Sniper Elite 5 – Um tiro que quase saiu pela culatra | Análise

Nós iremos novamente acompanhar o atirador de elite e protagonista da série “Karl Fairburne”

Analisado no PC


Sniper Elite 5 é o no título da franquia Sniper Elite, desenvolvido e distribuído pela Rebellion, o jogo foi lançado em 25/05/2022 e atualmente se encontra disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X | S e Xbox Game Pass.

Trazendo novidades e ao mesmo tempo removendo mecânicas e simplificando a jogabilidade, Sniper Elite 5 é divertido principalmente se for jogado em co-op, mas não espere muito. Este é um caso de “um passo para frente e dois passos para trás”, infelizmente o resultado final não é o de uma evolução e apesar de ter o seus momentos, o novo jogo não consegue ser melhor do que seu antecessor.

Começando pela história, aqui nós iremos novamente acompanhar o atirador de elite e protagonista da série “Karl Fairburne” em sua missão para parar o “Project Kraken”. Essa aventura se passa em 1944 na França e Karl terá de ajudar e ser ajudado pela resistência francesa, concluindo objetivos e destruindo alvos para adquirir informações sobre o projeto secreto e quem sabe descobrir um meio de parar os nazistas. Não espere muita coisa, a história é bem genérica, os protagonistas são fracos e você não irá lembrar de ninguém, basicamente a trama só serve como um plano de fundo e o foco está na jogatina.

Pouco “sniping” e muita correria/infiltração

Quando o assunto é jogabilidade, esta quinta entrada claramente se distancia do elemento que deixou esta série famosa, os tiros de longa distância. Infelizmente neste novo título, os desenvolvedores tentaram introduzir elementos de “Hitman e Splinter Cell”, só que essa mistura acabou alterando o foco da jogatina e na maior parte do tempo o rifle será muito pouco usado.

O grande responsável pelo pouco uso dos rifles são os mapas. Infelizmente os mapas de Sniper Elite 5 possuem poucos pontos favoráveis a tiros de média e longa distância e grande parte dos objetivos requerem que você infiltre em algum complexo, base ou bunker, assim o rifle perde a sua função pois você acaba passando a maior parte do tempo em confrontos a curta distância e por esse motivo a submetralhadora e a pistola acabam se tornando suas armas principais.

Para piorar esse aspecto, apesar de grandes, os mapas são bastante lineares e cheios de paredes invisíveis que limitam a movimentação e forçam o jogador a ter andar bastante por rotas pré-definidas sem a opção de atalhos. Alguns mapas são bastante frustrantes de se movimentar, pois na maior parte do tempo essas paredes invisíveis estão no formato de morrinhos de terra ou obstáculos que o personagem claramente poderia transpor.

Além dos mapas não ajudarem, o jogo recebeu várias mudanças, algumas para melhor, mas na maior parte do tempo elas passam a impressão de um regresso e não evolução. Para começar, Karl perdeu a habilidade de “correr” enquanto está abaixado, o que torna a progressão demasiadamente lenta, o protagonista também esqueceu como se pegar e arremessar pedras, estas foram substituídas por garrafas que tem quantidade limitada e na data desta análise elas se encontravam completamente bugadas. Temos menos armas, as armas espalhadas pelo cenário são de uso limitado e não podem ser recarregadas, grande parte dos gadgets foram substituídos por opções “não letais” que basicamente são inúteis, visto que não existem missões de incapacitar o alvo, somente eliminação, mas nem tudo é ruim.

O jogo introduziu customização de armas e esse novo sistema facilitou bastante a aquisição de modificações, também temos som de disparo que é algo variável conforme as modificações que você instalar na suas armas e o som faz com que os inimigos fiquem alerta e saiam a sua procura caso eles ouçam o seu tiro.

