RogueBook – Faltou tinta para equilibrar os sistemas | Análise

RogueBook é dos mesmos desenvolvedores de Faeria juntamente com Richard Garfield (criador de Magic: the Gathering)

Analisado no PC


RogueBook é um roguelike de cartas desenvolvido pela Abrakam Entertainment SA e distribuído pela Nacon. O jogo está com previsão de lançamento para PC em 17/06/2021, com versões para consoles chegando mais tarde.

Dos mesmos desenvolvedores de Faeria juntamente com Richard Garfield (criador de Magic: the Gathering), RogueBook chega trazendo uma linda aventura ofuscada pela falta de balanceamento que é agravada pelos elementos rogue.

RogueBook traz uma história de fundo interessante, aqui nós embarcamos na jornada de heróis presos em um livro amaldiçoado (RogueBook) e que estão tentando achar algum meio de escapar desta realidade. O jogo incorpora muito bem seus elementos na temática apresentada, o mapa é no formato grid com visão limitada e para explorá-lo é necessário coletar e utilizar a limitada tinta usada para gerar as criações, quando a tinta acabar o jeito é tentar seguir o caminho pré-definido no início de cada partida, enfrentando os perigos para chegarmos ao próximo capítulo do RogueBook.

Os combates são no formato de card game e olha, as cartas e sistemas foram bem trabalhados. Para compor nosso deck, podemos escolher entre diversos tipos de cartas com vários efeitos diferentes, temos cartas de ataque e de defesa, habilidades especiais de cada herói e summons que dão vantagens condicionais. O sistema é legal mas sofre com a falta de equilíbrio que é agravada pelos elementos rogue.

Assim como o nome sugere, este é um jogo roguelike e infelizmente aqui estes aspectos podem causar mais frustração do que diversão. Como todo roguelike tudo aqui é aleatório e tecnicamente sempre temos a possibilidade de ficar mais forte após cada tentativa, começamos toda partida com um deck padrão que vai sendo construído na medida com que você vai avançando, e claro sempre tendo de contar com a sorte. Avançar e explorar é como dar um tiro no escuro, como disse, o mapa é oculto e você precisa decidir onde irá usar a limitada tinta, mas por causa da aleatoriedade explorar nem sempre é a melhor opção.

Por conta dos elementos rogue, você pode ser colocado a qualquer momento em um combate extremamente fácil, extremamente difícil ou até impossível de ser vencido e os dois últimos acontecem com frequência. Os elementos rogue por si só não são o problema aqui, mas infelizmente quando combinados com a falta de balanceamento, acabam criando mais frustração do que diversão.

Durante toda a jogatina foram comuns situações onde ao explorar o mapa, eu acabava enfrentando batalhas contra monstros comuns que eram mais difíceis do que contra chefes. O problema é que mesmo conseguindo sair vivo dessas, a vida dos personagens sempre ficava baixa e cura no jogo é algo extremamente limitado, ou seja, ir para o chefe com vida baixa é sinal de derrota certa. Eu não ligo de morrer em jogos rogue, pois isso faz parte do loop de jogo, mas em RogueBook a falta de balanceamento é extremamente frustrante, parece até que gastaram todo o orçamento em gráficos e sons e esqueceram de ajustar o restante.

Se falta equilíbrio, pelo menos você vai passar raiva vendo belos gráficos e escutando uma boa trilha sonora. Os gráficos são bonitos, RogueBook traz uma arte legal e cheia de detalhes, o visual foi muito bem trabalhado e nada ficou de fora, sejam os cenários, personagens e principalmente nas imagens das cartas, tudo recebeu bastante atenção e o jogo acaba tendo um certo charme. A trilha sonora também foi bem-feita e chega com boas músicas de fundo e vários efeitos sonoros que podem ser notados principalmente durante os combates.

No final a minha experiência com RogueBook foi mediana, o jogo é bonito e tem potencial, porém ele precisa urgentemente de um balanceamento de cartas e inimigos, pois no seu atual estado a falta de equilíbrio em combinação com os elementos rogue acaba causando mais frustração do que diversão. O preço cobrado é salgado pelo que o jogo entrega, assim por causa de todos os motivos citados, eu prefiro recomendar este título somente para quem ama o estilo rogue e não se importa com balanceamento. Agora quem se interessou, mas não gosta de roguelikes é melhor esperar por atualizações que introduzem um melhor equilíbrio nos combates.

Sair da versão mobile