
Trident’s Tale – Uma aventura pirata cheia de potencial, mas que naufraga na execução | Análise
Analisado no PlayStation 5
Desenvolvido e publicado pelo estúdio italiano chamado 3DClouds, Trident’s Tale é um jogo indie de aventura e ação em um mundo aberto que oi lançado para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC. Nesta aventura cartunizada, mergulharemos em um oceano de piratas misteriosos, magias ocultas, tesouros perdidos e combates navais.
Neste jogo, assumimos o controle de Ocean Tern, uma pirata jovem que tem a ambição de se tornar a rainha dos sete mares, e para isto, ela precisa encontrar e dominar o Tridente da Tempestade, um artefato místico de grande poder, que concede o controle do mar a quem o possuir.
De acordo com a lenda pirata, Thaloq, um espírito do mar que nutria um ódio aos humanos, era dono do Tridente da Tempestade e com ele, provocava calamidades contra os homens. Em virtude de tamanho ódio, outros espíritos do mar decidiram bani-lo, aprisionando-o em Hoctal, além de tomarem o Tridente da Tempestade, que mantinha todo o poder de Thaloq em movimento. Separando o Tridente em 6 fragmentos e espalhando por Hoctal, tornando assim, uma possível volta do Espírito, completamente impossível.
No decorrer dos anos, a lenda aumentou e ganhou proporções absurdas, fazendo com que os fragmentos do Tridente se tornassem o maior sonho de todo e qualquer pirata. E é aí que Ocean Tern entra: após viver o luto pela perda de seus pais, ela foi resgatada por um pirata chamado Laertes, que foi responsável por treiná-la em sua vida pirata. Conforme os anos se passam, Ocean cresce em seus próprios termos e um dia aleatório, encontra uma relíquia antiga escondida em sua própria casa, que nada mais era que um dos fragmentos do Tridente.
A partir daí, Ocean se torna encarregada da missão de reunir e proteger todos os fragmentos, tentando impedir que eles caiam nas mãos de uma terrível pirata chamada Cornélia ou do próprio Thaloq. Em meio a sua jornada, Ocean começa a recrutar sua tripulação que no desenrolar da trama acaba se tornando sua família, cada um mostrando ser fundamental no processo e na conclusão de sua missão, utilizando suas especificidades.
Mecanicamente, a gameplay se mantém ligeiramente travada, sugerindo uma experiência mais datada, sem um fluxo contínuo. A exploração também deixa a desejar, pois os cenários são bastante remotos no sentido de não possuir vida em paralelo com NPC’s que parecem bonecos de posto sem um grama de carisma. O que oferece uma imersão bastante prejudicada, criando uma atmosfera de tédio durante a jogatina.
Durante os combates, a sensação de repetitividade é latente, pois não há muitas opções de combos ou golpes avulsos, tornando tudo muito limitado e cansativo, e tudo isso associado a uma variedade insignificante de inimigos, que se limitam a esqueletos empunhando rifles, espadas, bombas e varinhas mágicas. E ainda falando de combates, as batalhas navais também não são tão interessantes, elas apresentam pouquíssima variedade, o navio oferece canhões frontais, traseiros e laterais, além de algumas habilidades especiais pré determinadas. No entanto, a batalha naval que geralmente me desgosta muito, foi mais interessante do que os combates em solo.
Graficamente falando, o jogo é bonito e interessante, caso estivéssemos ainda na época em que Xbox 360 e PS3 estavam no auge de suas gerações. Visualmente, o jogo se mostra muito ultrapassado, e levando em consideração o que temos atualmente, é inaceitável algo com essa estética. Trindet’s Tale falha miseravelmente ao tentar trazer um gráfico cartunesco que fosse minimamente atraente. Embora todo o resto da obra seja tão importante quanto o visual, aqui temos um jogo que realmente não se esforça em entregar qualquer ponto de qualidade.
Mesmo com um núcleo interessante, focado em piratas e cenários legais, o jogo não é bem executado, com ambientes sem interação própria, NPC’s sem função e quando apresentam alguma, são absurdamente inexpressivos. Sonoramente, o jogo não tem brilho também. Seja na exploração ou em combates terrestres e marítimos, a música não empolga, não emociona e nem nada, é algo tão superficial que impossibilita qualquer imersão durante a gameplay.
Para concluir: infelizmente, Trident’s Tale não conseguiu desenvolver uma experiência agradável sobre um tema tão legal. Mesmo com uma bagagem interessante, a 3DClouds não foi capaz de entregar um material que valesse a pena um investimento financeiro, aconselho esperarem uma promoção que jogue o preço para baixo de 20 reais ou quando sair em algum serviço como PS Plus e Game Pass. É triste analisar um jogo e não poder elencar positividades, pois sei que muita gente trabalhou durou (ou não) para lançarem o conteúdo, entretanto, seria injusto da minha parte com vocês, não dizer a verdade.