos rápidos, foi desenvolvido e publicado pela Capcom em 08 de Março de 2019, com versões para PlayStation 4, Xbox One e PC.

 

 

Os acontecimentos em Devil May Cry 5 se passam anos após DmC 4, jogo em que fomos apresentados ao Nero, personagem que dividiu o protagismo com Dante naquele título, aqui isso permanece, a história começa no momento em que seu braço demoníaco é arrancado a força e a Yamato é roubada por um ser desconhecido, na sequência o mesmo usa a espada para abrir um portal e deixa Nero caído no chão, que após ser sorrido por Nico parte em busca de vingança contra o Rei dos Demônios que está invadindo o mundo com o uso das raízes da Qliphoth, ao chegar até o trono do rei ele se depara com Dante já travando uma batalha e junto com o misterioso V, na primeira tentativa de luta as coisas não saem como o planejado e os três juntos partem em busca de uma solução para o problema.

 

Nico é a parceira de Nero na empresa itinerante Devil May Cry

 

Um ponto muito válido antes de começar a jogar é assistir ao vídeo que a Capcom preparou sobre a história dos jogos, contanto sobre a luta de Sparda contra o rei Mundus, a batalha dos irmãos Dante e Vergil e como e porque Nero tem o braço demoníaco, é uma boa forma de relembrar ou ficar por dentro dos acontecimentos dos jogos.

 

Como Nero não conta mais com o “Devil Bringer” (seu braço demoníaco), Nico cria para ele próteses com poderes especiais chamadas de “Devil Breakers”, cada uma com poderes e habilidades especiais, abrindo um grande leque de possibilidades, essas próteses ainda conseguem ter o poder de agarrar e puxar os inimigos da mesma forma que o braço demoníaco fazia, falando em Nico, ela é uma das melhores adições da série, é engraçada, divertida, não tem travas na língua, fala o que pensa e não importa pra quem seja, é ela quem cria as armas mais insanas para Nero e os demais personagens.

 

O canhão do Mega Man é um dos Devil Breakers que a Nico cria para o Nero

 

Como é bom ter Dante jogavel de forma plena novamente, ele aparece em DmC 4, mas o tempo de campanha com ele é extremamente curto, aqui não, Dante está de volta com todo o seu grande aparato de golpes, combos e armas, e ele é ágil como nunca, ao contrário de Nero que parte em busca de vingança por conta de seu braço arrancado, Dante foi contratado para destruir Urizen pelo misterioso V, um ser estranho e todo tatuado que tem o poder de invocar três demônio, o Griffo que pode falar e ataca soltando raios, a Sombra que quase sempre arrume a forma de uma pantera, é extremamente forte e rápida podendo assumir a forma que desejar e por fim, mas não menos fraco o Pesadelo, um gigante extremamente poderoso que luta por conta própria por um curto período do tempo, além deles, Lady, Trish e J.D. Morrison estão de volta, mas não tem um papel tão profundo na trama.

 

V pode invocar demônios para lutar

 

A jogabilidade permanece muito parecida aos jogos originais, e isso é algo bom, Orbs vermelhos servem como moeda de troca desta vez, são usados na compra de itens, melhorias e no caso de Nero, de “Devil Breakers”, as Orbs verdes curam, as brancas recarregam o poder demoníaco, as azuis se coletadas 4 partes aumentam a vitalidade, as roxas aumentam a capacidade do poder demoníaco e as douradas são capazes de reviver com todos os atributos no máximo!

 

Algo que pode ser notado facilmente em Devil May Cry 5 é a diferença dos inimigos, se nos jogos anteriores eles pareciam seres humanoides sem muita personalidade própria, agora tudo é mais focado em insetos gigantes, dando uma efeito mais grotesco e nojento ao jogo, além é claro, de características próprias e estilos de combates variados contra cada um deles. As batalhas contra chefes também é um elemento que ganhou melhorias nesse jogo, sendo mais variada e com propostas distintas de um para outro, no quesito exploração o jogo é bem amplo, quase sempre existe uma parede falsa ou um caminho alternativo que leva a algum item, algo que senti pouco uso foi de puzzles para solucionar e dar continuidade ao jogo, poucas áreas eram fechadas sendo necessário explorar para conseguir a passagem, e ainda assim, muitas vezes a solução era extremamente simples, bastando apensas jogar mesmo.

 

Dante é novamente um dos protagonistas do jogo.

Se tem uma coisa que a Capcom provou com alguns de seus últimos lançamentos é a qualidade do motor gráfico proprietário da empresa, o RE Engine, algo que está deixando de ser comum nos jogos atuais, onde engines como a Unreal e Unity dominam cada vez mais os jogos, tudo em Devil May Cry 5 é bem modelado, bem iluminado, os personagens são sem dúvidas um dos mais bonitos e bem feitos nos jogos atuais, a textura da pele, as roupas e até mesmo a barba dos personagens é de um nível de realismo impressionante, e o melhor, o jogo roda numa estabilidade de quadros impressionante, quase não notei engasgos na execução dele rodando em 4K num Xbox One X.

 

 

A trilha sonora do jogo é boa, nada especial, destaque para a música Devil Trigger, o jogo está todo legendado e têm os menus em português do Brasil, ele conta ainda com um grande número de informações e customizações na versão Deluxe, como troca de roupas, trilha sonora alternativa e a possibilidade de ver as cenas do jogo com atores ao invés das originais.

 

 

Mas nem tudo é perfeição, mesmo que seja quase, algumas coisas são meio chatinhas, primeiro de tudo, pra quase tudo tem loading, saiu da missão, loading, passou a cutscene, loading, entrou na personalização, loading… Pelo menos durante as missões não existe nada de carregamento, outro ponto é que o jogo acaba sendo curto e um pouco fácil no modo humano, que seria equivalente ao “normal”, então se você for experiente na série e quiser mais desafio pode começar direto no modo Demônio.

 

O misterioso V

 

E para encerrar, Devil May Cry 5 cumpre todas as expectativas que foram colocadas em cima dele, após o grande lançamento de RE2 Remake em janeiro a Capcom mostra que está de volta com força total e entrega um jogo divertido, desafiador (do demoníaco pra cima), que trata de forma respeitosa a história dos irmãos filhos de Sparda e preenche lacunas deixadas por jogos anteriores de forma convincente, extremamente recomendável!

 


 

Confira nossa live de Devil May Cry 5:

 

Devil May Cry 5

9.5

Nota

9.5/10

Positivos

  • História é bem feita
  • Jogabilidade é excelente
  • Os gráficos são lindos

Negativos

  • A dificuldade no modo Humano é baixa
  • Isso faz o jogo ficar curto

Saulo Fernandes

Publicitário de formação, editor do Gamers & Games desde 2015. Gosto de jogos de exploração, aventura e corrida, comecei a jogar no Master System, mas o meu console queridinho até hoje é o GameCube.
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