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Resident Evil 3 Remake – Corre que lá vem o Nemesis | Análise

Jogo mostra que a Capcom continua no caminho certo.

Analisado no Xbox One X


Enfim Resident Evil 3 Remake está entre nós. Mas acho interessante começar essa análise falando do jogo anterior, Resident Evil 2.

Para quem não se lembra, RE 2 Remake saiu em Janeiro de 2019 e se tornou um dos melhores jogos do ano, não por acaso sempre figurando na lista de premiações, além de ser considerado por muitos o melhor remake de um jogo já feito. Isso tem explicação. Primeiro pelo excelente motor gráfico RE Engine que entregou gráficos espetaculares. Segundo porque conseguiram manter quase todo o enredo do jogo intacto, mesmo refazendo o game do zero e o terceiro e principal motivo, conseguiu manter o clima de survival horror que consagrou o original.

Pois é, mas agora estamos em Abril de 2020 e a Capcom traz Resident Evil 3 e muito mais expertise no ramo dos remakes, trazendo novamente a vida o Resident Evil 3: Nemesis, um jogo muito adorado pelos fãs da franquia.

Para quem não se lembra, este jogo conta a história de Jill Valentine, que depois dos acontecimentos do primeiro jogo da série, quer sair de Raccoon City no auge da contaminação da cidade pelo vírus que transforma todos em Zumbis. Falando nisso, incrível que também estamos passando um momento onde travamos, como Jill, uma batalha contra um vírus avassalador. Mas voltando ao game, nossa heroína tem mais problemas, ou melhor, um gigantesco problema: Nemesis. Apesar de até divertida, não espere muito da história, que apenas está ali para cumprir seu papel, nada mais.

Diferente da maioria dos meus reviews, este vou começar pelo gráfico. Sim, RE Engine se mostra em todo seu esplendor neste jogo, trazendo um realismo inacreditável quando lembramos do jogo original lá de 1999. Os personagens, a cidade, tudo perfeito, com detalhes em todos os cantos que até dá vontade de ficarmos apreciando, se não tivesse um monstro gigante em nosso encalço. Além disso, os momentos de tensão ficam ainda mais valorizados graças a fantástica trilha sonora do jogo.

Para quem não conhece, diferente do RE 2, Resident Evil 3 não é exatamente um jogo survival horror, mais puxado para um jogo de ação com muitos elementos de terror. Podemos até dizer que o jogo tem 2 atos, o primeiro onde esses elementos são bem distribuídos e no segundo, onde a ação é totalmente predominante. É bom dizer que isso não é um ponto negativo, mas sim uma característica do game.

Em relação ao gameplay, podemos dizer que ele é muito parecido com o RE 2 Remake, mas com algumas alterações. O gerenciamento do inventário é bem mais tranquilo, já que elementos de cura e munição são muito mais abundantes. Além disso, este jogo é muito mais frenético, onde realmente Jill precisa se movimentar muito no mapa e quase sempre atirando. Para deixar o jogo mais rápido, agora temos a opção de esquiva, muito útil quando precisamos passar correndo em um lugar cheio de zumbis, mas que exige um pouco de perfeição no timing para não ser pego pelos mortos-vivos.

Apesar de alguns lugares nos dar uma maior movimentação, o jogo ainda nos traz no sistema de corredores, mas que desta vez é mais utilizado para dar ritmo ao jogo, possibilitando uma aniquilação mais fácil de nossos inimigos, mesmo quando em grandes quantidades.

Essa ação frenética se dá muito por conta do outro protagonista do jogo. Não, não estamos falando de Carlos, mas sim de Nemesis. Um monstro que uma boa parte do tempo vai estar atrás de você, surgindo do nada, quebrando paredes e pulando de um lugar para o outro. Uma das coisas que eu gostei muito é que as lutas com Nemesis não se resume a atirar de qualquer jeito no bichão. Existe um quezinho de estratégia que deixa os combates mais divertidos. Agora, se prepare para ficar de queixo caído com as cinemáticas tanto antes quanto depois das lutas com Nemesis, um primor.

É bom salientar para os mais puristas que muitas coisas do RE3: Nemesis foram deixadas para trás e sei que isso vai ser um ponto muito comentado. Mas sinceramente não achei que influenciou muito no game. Mas tiveram sim coisas que me incomodaram um pouco.

Vou começar pelo Nemesis. A ideia dele estar sempre atrás de nós é muito bem feita, mas as vezes sentimos que, a sensação de terror que isso deveria nos passar é substituída pela sensação de incômodo. Com certeza não deveríamos sentir isso.

Outra coisa que incomoda ainda é a fórmula de ir de um ponto A para um ponto B para a solução de alguns problemas ou pegar um item e voltar ao ponto A. Isso torna as vezes a sensação de andar pelo mapa apenas uma obrigação, fazendo falta alguns quebra-cabeças mais elaborados. Também como disse, o roteiro do jogo é bem mais ou menos, mas é lógico que a história nunca foi um ponto exuberante da série. Além disso, muitas vezes parece que estamos sempre fazendo a mesma coisa, devido a repetição que o jogo proporciona no decorrer da aventura.

Outra coisa que muitos vão chiar com certeza é a duração do jogo. É possível fechar o game em 5 horas tranquilamente. Com certeza poderia ser um pouco maior, mas é bom salientar que Resident Evil 3 Remake nos convida a re-jogar diversas vezes.

Residente Evil 3 Remake mostra que a Capcom retomou seu caminho glorioso, conseguindo um motor gráfico exuberante e agora também conseguindo recriar clássicos de uma forma espetacular. Se não foi uma revolução como RE 2 Remake quando foi lançado, este novo remake mostra que a companhia consegue passear entre diversos gêneros com excelência. Agora, é claro, com tudo isso em mão, nos resta a sonhar com um novo jogo da franquia: Residente Evil 8.

Para dar uma compensada na campanha curta, Residente Evil 3 Remake recebeu um modo multiplayer chamado Resident Evil Resistance, um multiplayer assimétrico onde quatro jogadores tem que sobreviver a todas as armadilhas criadas por um quinto jogador. Mas esse modo analisaremos separadamente, já que poucas pessoas estavam jogando no momento da análise, pois o jogo não saiu ainda oficialmente.

Resident Evil 3 Remake

8

Nota

8.0/10

Positivos

  • Gráficos
  • Excelentes Cinemáticas
  • Ação frenética
  • Conteúdo para re-jogar

Negativos

  • Curto
  • Repetição
  • Retirada de algumas partes do original

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.
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