Flipping Death – uma aventura repleta de humor sobre a morte | Análise
Flipping Death é uma aventura sobre a vida após morte que se desenrola ao resolver os mais loucos e divertidos puzzles. Produzido pela Zoink Games, mesmo estúdio responsável pelo excelente jogo Stick it to the Man, é um jogo que garante diversão com uma história recheada de humor inteligente, personagens marcantes e puzzles criativos.
A história se passa em Flatwoods Peaks e segue a protagonista Penny. A história começa em um belo dia quando Penny sofre um acidente no cemitério da cidade e “acorda” do outro lado, em uma espécie de limbo. No começo, ela não entende o que está acontecendo e se recusa a aceitar o fato de ter morrido. Logo em seguida ela encontra nossa querida e temível Morte, que está saindo de férias, e se engana ao achar que Penny é sua legítima substituta. A partir desse momento, Penny se apossa da foice da Morte e começa a cumprir as mais variadas missões para ajudar os vivos e mortos, assim como, desvendar os mistérios que acercam sua morte e o que de fato aconteceu consigo mesma.
O jogo é dividido em capítulos e para avançar é preciso cumprir as missões principais enquanto Penny resolve os mais bizarros e divertidos puzzles ao interagir com os dois planos: o plano dos vivos e os dos mortos.
E Penny tem o poder de mudar de plano a qualquer momento, mas para chegar ao plano dos vivos, ela precisa coletar almas no limbo e possuir os corpos de pessoas e animais. É muito legal possuir os mais variados personagens, ouvir seus pensamentos e controla-los em busca da resolução das missões. Ao possuir um corpo, o hospedeiro não perde sua consciência, mas entende que há algo errado. As conversas entre os hospedeiros e Penny são hilárias. Um exemplo de uma missão para vocês terem ideia do que lhes espera:
Há um momento do jogo que precisamos levar um objeto chave até um ferro velho que está com seu portão trancado. Esse portão é aberto através de uma manivela que é impulsionada e girada por um gato que está dentro de um tipo de roda, parecido com aquelas que os camundongos tanto amam. Aí possuímos o gato, mas não conseguimos controlar seu corpo, pois esse se recusa a nos ajudar. O que fazer para que ele ceda? Talvez um cachorro seja a resposta. Eis que encontramos um cachorro que está preso a um balão a metros de altura. Bom, é óbvio que precisamos dar um jeito de tirar esse cachorro dessa situação. Mas como? A investigação continua e achamos um vendedor de comida que tem uma arma. Logo acima dele há uma gaivota (o personagem mais engraçado de todos). Entramos em seu corpo e descobrimos que essa gaivota ama fazer cocô. Aí é só caprichar e fazer muito cocô na cabeça e comida desse homem que tem a arma e ele ficará louco de raiva e começará a disparar sua arma contra a gaivota e acertará o balão onde está o cachorro, mas não será o suficiente para derruba-lo. Então nos apossamos do corpo do homem para melhor atiramos no balão até o cachorro chegar ao chão. Depois disso, possuímos o cachorro e vamos até o local onde o gato está. Pronto! Portão aberto! Parte da missão resolvida! (risos)
Além das missões principais, temos também os desafios que são muito divertidos e a cada um cumprido, ganhamos cartas colecionáveis com informações dos personagens do jogo. A única informação que temos sobre como resolver esses desafios é o nome que é dado ao mesmo. Alguns são óbvios, outros já são bem difíceis de descobrir. Mas com certeza é uma adição muito bem vinda ao jogo!
Conforme avançamos pelo jogo, a história vai ganhando novos ares e a trama vai ficando cada vez mais elaborada (e louca). A maioria dos puzzles são fáceis de resolver, mas é necessário prestar atenção nos diálogos que contêm dicas essenciais. Mas quando ficamos presos e sem saber o que fazer, basta entrar no menu e lá teremos uma sessão com dicas em forma de desenho. As dicas não são óbvias, mas ajudam bastante.
Outra coisa legal é o acesso ao mapa. Nele você consegue ver os personagens nos dois planos, e após interagir ou possuí-los, você pode se teletransportar pelo mapa, tornando toda experiência mais dinâmica.
Os gráficos são desenhados e todos os personagens e cenários são achatados, dando ao jogo o estilo de gráfico em colagem. O plano dos mortos tem cores mortas, já o dos vivos é bem colorido, dando um contraste muito belo ao jogo. As músicas são bem divertidas também e capturam bem o humor que o jogo esbanja com maestria. Mas a melhor parte está na dublagem dos personagens que é excelente e muito, mas muito bem executada. Esse trabalho cuidadoso com as vozes e interpretações faz com que os personagens sejam únicos e é o grande charme desse jogo. Infelizmente, não há legendas em português, e mesmo sendo possível jogar o jogo todo sem entender o que está acontecendo, isso pode afastar jogadores que não sabem Inglês. Convenhamos, o legal é poder entender a história, ainda mais um jogo que foca no humor e que possui bastante diálogos. Porém, há legendas em espanhol, o que pode ajudar.
A jogabilidade é simples e na maior parte do tempo você andará de um lado para outro em busca das respostas dos puzzles. Os personagens são um pouco desengonçados e a sensação de controla-los pode parecer estranha, mas isso faz parte do jogo mesmo. Agora, nas partes onde há plataformas, o jogo deixa um pouco a desejar e algumas ações se tornam difíceis de executar, mas nada que comprometa o jogo na verdade.
Flipping Death é com certeza um jogo inteligente e divertido, e trata o tema morte com muito humor e leveza, e ainda assim causa reflexão em alguns momentos, reflexões sobre esse tema que tanto tememos e que sabemos ser a única coisa certa que nos acontecerá um dia. Enquanto esse dia não chega, esperamos poder jogar muito mais jogos nesse estilo.
Flipping Death
Positivos
- História loucamente divertida
- Dublagem de vozes excelentes
- Personagens muito bem construídos
- Variedade de Puzzles
Negativos
- Não possui legendas em Português
- A parte de plataforma deixa a desejar
