Samurai Shodown – A SNK está voltando com tudo | Análise

Analisado no PlayStation 4 Pro

Em 1993, este que vos escreve tinha apenas 12 anos de idade. Naquela época as casas de fliperama (eram mais bares, que eu não tinha idade pra entrar) dominavam o mercado e coincidentemente foi o ano de abertura de um Shopping Center em minha cidade. Junto com esse shopping veio um lugar limpo e organizado cheio de fliperamas e arcades (mas pra mim eram todos fliperamas), foi aí que conheci o primeiro Samurai Shodown.

Em um “mundo” dominado por Street Fighter, ver aqueles personagens se cortando, dando golpes especiais incríveis, aquela tela dando zoom quando os lutadores se afastavam me deixaram doido na época, e me fizeram amar o mundo do Japão antigo, a cultura dos Samurais e todas as suas crenças.

Depois disso vieram mais jogos de Samurai Shodown, mas o que guardo em meu coração é o Samurai 2. Golpes super especiais, difíceis de fazer e até movimentos secretos fazendo seu lutador virar um simples bonequinho cabeçudo apenas para zoar seu adversário.

Desde então aguardo por um jogo digno da série, esperando ser surpreendido mais uma vez como fui em 1993. Enfim 2019 me trás Samurai Shodown, sem número, sem subtítulo, mas trazendo a boa nostalgia com ele.

 

 

Gráficos

A técnica de cel shading (mistura de 3D com desenho) sempre me agradou e acho que foi a escolha certa para este jogo. Os cenários são muito bonitos e detalhados, os personagens são fiéis aos pixels que eu via na época de lançamento e tudo flui muito bem. Sombras, iluminação e brilho transformam o jogo em uma linda pintura, infelizmente não há suporte para HDR mas os gráficos em 4K estão presentes nos consoles aprimorados, sempre rodando a 60 frames.

Conforme a luta vai seguindo, os personagens ficam cheios de sangue que espirraram, um toque muito legal que nunca apareceu na série.

Som

As músicas da série sempre foram maravilhosas, os dois primeiros jogos são perfeitos, do três em diante já não me agradaram.

Mas nesse novo jogo me levaram de volta à minha pré-adolescência. Os sons de espada contra espada, as vozes dos personagens, as músicas em estilo japonês medieval me encantaram.

 

 

Controles

Essa sempre foi uma parte delicada pra mim em qualquer jogo, sendo de luta ou não e não vou me preocupar em resumir.

Samurai Shodown trás controles simplificados, mas muito precisos, infelizmente para este que vos fala, faltou um pouco de dificuldade em fazer os especiais, que na época deixavam qualquer um com status de “mestre” no arcade. No entanto ficaram resumidos a meia lua de trás, pra frente e o botão L1 (que é o mesmo que apertar quadrado e triângulo) no PS4 para todos os personagens, quando a barra de raiva fica cheia.

Além dele, existe o super especial, que é possível fazer apenas uma vez por partida, se errar já era, se acertar vai mais da metade da energia do adversário. Mais uma vez simplificaram e basta dar um toque para frente, fazer a meia lua de trás, pra frente e apertar o R2, valendo para todos os personagens. Entendo que queiram facilitar para um público maior hoje em dia.

Um novo movimento, o Explosão de Fúria é bem interessante, basta apertar o R2 a qualquer momento para a Fúria aparecer, com esse movimento podemos dar o especial a qualquer hora, mas o mais legal é apertar o R2 de novo para dar um simples golpe mortal que chega a tirar quase 70% da barra de energia do adversário, caso seja bem sucedido, podendo acabar com a batalha em segundos, mas tudo tem um preço, se errar, a barra de raiva desaparece e não podemos mais usar os especiais durante toda a partida.

 

Novos Lutadores

Além da maioria dos lutadores clássicos que estão presentes nesta versão temos três novatos, Darli Dagger, uma corsária que usa uma espada enorme e que se transforma, Wu- Ruixiang, aparentemente uma guardiã de um templo que não está disposta a lutar, mas carrega um escudo cheio de poder, onde podemos destacar o super especial, lindo, quando do escudo sai um dragão em chamas.

E por último temos Shiki, que ao primeiro olhar lembra muito a Psylocke de X Men, uma personagem quieta, mas muito interessante.

Da leva antiga (Samurai 1) faltaram Gen-an Shiranui, aquele monstrinho verde e Wan-Fu que já foi prometido para o primeiro Season Pass a partir de agosto.

Além dele, Rimururu, Basara e Kazuki Kasama, completam esse primeiro time em fevereiro de 2020.

Novos modos de jogo

Além do modo História que conta a história de cada personagem, existem os modos online, versus, contra o tempo, sobrevivência e o novo modo fantasma (ou sombra), que são jogadores do mundo todo que podem deixar seus personagens e jeitos de jogar para todos competirem, bem interessante a ideia.

 

 

CONCLUSÃO

Samurai Shodown chegou para ficar, pois mostra que a SNK ainda consegue fazer jogos bons, os controles estão ótimos, os gráficos são muito limpos e agradáveis.

Achei que faltam alguns personagens e vida nos cenários, que são bem “pobres” em relação a isso, senti falta principalmente do juiz que ficava ao fundo indicando quem tomava golpes e no final jogava até confete quando éramos vitoriosos, ele apenas aparece no cenário DOJO.

Fora isso, os lutadores não atordoam mais e o jogo parece um pouco mais lento do que seus antecessores, de resto está tudo lá, então se você estiver procurando um jogo de luta à altura de Street Fighter e Mortal Kombat, pode ter certeza que achou, além disso é um dos games mais fácil para platinar.

 


 

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