Analisado no PC usando o Windows Mixed Reality
Crystal Raiders VR é um jogo de ação, exploração e plataformas, desenvolvido pela Nieko e distribuído pela VRKiwi. O título foi lançado em 10/12/2021 e atualmente está disponível somente na Steam.
Crystal Raiders é mais um jogo feito para a realidade virtual que utiliza um conceito legal, mas tem uma execução questionável. O jogo tem potencial entretanto, o foco no multiplayer, os controles e o desempenho ruim ofuscam bastante essa experiência.
Seguindo a pegada de “Phantom Abyss”, em Crystal Raiders nós iremos desbravar masmorras para encontrar e recuperar pedaços de uma relíquia. Essa aventura pode ser jogada solo ou em grupo de até 4 jogadores, com níveis compostos por vários desafios como, armadilhas, monstros e muitas plataformas.
Os trailers passam uma boa impressão, mas a minha experiência começou com o pé esquerdo já logo no início do tutorial onde tive de configurar os controles. Joguei utilizando um Windows Mixed Reality e o jogo possui compatibilidade total com eles e também com os outros headset mais populares, contudo a função de “corrida” está colocada por padrão no botão do analógico, o que pode gerar problemas. Infelizmente ao pressionar os analógicos no WMR por padrão faz com que o menu da steam abra, ou seja, eu tive de entrar nas configurações e mudar a função para outra tecla, algo que um usuário comum provavelmente não saberia como fazer.
Bom, apesar dos comandos funcionarem, os controles precisam de melhorias. Nas configurações temos o comum de todos os jogos de realidade virtual, sendo possível jogar em pé ou sentado, porém as opções de câmera precisam de correções. A câmera pode ser configurada para pegar os referenciais dos analógicos, do corpo ou da direção em que o jogador está olhando, podemos escolher os ângulos de virada do snap turn ou smooth turn, porém o snap turn é horrivel atrapalhando bastante na precição ao se realizar a parte de plataformas e o smooth turn é muito lento mesmo com a configuração máxima, o que não só o deixa injogável como pode causar enjoo.
Se o início foi ruim, a jogatina também não impressiona. O jogo claramente foi pensado para ser aproveitado em coop, uma decisão que geralmente é o calcanhar de Aquiles de vários jogos, visto que a comunidade de VR não é grande sendo difícil de se achar outros jogadores.
Sem conseguir achar nenhum outro jogador durante os testes, nossa experiência foi sempre solo e não foi muito boa. Basicamente o jogo é um “dungeon runner”, você escolhe suas armas no início do nível, parte para as os desafios, coleta fragmentos e melhora seus equipamentos depois de terminar a dungeon. Jogar sozinho é bem chato e enjoativo, praticamente não existe nenhuma dificuldade, os puzzles são simples, as armas em sua maioria são ruins e o único combo que compensa é a combinação de martelo e pistola, as plataformas ou são fáceis demais ou são frustrantes demais e como não existem checkpoints, caso você caia terá de recomeçar o nível.
Os gráficos são ok, a abordagem é cartunesca deixando tudo com cara de “desenho animado”, temos muitas cores vivas e a ambientação é legal. Infelizmente mesmo possuindo gráficos simples, o jogo sofre com graves problemas de otimização e por este motivo eu não consegui jogar sessões prolongadas, as quedas de quadros eram constantes o que acabou me causando enjoo. Esse problema me pegou de surpresa visto que rodei títulos VR como Alyx, Medal of Honor e até o mais recente After the Fall sempre com folga e os gráficos aqui não trazem nada de impressionante.
No final Crystal Raiders VR traz uma experiência que não é legal para ser jogada solo, mas que pode se tornar interessante se você tiver alguém para jogar coop. O jogo tem um conceito legal e um preço camarada, contudo por causa da experiência solo e da falta de jogadores online, eu prefiro o recomendar somente para quem tem certeza de que terá alguém para se jogar coop.
Confira neste vídeo de gameplay as primeiras impressões de Crystal Raiders VR:
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