
Venom – Crítica (Sem Spoilers)
Quando surgiu na década de 1980 apenas como um uniforme negro, ninguém esperava que o simbionte alienígena acabaria se popularizando e se tornando um dos grandes inimigos do Homem-Aranha e que hoje, Venom estreia nos cinemas em seu primeiro filme solo.
Como um projeto paralelo da Sony Pictures, Venom veio com o objetivo de criar um novo universo e contar a origem do personagem sem ter a necessidade de se conectar ao herói aracnídeo, a idéia era boa e com potencial de aprensentar algo novo, porém não é o que acontece com este filme. Venom apresenta uma trama simples, genérica, não buscam aprofundar nenhum dos personagens e nem da mitologia dos simbiontes, as situações são jogadas e muitos diálogos desnecessários, totalmente expositivos e repetitivos, que subestimam a inteligência do público.
Apesar dos trailers apresentarem um tom voltado para o suspense e terror, o longa não consegue se encontrar em um tom exato em que, no primeiro ato abordam um ar de suspense investigativo e, a partir do segundo ato o filme se transforma literalmente em uma comédia romântica entre Eddie Brock e Venom, onde se focam apenas na relação dos dois personagens e se esquecem da trama principal do longa que só é relembrada apenas no clímax do filme de uma forma boba e sem sentido. As cenas de ação são completamente escuras e cheias de cortes que além de complicadas de entender o que acontece na cena, também são completamente previsíveis e não possuem um peso emocional, que não empolgam nem mesmo no embate final.
Todos os personagens são bidimensionais, não possuem nenhuma motivação, evolução e nem relevância na história no decorrer das 2 horas apresentadas, algumas atuações são forçadas e exageradas com direito a momentos de vergonha alheia. Por mais que Tom Hardy seja um ator carismático, seu personagem não convence e sua relação com o simbionte não é explorada, porém possui alguns momentos bem engraçados. O vilão Riot e Carlton Drake são completamente descartáveis, possuem pouquíssima participação em tela e não tem uma motivação, apenas uma desculpa que são literalmente jogadas ao final do filme.
A computação gráfica é mal executada e muito ruim, deixando nítido o uso de CGI tornando os simbiontes falsos. Ludwig Göransson é um excelente compositor e ficou conhecido por produzir a trilha sonora de Pantera Negra, mas em Venom, a trilha sonora é simples, não empolga e é totalmente esquecivel durante todo o filme.
Venom até possui alguns momentos engraçados, porém as falhas nas atuações e os problemas no roteiro infelizmente acabam se sobressaindo e tornando o que poderia ser um filme interessante de terror psicológico e ficção, em um filme tosco e unidimensional, sendo um dos piores filmes de super-heróis realizados nos últimos anos.
P.S: O filme possui duas cenas pós créditos, sendo a primeira relacionado a uma futura continuação (se existir ainda) e a segunda relacionada ao próximo longa animado ‘Homem-Aranha no Aranhaverso’.