
Legacy of Kain: Soul Reaver 1 & 2 Remastered – Ressurge para matar a saudade de jogadores saudosistas | Análise
Analisado no PlayStation 5
Despertando as memórias nostálgicas na cabeça de muitos gamers noventistas, Legacy of Kain: Soul Reaver 1 & 2 Remastered ressurge quase 2 décadas depois para matar a saudade de jogadores saudosistas que outrora se apaixonaram pela história desenvolvida em Nosgoth. Essa remasterização foi lançada em dezembro passado e está disponível para os consoles PlayStation, Xbox e Nintendo Switch, além do PC via Steam.
Contextualizando o primeiro jogo para quem está chegando agora: Nosgoth era uma terra próspera até um vampiro maligno chamado Kain promover um golpe e corromper tudo durante sua tomada de poder. Respeitado entre os soldados, temos o Lorde Raziel, que tem suas asas cortadas por Kain e em seguida é jogado no abismo, ficando preso por lá, centenas de anos, até que uma misteriosa entidade denominada Elder God o revive. E assim, Raziel volta a transitar no mundo físico, bem como desenvolve habilidades de acessar o mundo astral, iniciando-se assim, sua jornada de vingança contra Kain.

Já no segundo game, a jornada de vingança de Raziel contra Kain continua, mas caminhando para outro rumo, Raziel se dá conta de que está cansado das manipulações daqueles que o cercam e vai em busca de sua liberdade e de recuperar memórias de quando ainda era humano e vivia longe de tanta matança. A história dessa franquia é muito rica e bem sustentada do começo ao fim, e definitivamente é seu ponto alto, ou seja, se tratando de uma remasterização, essa qualidade não será perdida.
O mesmo estúdio responsável pela remasterização dos jogos clássicos da Lara Croft foi o responsável por este grandioso lançamento, ou seja, a essência e a personalidade do jogo se mantêm como era há 20 anos atrás, o que é bom, mas também é um pouco ruim, visto que a dinâmica dos combates já estão bem datados, parcialmente travados e lentos. A rotina de queimar, afogar ou empalar é a mesma, mas na atualidade, parece que estamos num constante puzzle, o que tira todo o prazer de mandar os inimigos de volta à escuridão.

Como mecanismo de ação motora, Raziel pode executar pulos e agachamentos, além é claro, de andar. Tais movimentos estão associados a resolução de puzzles que na maioria das vezes funciona de forma fluída, mas em outras frustra um pouco, em virtude de uma responsividade um tanto quanto falha. Se juntar isso a uma câmera teimosa que não se mantém por trás de Raziel, trocando de ângulo toda hora, temos aqui elementos bastante negativos.
Entretanto, nem só de negatividades vive o jogo, pois controlar Raziel é bem gostosinho e derrotar os inimigos, mais ainda. Essa coleção de jogos entra pro hall de relançamentos incríveis, pois ele entrega um material de qualidade, que deixa claro o carinho da equipe responsável e claro, o respeito com os fãs, exceto com os fãs brasileiros, pois o jogo é totalmente em inglês, comprometendo assim, a acessibilidade para aqueles que não dominam o idioma.
Apesar dos pesares, Legacy of Kain: Soul Reaver 1 & 2 Remastered é uma aventura muito singular, com personagens bem estruturados, uma história bem amarrada e um universo muito imersivo que faz uma associação perfeita com a trilha sonora. Mesmo sendo uma obra de vinte anos, ele consegue marcar os gamers com sua narrativa gótica esperançosa, magoada e violenta.