No papel é uma boa ideia, na prática nem tanto

A grande novidade deste novo título é a introdução de “Invasões”. Inspiradas claramente nos títulos da FromSoftware. Sniper Elite 5 conta com coop e com um modo de invasões, onde jogadores podem invadir os jogos de outros, entrando no papel de um atirador do eixo com o objetivo de caçar os anfitriões da partida.

Como dito acima no papel essa ideia é interessante, contudo a execução é bastante questionável. Não espere um jogo de gato e rato, onde atiradores tentam identificar a posição do inimigo e trocam tiros de longa distância, infelizmente as invasões aqui são mais um jogo correria onde ficar parado literalmente te leva a morte.

Durante as invasões, o invasor pode deixar as tropas do eixo em modo de alerta e tanto invasor quanto invadido podem usar telefones para conseguir saber a posição do seu adversário no mapa. Este telefone é totalmente desbalanceado, pois não existe um tempo nem quantidade de reusos, assim caso você invada uma partida coop, um oponente pode ficar utilizando o telefone sem parar revelando sua posição, enquanto o outro irá te caçar.

Esse é só um dos problemas, já que este é um jogo de “Sniper” e nas invasões ninguém pode ficar parado no mesmo local, pois caso você fique no mesmo local por muito tempo, sua localização será revelada para o inimigo e você levará dano de inatividade que pode levar a morte.

 

Os mapas também não ajudam, como disse mais acima existem poucos mapas focados em tiros de longa distância e a maioria dos combates acontecem em lugares fechados, ou seja, na maior parte do tempo as invasões se resumem a correr com uma submetralhadora e tentar atacar o inimigo primeiro.

Não é difícil entender o porquê de os desenvolvedores terem colocado todas essas limitações nas invasões, eles claramente querem evitar que os jogadores adotem posições de “camper”, mas este é um jogo de Sniper e do jeito que está, as invasões são completas perdas de tempo.

Felizmente é possível habilitar ou desabilitar o modo de invasões durante a campanha solo ou co-op, mas ao desabilitar esse modo você irá receber menos experiência e infelizmente se você quiser liberar todos os itens será preciso jogar esse modo “PVP”, pois alguns itens estão travados atrás da sua performance nas invasões.

Graficamente o jogo está bem melhor do que seus antecessores, mas nem tudo está perfeito. Os personagens, armas, o terreno e as construções, todos esses receberam novas texturas com vários detalhes nos modelos e uma boa iluminação, mas infelizmente essas melhorias não são trazidas para as cinemáticas que contém modelos de personagens datados, com expressões que lembram as dos jogos de PS3.

A pior parte desta experiência é que até a data desta análise o jogo se encontrava carregado dos mais variados bugs. São muitos problemas, mas para resumir espere encontrar crashes aleatórios, problemas com save game incluindo o corrompimento do mesmo, bugs de animações e ações, itens que não funcionam como deviam, problemas de conexão e como já era de se esperar, mesmo com anti-cheat, já temos trapaceiros na versão de PC.

No final Sniper Elite 5 não é um jogo ruim, mesmo com problemas a experiência é legal, principalmente se você jogar em coop e o real calcanhar de Aquiles aqui é que como esta é uma sequência, naturalmente é esperado uma evolução, porém Sniper Elite 5 não é melhor do que seu antecessor Sniper Elite 4. Essa quinta entrada acaba dando “um passo para frente e dois para trás” ao corrigir algumas mecânicas maçantes do quarto título, ao mesmo tempo que simplifica, remove e altera completamente a jogabilidade e o foco nos tiros a média e grande distância. O preço cobrado é ok, mas por causa da quantidade de bugs e por ser uma experiência mediana, se você se interessou é melhor começar ou continuar jogando Sniper Elite 4, enquanto espera por uma promoção generosa deste quinto título, quem não quiser esperar, pode aproveitar e economizar alguns trocados pois o jogo se encontra disponível via Xbox Game Pass.

Confira neste vídeo o final da primeira missão e segunda missão completa de Sniper Elite 5:

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