Titanic: A Space Between – Explorando o Titanic de maneira segura | Análise

Titanic: A Space Between traz uma experiência como deveria ser feita, o título utiliza bem os recursos da realidade virtual

Analisado no Meta Quest 2


Titanic: A Space Between é um jogo de sobrevivência com elementos de horror e puzzles desenvolvido pela Globiss Interactive LLC e distribuído pela BoomBox Games. O título está com data de lançamento prevista para 14/02/2024 no Meta Quest e versões para PCVR e PlayStation VR2 previstas para mais tarde.

Se a realidade virtual sofre com a escassez de bons títulos, de tempos em tempos algum desenvolvedor indie chega com algo que chama atenção e vale a pena jogar. Essa é a vez da Globiss Interactive com Titanic: A Space Between, um título que impressiona com seu bom conjunto de ambientação, controles e acessibilidade, pecando somente em alguns fatores que provavelmente são reflexo do tamanho do projeto.

Sem spoilers, a história se passa em um futuro não muito distante, onde a humanidade inventou a viagem no tempo, mas a tecnologia ainda está sendo testada. Com esse plano de fundo nós iremos acompanhar a jornada de Hendrik, um desses viajantes no tempo que tem a missão de voltar ao famoso Titanic em busca de tentar entender o que aconteceu e quem sabe resgatar Diana, outra viajante no tempo que não voltou e se encontra desaparecida. A trama será contada no formato de capítulos que irão alternar entre os pontos de vista dos dois personagens em uma viagem temporal que leva o conceito ao pé da letra. No geral a história é ok, não temos nada de excepcional e a dublagem não é das melhores, mas o conceito está aqui e é desenvolvido ao ponto de te fazer querer continuar a jogar para ver o desfecho de tudo.

Uma história interessante não faz um bom jogo e quando o assunto é a realidade virtual, os controles e a acessibilidade são a chave para uma boa jogatina. O título traz um conjunto decente de recursos e a acessibilidade chega com um botão dedicado para abaixar, aliado a um sistema de interação que te deixa pegar e interagir com itens a uma certa distância. Além desses existem diversas opções de configuração que incluem opções de movimentação, câmera e efeitos de conforto para tentar ajudar quem tem enjoo no VR. Nós testamos jogando nos modos sentado e de pé e em ambos foi possível jogar sem problemas, sendo que o título traz recursos que todo jogo feito para a realidade virtual deveria ter.

Como dito mais acima, tudo aqui é separado em capítulos e por isso a jogatina chega em um formato que tecnicamente é uma mistura de escape room com puzzles e alguns elementos de horror. A aventura se passa no Titanic e como sabemos o navio afundou, assim temos mapas que exploram esse evento forçando o jogador a ter de lidar com o aumento da água enquanto resolve quebra cabeças para conseguir se salvar e também alcançar o objetivo. As mecânicas giram em torno da manipulação de objetos, mecanismos e alavancas, os puzzles no geral não são difíceis, mas requerem atenção às mecânicas já ensinadas e você irá encontrar dicas do que fazer espalhadas pelo cenário e também pelo narrador que te acompanha durante a jogatina.

Entre uma etapa e outra temos sessões de horror com alguns jumpscares e corredores sombrios com algumas mecânicas de confronto com inimigos misteriosos, mas no geral o jogo falha muito nessa etapa e boa parte dos jumpscares e das mecânicas de combate podem até passar batido, pois geralmente o jogador estará focado em resolver o quebra cabeça. A pressão é artificial e a maior parte das mecânicas são travadas através de gatilhos, assim a água só irá começar a subir e os inimigos só irão ao seu encontro após você fazer determinada ação em cada mapa, para facilitar mais ainda o jogo tem um modo exploração onde não temos pressão e você pode explorar no seu ritmo, mas infelizmente ele não estava funcionando na versão antecipada que foi jogada.

A ambientação é boa e o jogo traz gráficos com uma qualidade geral acima da média se comparada a outros jogos da plataforma Quest. Infelizmente por conta das limitações de hardware, os cenários apesar de bem feitos, são todos pequenos e limitados e por isso cada capítulo tem uma duração bastante curta que só irá depender da velocidade com que o jogador irá decifrar o quebra cabeça. É bem improvável, mas as versões de PCVR e PlayStation VR2 poderiam vir com cenários e puzzles maiores.

Como nada é perfeito temos algumas inconsistências que mostram o caráter indie do projeto e apesar de termos vários recursos, todos eles carecem de um maior polimento. Por exemplo, apesar de ser confortável, o sistema de interação é um pouco inconsistente e acaba se tornando um problema sempre que temos dois objetos próximos, pois às caixas de interação se sobrepõem e você dificilmente consegue interagir com o objeto alvo, além desses encontramos alguns bugs com switches e alavancas não funcionando e só normalizando após um carregamento de save, ação esta que basicamente é requerida após uma morte na versão testada e por último temos alguns itens desaparecendo ao serem soltos, fato que felizmente não ocorreu com itens chave para o progresso. Vale lembrar que jogamos uma versão pré-lançamento e o jogo pode receber atualizações com correções para os problemas relatados.

No final, apesar de não ser perfeito Titanic: A Space Between traz uma experiência como deveria ser feita, o título utiliza bem os recursos da realidade virtual, os combinando com uma trama interessante que só não é melhor dada as limitações da jogatina e os problemas relatados. O preço cobrado é justo, mas como a loja da plataforma Meta só cobra em dólares americanos o valor final pode sair um pouco salgado, assim eu prefiro recomendar esta versão somente para quem se interessar, do contrário é mais interessante esperar pela futura versão para PC VR ou PlayStation VR2.

Confira no vídeo abaixo as primeiras impressões de Titanic: A Space Between:

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