Tainted Grail: Conquest – Um roguelike raiz | Análise

Tainted Grail: Conquest é difícil, o jogo não pega na mão e não te ajuda.

Analisado no PC


Tainted Grail: Conquest é um card game, roguelike com elementos de RPG, desenvolvido e distribuído pela Awaken Realms Digital é lançado para PC em 27/05/2021.

Tainted Grail é um card game que se diferencia dos outros, o título traz uma abordagem roguelike, gráficos em 3D e uma história interessante, contudo a dificuldade é alta e quando aliada com os elementos rogue, o resultado é um ciclo frustrante de vida e morte onde dependemos quase que totalmente da sorte.

2020 pôde ser considerado o ano dos jogos roguelike, pois tivemos no ano passado vários lançamentos com jogabilidade e elementos baseados neste gênero. Se continuarmos neste ritmo, este ano poderá ser considerado o ano dos “card games roguelike”, pois temos até o momento vários lançamentos e Tainted Grail é mais um neste monte.

Jogos roguelike são produzidos em grande maioria por estúdios indies e geralmente por causa do orçamento limitado, estes jogos são feitos com gráficos simples, arte cartoon e pouca ou nenhuma dublagem. Tainted Grail chega tentando se diferenciar dessa maioria, o jogo traz gráficos em 3D, uma história interessante, dublagem para praticamente todo o texto e uma bela trilha sonora.

Nessa aventura roguelike nós iremos acompanhar a jornada de um herói que caiu em combate e foi parar em um mundo paralelo. Preso “entre o céu e o inferno”, o herói tem uma chance de restaurar seu corpo, sua vila e todos que perdeu, mas o caminho não é fácil. A história é interessante e a trama vai se desenrolando na medida em que você explora, completa missões e encontra novos npcs. O diferencial neste ponto é que apesar de termos muito texto, praticamente tudo está dublado (em inglês) o que diminui bastante o estresse da leitura.

A jogabilidade é um mix de exploração e card game, o mundo fora da vila está cercado por uma névoa e o jogador tem de usar tochas para iluminar o caminho e desviar de perigos. O combate é completamente feito através de um jogo de cartas, temos cartas de ataque, defesa, efeitos especiais e o jogador precisa se adaptar e pensar em quais cartas irá jogar a cada turno.

Apesar de termos um “card game” com baralhos e cartas, Tainted Grail é um roguelike puro e estes elementos podem causar mais frustração do que diversão, principalmente no início do jogo. Basicamente o jogo se resume a um círculo de vida e morte, onde a cada morte o nosso personagem reencarna tecnicamente mais forte, pois ao morrer você consegue reter alguns recursos e liberar melhorias.

Por causa desse círculo, as horas iniciais são bastante chatas e enjoativas, o início do jogo é extremamente engessado e a falta de recursos limita bastante o que podemos fazer. Na medida em que vamos morrendo e revivendo o jogo começa a ficar interessante, liberamos mais cartas, classes, npcs e ficamos forte, mas não pense que você irá atropelar tudo o que estiver pela frente.

Tainted Grail: Conquest é difícil, o jogo não pega na mão e não te ajuda. A dificuldade é bastante alta principalmente no início, conforme você fica mais forte ela cai um pouco, mas lembre-se este é um jogo rogue like de cartas, por isso independente do seu baralho é preciso contar com a sorte. Temos um modo “fácil” para quem preferir acompanhar somente a história, entretanto, mesmo com dificuldade menor, o modo fácil também pode ser desafiador e como disse, roguelikes são muitas vezes decididos por sorte, neste caso basta uma mão ruim para se ver em apuros.

Como citado mais acima o jogo possui gráficos em 3D que o diferenciam de outros títulos do mesmo gênero. No geral os gráficos são ok, os personagens são interessantes, vários monstros são bizarros, temos vários efeitos de iluminação e a câmera possui ajustes de ângulo e zoom. Como disse graficamente o jogo é ok, então não espere por muita coisa.

Na trilha sonora é aonde o jogo brilha. Como disse mais acima, Tainted Grail traz dublagens em praticamente todas as linhas de texto presentes no jogo o que já é um grande diferencial, porem basta ouvir poucos segundos das músicas de fundo para você entrar no clima e não se importa com a repetição. As músicas foram muito bem escolhidas e combinam perfeitamente com a atmosfera e o ritmo do jogo, o único ponto ruim aqui é que a trilha não pode ser adquirida separadamente.

No final Tainted Grail: Conquest é um jogo bastante frustrante e repetitivo com poucos momentos onde o jogador realmente se sente forte, mas o jogo não é ruim. Tainted Grail é um roguelike “raiz” e seu ciclo de jogo foi pensado para ser do jeito que é, com uma dificuldade alta que não deixa o jogador ficar acomodado. O preço cobrado é camarada, porem por causa do seu ciclo de jogo, este é um título que eu prefiro recomendar somente para quem realmente gosta de roguelikes e não se importa com a repetição.

Confira neste vídeo o gameplay de Tainted Grail: Conquest:

Sair da versão mobile