Dirt 2.0 – Confira nossa análise

Analisado no Xbox One

 

Quando recebi a missão de assumir esta analise confesso que tive um pouco de receio já que rally nunca foi minha modalidade preferida quando o assunto é esporte a motor, muito pelo contrário em jogos que apresentam essa modalidade eu sempre participei dos eventos por obrigação para progredir nos games.

Passado o susto era hora de assumir o volante, ao abrir o game foi apresentado um pequeno tutorial que apresentava os modos de jogo, não eram muitos, mas com uma grande variedade de corridas dentro dos modos disponíveis.

Iniciei as corridas pelo modo que me era familiar, Rally Cross, um evento que mistura pistas mistas de terra e asfalto e que inclusive é licenciado no jogo, contando com o evento com a chancela da FIA, com corridas eliminatórias com quatro ou cinco pilotos por etapa, na minha cabeça esse tipo de evento seria o ideal para que eu me familiarizasse com a jogabilidade de Dirt 2.0, me enganei.

Nas primeiras tentativas mal conseguia terminar uma volta, o carro está muito arrisco, com muito torque e era praticamente impossível andar com ele por 100 metros sem perder o controle e ficar andando em zigue-zague ou mesmo rodar, pensei que a dificuldade estava no fato de estar jogando no controle e não no volante, como tenho o costume de jogar.

Após frustradas tentativas fui atrás das configurações de assistência do jogo e para a minha surpresa, por padrão, estavam todas DESLIGADAS, ou seja, o jogo inicialmente já te coloca em um nível de desafio muito alto, ainda mais para alguém como eu que nunca se aventurou em jogos de rally. Uma opção um tanto curiosa, mas que demonstra a proposta do jogo, realmente te colocar em uma situação de simulação, a ideia aqui era realmente buscar ser um simulador de rally e não somente um jogo de corrida na terra com poeira e um gráfico bonito.

Por falar em gráficos eu não poderia deixar de comentar sobre a qualidade deles, deste o primeiro momento o jogo me impressionou com o nível de detalhes, tanto do ambiente como dos carros. Nos bólidos o nível de detalhamento no interior impressiona e deixa um gostinho de poder jogar com um óculos de VR (pena não ser possível) no ambiente impressiona como ele é bonito e principalmente como se altera com as diferentes condições climáticas.  A única ressalva nesse ponto é a poeira apresentada no retrovisor do carro, essa sim é bastante artificial e destoa do restante.

Feito o comentário sobre os gráficos é hora de falar do carro chefe do jogo, os rallys, aqui as etapas são contra o tempo, você corre sozinho, de um ponto A para um ponto B, mas isso não faz com que o jogo se torne mais simples, o nível de dificuldade e exigência aqui continua alto, cada etapa é dividida em setores e a cada setor o jogo te indica como está o seu desempenho através de cores, vermelho se foi um setor ruim e verde se você bom. Junto a isso é apresentado o seu delta, ou seja, a diferença para o líder da categoria, tais informações são ate um pouco obvias, mas com certeza me faziam mudar o modo de pilotar, sendo mais tranquilo nos raros momentos que consegui desenvolver um bom ritmo e tentando ser mais agressivo quando estava ficando para trás e aí que geralmente os acidentes aconteciam.

Acidentes que são comuns em corridas de rally e que no jogo foram muito bem explorados, tendo em vista que não são um problema somente naquela etapa que está sendo disputada. Isso porque os danos no seu carro são permanentes durante todo o campeonato, ou seja, mesmo entre uma bateria e outra o seu carro permanece com os problemas que você adquiriu sendo necessária a atuação dos mecânicos em um sistema de reparos. A cada bateria você tem um tempo limite, algo entre 40 e 45 minutos para reparar todos os problemas do seu carro, o problema é que cada peça a ser reparada exige um tempo de acordo com o reparo a ser feito, quando um reparo rápido é executado ele requer algo perto de 2 minutos, um reparo padrão 4 minutos e uma troca completa 20 minutos. Como você geralmente não ira ter problemas apenas em uma peça um gerenciamento dos problemas do carro é necessário para que possa ter um carro em condições mínimas para a próxima etapa.

Essa simples mecânica foi suficiente pra me trazer divertimento, mas o que realmente senti falta foi de uma “campanha” ou “carreira”, no jogo você simplesmente escolhe o evento, o carro e acelera, sem nenhuma motivação, a não ser vencer o evento…claro. Em minha opinião faltou uma história que conectasse as coisas ou simplesmente criasse um sentido mais amplo para você participar de todos os eventos, que trouxesse uma sensação de evolução ou algo parecido. Ainda mais quando se compara o bom trabalho que a Codemasters faz nesse sentido em outros jogos, como o F1, por exemplo.

Dirt 2.0 foi uma grata surpresa no quesito diversão e até mesmo no quesito desafio já que por mais que eu soubesse que teria dificuldades para me adaptar (por não ser muito fã do gênero) eu não esperava um jogo com o nível de simulação apresentado e sim algo mais arcade.

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