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Silt – Entre Luz e Trevas | Análise

Game conta com um visual incrível, mas com uma jogabilidade que não conseguiu acompanhar sua beleza.

Analisado no PlayStation 5


Quando Silt chegou a redação, não tive dúvidas e quis pegar o game para analisar, pois me parecia mais um grande indie nesse ano de 2022, já que me lembrava Limbo. Mas será que eu estava certo?

Para quem não conhece, Silt é um puzzle produzido pela Spiral Circus e publicado pela Fireshine Games.

Apesar de não ter exatamente uma história definida, o jogo conta com um mergulhador em sua viajem pelo fundo do Oceano, mostrando como é o medo, solidão e o preto e branco das profundezas de nosso planeta água. O Objetivo é reunir os olhos de Goliath e reanimarmos a Grande Máquina. Mas isso é praticamente tudo o que ficamos sabendo, já que o por que estamos realizando essa aventura e qual o objetivo da Grande Máquina não é respondido.

E para chegar a esse objetivo, nosso mergulhador conta com o poder de se apoderar de algumas criaturas do fundo do mar ou até de corpos de outros mergulhadores (será que todos esses mergulhadores estavam lá pelo mesmo motivo?), para que assim possamos resolver os quebra-cabeças e avançarmos no jogo.

Apesar de algumas variações, aí vai o primeiro problema de Silt que, mesmo em níveis diferentes, praticamente toda resolução de um puzzle é utilizar uma criatura para abrir um caminho para continuar em frente. Algumas soluções são fáceis de mais, outras não são bem sinalizadas, tendo que ir trombando com vários cenários até achar o caminho certo.

Isso tornou a jogabilidade do game um pouco pobre não combinando com sua estética bem feita, o que, com certeza foi meu principal incomodo. Vale ressaltar que apesar de níveis diferentes, os quebra-cabeças não são difíceis de solucionar, bastando apenas algumas tentativas até entender o que tem que ser feito.

Outro detalhe aqui é a cadência de Silt. O jogo, como deveria de ser mesmo, é bem cadenciado, no qual vamos avançando em um ritmo lento. E não é pra menos, pois muitas criaturas podem com um único toque, nos matar e por isso, todo cuidado é pouco. Os mapas criados são até bem feitos, apesar de não ter uma variedade grande, mas que traz um certo desafio, principalmente quando estamos em pequenos corredores.

Bem diferente é sua ambientação. Sua parte visual é bem caprichada, monocromática, que acaba nos mergulhando na imersão daquele lugar claustrofóbico, solitário e escuro. Mas é na escuridão que podemos ver um excelente trabalho, a Luz. Sim, o jogo tem uma iluminação muito bem feita que é realçada por toda aquela escuridão, nos guiando muitas vezes para fugirmos das trevas do fundo do oceano.

Para realçar todo esse visual belíssimo, os designers tiveram uma ótima ideia: o silêncio. Pode parecer tolo escrever isso, mas a ideia de praticamente ter poucos sons no jogo foi uma escolha acertada, pois nos imerge ainda mais no ambiente do game, que retrata os poucos sons que conseguiríamos ouvir debaixo d´água.

Como podemos ver, Silt tem um visual incrível e uma ambientação muito bem criada, mas que acabou ficando a desejar em seus puzzles e na sua simplicidade de jogabilidade. Não sei se isso tem relação com a falta de uma roteiro mais definido, mas acabou prejudicando o jogo.

Apesar de conseguir muitas vezes passar a sensação de solidão, que realmente deve existir no fundo do mar, faltou ao jogo surpreender em alguns momentos o jogador. Isso porque essa ambientação, muito bem feita,  acaba ficando muito parecida do começo ao fim do jogo, fazendo que em determinada parte, tudo isso não pareça tão evidente, pois nos acostumamos com essa linearidade

Apesar dos problemas acima citados, Silt tem uma vantagem, sendo um game curto, que pode ser fechado em 5 horas. Isso acaba diminuindo um pouco a sensação de repetição do jogo. Mesmo assim, Silt é um game que aqui chamamos de “Ok”, não brilhando como poderia, mas que sim, merece uma chance, principalmente para quem gosta de resolver quebra-cabeças.

Confira abaixo a primeira hora de Silt em nossa live:

Silt

7.5

Nota

7.5/10

Positivos

  • Visual do jogo
  • Ambientação
  • Som
  • Iluminação

Negativos

  • Repetição
  • Puzzles simples
  • Jogabilidade

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.
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