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The Outer Worlds – Melhor do que Fallout 4 e Fallout 76 juntos | Análise

The Outer Worlds traz uma história que começa um pouco fria, mas que após a primeira hora se torna uma bela jornada que deixa um gosto de quero mais.

Analisado no PC


The Outer Worlds é um RPG sci-fi single player em primeira pessoa, desenvolvido pela Obsidian Entertainment, publicado pela Private Division, foi lançado dia 25 de outubro de 2019 e está disponível para PC, PS4, Xbox e terá uma versão para Switch em 2020.

A Obsidian Entertainment é a responsável por vários jogos de RPG dentre eles “Neverwinter Nights 2”, “Fallout: New Vegas”, “Pillars of Eternity”, sendo este último o responsável pela “salvação” da empresa que na época enfrentava problemas financeiros. A empresa foi adquirida pela Microsoft em 2018 e logo em seguida anunciou sua nova IP: “The Outer Worlds”, confesso que criei grandes expectativas para esse novo jogo e de antemão já posso afirmar que as expectativas foram alcançadas.

The Outer Worlds tem como diretores Tim Cain e Leonard Boyarsky (criadores da série “Fallout”), além de vários de seus desenvolvedores terem trabalhado com a famosa série da Bethesda. Por essa razão o jogo possui várias características que lembram os jogos da franquia “Fallout” com uma pitada de “Mass Effect”.

Sem maiores spoilers. O nosso personagem é um dos passageiros a bordo da nave colônia “HOPE” (Esperança), a nave estava levando passageiros para o sistema “Halcyon” que é controlado e operado por corporações, mas no meio do caminho o “skipdrive” (motor de dobra) da nave falha e a jornada que seria de 10 anos acaba se tornando de 60 anos. Durante esses 60 anos o sistema foi colonizado de outras maneiras até que a nave Hope é encontrada, mas nenhum passageiro consegue ser revivido por conta da prolongada hibernação. O Conselho de Halcyon (Conselho formado pelos CEOs das corporações) decide por abandonar a nave e a coloca escondida na orbita de Typhon, um planeta gelado.

Trinta e cinco anos se passam desde que a nave foi abandonada. O jogo começa quando somos acordados e resgatados por “Phineas Welles”, um cientista que é um fugitivo procurado pelo Conselho e trabalha em uma formula para conseguir acordar e reviver os passageiros da Hope. O cara é meio maluco e matou vários passageiros os transformando em “gelatina” durante suas experiências com a formula de reanimação.

Chega de história e spoilers, após criar seu personagem você é enviado a um planeta e agora o jogo começa. A história sempre ira te colocar para tomar decisões entre a Vanguarda (rebeldes) e o Conselho (corporações), suas decisões afetam o progresso do jogo liberando ou travando quests, por isso é interessante sempre fazer todas as side quests da região antes de tomar uma grande decisão ou você acabara perdendo parte das quests não completas.

Temos um sistema de habilidades e talentos, as habilidades ditam as características do seu personagem, e vão influenciar na sua capacidade de comunicação, hacking, cura e dano de armas. Apesar do jogo ter elementos de FPS, focar nas habilidades de comunicação e hacking irá te proporcionar uma progressão mais fácil e rápida, visto que você poderá convencer, intimidar e mentir para os NPCs, além de conseguir abrir fechaduras e locais fechados onde seria necessário fazer outra quest para se conseguir o cartão ou chave. Os talentos ficam por conta dos bônus, como maior capacidade de carga, redução de preços nos vendedores, carregamento de habilidades mais rápidas entre outras.

A cada nível você ganha pontos de habilidades e a cada nível par você ganha um ponto de talento, vale ressaltar que o jogo possui um sistema de fraqueza, ao usar muito HP ou sofrer muito dano de um determinado elemento ou fator, o nosso personagem pode ganhar uma fraqueza, ela te dá um ponto de talento em troca de desvantagens, é opcional aceitar ou não a fraqueza.

