
Analisado no Nintendo Switch
Após muitas polêmicas nas versões base (Pokémon Scarlet e Pokémon Violet), a extensão “The Hidden Treasure of Area Zero” foi finalmente lançada no dia 13/09/2023, primeiramente com a wave intitulada “The Teal Mask”. Prometendo Ambientação localizada em um vilarejo longe das grandes cidades e com um plot misterioso, a relação custo x benefício mais uma vez parece assustar os jogadores e é por isso que viemos com mais essa review.
Tudo começa quando você é selecionado para um curto intercambio para a região de Kitakami, onde guiado por uma professora da Blueberry Academy, recebe tarefas que envolvem visitar pontos chave da região e conhecer mais da sua cultura e das suas lendas. As tarefas acontecem em duplas, então será necessário interagir com dois estudantes locais e com isso se aventurar pelos diferentes ambientes dessa jornada.
Indo direto ao ponto, a jogabilidade é linear e não houve milagre nenhum com relação à performance ou aos aspectos estéticos do jogo: tudo está exatamente como antes. Talvez a tentativa de imersão nessa atmosfera de vilarejo com festival tradicional suavize um pouco a falta de capricho com a modelagem do cenário, por exemplo. Por outro lado, algumas coisas funcionam bem como um conjunto. Pelo menos para mim não foi um esforço hercúleo deixar de reparar nos defeitos e me afundar na aventura proposta, além de que a trilha sonora me cativou em muitos momentos.
Apesar de haver algumas batalhas ao longo da campanha, essas claramente não foram as prioridades dessa wave: elas aconteceram somente quando extremamente necessárias para o desenvolvimento da história, e o nível dos Pokémon adversários sempre por volta de 60. Obviamente, para a grande maioria dos jogadores, que já terminou a jornada principal, será necessário usar algum time especificamente pensado para Kitakami se quiser de fato aproveitar algo dos confrontos. Caso contrário, será aquela avalanche de apertar A freneticamente e derrotar todos os oponentes com um só golpe.
Sem dar spoilers sobre o que te espera, podemos dizer que de alguma forma a história é até bem cativante e divertida, além de que o protagonista, o Pokémon ogro mascarado Ogerpon é bastante carismático. Também não podemos passar batido na mecânica diferenciada da troca de máscaras desse bichinho, que o torna bastante versátil e um bom candidato para estar sempre no seu time.
A expansão da pokedex me foi bastante decepcionante, já que poucos monstrinhos novos foram adicionados e o retorno dos que não estavam em Scarlet & Violet ou Sword & Shield já não me empolgam tanto. Para fazer valer a imersão me surpreenderia uma região completamente nova com Pokémon majoritariamente novos e com movimentos e mecânicas inovadores. Sem isso, fica aquele eterno “mais do mesmo” que não agrada nem a gregos nem a troianos…. Não tem todos os Pokémon que a galera curte usar, mas também não tem muitas novidades, então no fim das contas está todo o mundo insatisfeito em algum grau.
Os personagens com os quais você precisa interagir colocam algum tempero na sua estadia em Kitakami: não sendo necessariamente receptivos ou fáceis de lidar, eles quebram o estereótipo do rival, parceiro ou NPC “bonzinho” e camarada. Muitas vezes podem parecer exagerados no temperamento, mas faz sentido quando você se lembra que são pré-adolescentes, e no fim das contas, os diálogos com eles te tiram da mesmice de outrora.
Também é necessário dizer que me irrita um pouco a incapacidade de entrar em lugares (tirando cavernas) e ter que ficar o tempo todo vagando só pela natureza e pelo lado de fora dos prédios/estabelecimentos. Esse fator com certeza poderia ter voltado nas extensões para agregar profundidade à trama, incluindo mais detalhes da história e elaborando ainda mais a ambientação.
Um novo “feature” da wave “Teal Mask” foi o mini game tradicional de Kitakami, Ogre Oustin’, que consiste em correr atrás de balões de cores específicas e entregá-los em pedestais antes de serem atacados por Pokémon selvagens, é até interessante e divertido, apesar de te entediar rapidamente: você se empolga no início, mas a repetição é cruel e te faz voltar ali só para acumular os prêmios, que são mochis bastante úteis para treinar os EV´s dos Pokémon, sendo a lacuna que faltava para quem foca em especializar seus monstrinhos para uma abordagem mais competitiva.
No geral, o produto acaba se aprofundando no nicho “pokémaníacos”: se você é fã e quer investir em uma nova história, provavelmente vai se divertir se for de peito aberto, mas os fios soltos deixados desde a versão base tornam o preço de R$174,99 bastante salgado. A segunda “onda” de conteúdos, intitulada “The Indigo Disk” está com lançamento anunciado para o dia 30 de abril de 2024, dessa vez com foco em batalhas, porém o fato de o jogo base não ter uma battle tower ou uma Liga decente onde você pode treinar ou testar estratégias e conteúdos assim só virem (talvez) em uma extensão paga (e cara), irritam bastante quem espera algo da franquia, mas isso é assunto para outro texto… É aquilo, quem sempre jogou e acabou comprando o conteúdo extra pode até não se arrepender, mas também não vai ter os olhos brilhando de empolgação.
Pokémon Scarlet & Violet The Hidden Treasure of Area Zero
Positivos
- História prende sua atenção
- Ambientação te faz sentir realmente em um intercâmbio
- Trilha sonora bem gostosinha
- Ogerpon bastante carismático e com mecânicas interessantes
Negativos
- Conteúdo caro
- Falta de mudanças em relação à performance ou estética
- Adição de campanha curta de mais ou menos 3,5 horas de duração.
- Poucas novidades foram incrementadas