MADiSON – Tensão constante e muitos sustos na penumbra | Análise
Os desenvolvedores de Madison orquestraram um enredo muito convincente e que possivelmente não funcionariam em um título qualquer
Analisado no PlayStation 5
Madison, desenvolvido pela Bloodious Games e publicado pela Perp Games está disponível para Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC desde 7 de julho deste ano é um enigmático e assustador título de terror psicológico que merece sua atenção.
Em 12 de agosto de 2014 a comunidade gamer e principalmente os donos do PlayStation 4 foram surpreendidos com um teaser game de P.T o qual tinha como principal criador, Hideo Kojima e com apoio do cineasta Guillermo del Toro.
Com ambientação realista, sensação de tensão e escuridão P.T determinou um novo rumo aos games do gênero e agora em Madison, não é diferente.
Madison tem seu inicio de forma misteriosa em uma casa literalmente tenebrosa, com ar de mal assombrada o que faz com que o jogador tenha a sensação de imersão inquietante logo nos primeiros minutos de gameplay. No papel de Luca, um adolescente de 16 anos que com uma câmera Polaroid, fruto de um leilão nada convencional, não demora a perceber que o item em si é amaldiçoado.
A família Madison foi brutalmente assassinada e inúmeros relatos entre cartas, jornais e noticiários de TV estão espalhados pela casa, fazendo com que o jogador vivencie a conta gotas esse trágico incidente bem como o que há por traz da câmera Polaroid.
Não bastasse o ambiente assustador, Luca começa a ser perseguido por uma entidade demoníaca que o força psicologicamente a finalizar um ritual macabro. Símbolos diabólicos pintados com sangue, velas e outros adereços fazem parte do cenário ritualístico.
De forma interativa a câmera Polaroid deve ser usada para desvendar segredos que estão em todos os cantos da casa, tais como senhas para acessar cofres da família Madison ou até mesmo “provocar” a entidade espiritual. Luca está preso neste ambiente sombrio e o uso da máquina fotográfica se faz fundamental pois seu flash ilumina locais propositalmente escuros e aqui fica um alerta: luz e entidade espiritual não combinam e sustos no melhor estilo teste para cardíacos podem acontecer de um jeito bem inesperado.
O primeiro destaque está para os efeitos sonoros, visto que barulhos de portas abrindo, sons de passos, sussurros acompanhados de um silencio de causar calafrios, garantem ao jogador aquele jumpscare memorável.
Aproveitando toda a atmosfera, os desenvolvedores de Madison orquestraram um enredo muito convincente e que possivelmente não funcionariam em um título qualquer e isso se vale pela forma em que a mesma é descrita. Luca tem a sua frente um emaranhado de fotos, quadros, cartas e símbolos que o levam ao crível desfecho da família e os puzzles estão presentes para compor a narrativa.
O título conta com puzzles interessantes, sejam através de inserir um item especifico em algum móvel da casa para revelar informações importantes da história ou até mesmo tirando fotos, iluminando o local para descobrir outras áreas de acesso. Com isso, a curiosidade em adentrar ainda mais pelos quartos ou corredores sombrios passam a ser instigantes, porém contém algumas falhas.
Encontrar um cofre o qual pede uma combinação de senha seria algo normal se não fosse o fato de que em Madison, tudo é muito detalhista e pode ocorrer do jogador não se atentar as pistas deixadas pelo game e empacar com os quebra-cabeças, deixando a experiência longa ou até mesmo desestimulante.
A jogabilidade em primeira pessoa casa perfeitamente com o que é proposto, mas a lentidão do personagem e sua movimentação desengonçada em certos momentos causam estranheza o que não atrapalha, mas fica evidente a falta de atenção em um aspecto tão importante para a jogabilidade. Os comandos são simples contando com a movimentação básica de qualquer título em primeira pessoa e os botões de ação, pois o abre e fecha de portas, gavetas são constantes.
Graficamente, é impressionante o quanto a falta de iluminação pode causar tanto medo e incomodo sendo necessário aqui dar os parabéns para equipe de direção de arte do game. Há momentos em que a penumbra misturada com o ranger dos cômodos da casa e os sussurros realmente trazem uma tensão pouco vista em games de terror.
Em resumo, a Bloodious Game fez um ótimo trabalho em Madison ao qual não deve em nada aos games AAA do mesmo seguimento. Infelizmente 5 horas são suficientes para finaliza-lo, mas isso não tira seu brilhantismo nem tão pouco a imersão do jogador que terá inúmeros momentos assustadores para testar se o coração está em dia.