Apesar do jogo ser um single player não jogamos sozinho. Durante a jornada, iremos encontrar “Companions”, NPCs que podemos convidar para nossa nave e que podem nos acompanhar durante o jogo. Ao sair da nave, podemos escolher até 2 NPCs para nos acompanhar, cada um possui uma história, bônus e aumentam nossa capacidade de inventario. Os bônus atuam diretamente nas habilidades, aumentando nossos pontos de persuasão, mentira, intimidação, entre outros e alguns companheiros possuem talentos que aumentam nossa capacidade de cura dano. Além dos bônus, todos os companheiros têm habilidades especiais que causam muito dano a inimigos e podem te ajudar a sair de situações difíceis.

Durante a nossa jornada iremos passar por planetas, estações espaciais e vários laboratórios, e os gráficos estão ótimos. Todo o ambiente é bem detalhado, os planetas possuem atmosferas e faunas diferentes, tudo é muito vivo e rico. As cidades possuem vários locais, todos bem detalhados e quando estamos em orbita dentro da nossa nave, podemos ter a visão do planeta que é uma bela vista digna de screenshots. O som do jogo é ok, não temos áudio em português, somente legendas. O som das armas e dos efeitos no geral não é nada demais, mas a dublagem dos personagens está ótima, eles interagem entre si durante o jogo e passam a impressão de que você não está jogando sozinho. A otimização está excelente, e mesmo com um PC modesto você irá conseguir jogar com gráficos lindos acima de 60 fps.

A jogabilidade é muito boa, temos vários níveis de dificuldade que agradam desde aos jogadores que só querem ver a história, até os mais hardcore que querem um desafio. Temos um sistema de camuflagem que possibilita fazer objetivos em modo furtivo, ou podemos simplesmente chutar o balde e ir no tiro porrada e bomba, aliás tome cuidado porque o jogo deixa você atacar qualquer NPC.

Nosso personagem tem uma habilidade que diminui o tempo facilitando acertar os pontos vulneráveis dos inimigos e temos uma kill cam que ativa as vezes. As quests são interessantes e bem-feitas, todas têm decisões morais e consequências e você não terá que atravessar mapas inteiros somente para falar com um NPC. O único ponto da jogabilidade que pode incomodar é a durabilidade dos itens, todos os itens têm uma durabilidade que abaixa quando tomamos dano ou quando utilizamos as armas, nas maiores dificuldades isso pode incomodar no início, mas é controlável assim que você conseguir alguns níveis e adicionar os talentos que ajudam nesse fator.

O jogo tem poucos bugs e não encontrei nenhum que impeça a progressão. O principal bug é o corpo dos inimigos sumir dentro da terra ou sair voado após os inimigos serem abatido com munição pesada ou ainda com um dano de corpo a corpo carregado. Existem vários locais que seriam inacessíveis sem uma quest, mas que podem ser acessados por causa do terreno em volta, com algumas tentativas você pode pular e “bugar” alguns muros/cercas e portas. O “bug” que várias pessoas estão usando para fazer speedrun é que ao matar os NPCs das quest, elas são completadas e você pode avançar para a próxima.

The Outer Worlds traz uma história que começa um pouco fria, mas que após a primeira hora se torna uma bela jornada que deixa um gosto de quero mais. Temos várias críticas ao sistema capitalista, 3 finais diferentes, além de cada companheiro e NPCs principais também terem um destino diferente, tudo isso de acordo com as decisões e ações tomadas pelo jogador. O jogo é muito bom, está com um preço muito camarada em sua versão de PC, vale a pena comprar, além disso, está disponível no Xbox Game Pass, então se você já possui o Game Pass não perca tempo e embarque nessa aventura.


Confira a Live de The Outer Worlds:

The Outer Worlds

9

Nota

9.0/10

Positivos

  • Gráficos
  • História
  • Otimização
  • Jogabilidade
  • Preço (PC)

Negativos

  • Som poderia ser melhor

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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