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Deathloop – Morrer pode ser sim divertido | Análise

Arkane mostra que uma boa história e mecânicas interessantes fazem um bom jogo.

Analisado no PlayStation 5


Não tem como. Ao entrar em Deathloop você já sabe que o jogo é mais uma produção da Arkane, um dos estúdios pertencentes da Bethesda, que chegou para PlayStation 5 e PC.

Para quem não se lembra, a Arkane é responsável por jogos como Dishonored, Prey e Wolfenstein: Youngblood. Apesar de jogos de sucesso, o estúdio ainda precisava se afirmar no mercado, mas será que esse jogo poderia ser Deathloop?

Em Deathloop, um jogo em primeira pessoa, estaremos no papel de Colt, um homem que acorda em uma praia, mas não se lembra onde está ou quem mesmo é, mas percebe rapidamente que há muita gente querendo, e muito, matá-lo.

Na realidade, Colt se encontra na ilha de Blackreef e está preso em um loop temporal. Para conseguir sair desta só há uma saída, matar oito indivíduos chamados Visionários, antes que o dia acabe, ou ele morra, pois aí começa tudo de novo. Um detalhe interessante é que teremos 4 momentos para conseguir isso: Manhã, Meio-Dia, Tarde e Noite. Se lendo isso parece ruim, saiba que ainda existe Julianna, a protetora dos Visionários que também lembra de tudo o que acontece e está ali para dificultar ainda mais o caminho de Colt na tentativa que esse círculo vicioso se encerre.

Olhando assim parece um pouco confuso, mas o que a Arkane fez foi um jogo pensando exatamente na repetição. Sim, morrer faz parte, literalmente, e o mais importante é que você pode voltar a vida usando o Residium. Com ele você não perde seus equipamentos, armas e faz com que a progressão no jogo seja algo muito satisfatório, bem diferente de outros jogos.

O que chama a atenção é que Deathloop começa com uma dificuldade já elevada, o que obriga o jogador a ter uma grande precaução e ficar o mais stealth possível. Lógico que com o tempo, vamos pegando mais habilidades e mais Residium, o que faz com que possamos jogar mais francamente com nossos inimigos.

Em termos de jogabilidade, o DNA da Arkane está bem presente, com movimentos bem fluídos, armas bem feitas e, não poderia deixar passar, habilidades mais puxadas ao sobrenatural. E com o tempo, tudo isso vai se aperfeiçoando, fazendo que o jogador possa ter várias opções de abordagem durante a jogatina. Não deu certo de um jeito, depois de morrer você pode tentar de outro e assim ir avançando durante o jogo. Mas atenção, quanto mais você explorar, ler, ouvir e observar, mais fácil você vai solucionar os quebra-cabeças e conseguir seu objetivo.

Apesar de parecer confuso, a Arkane acertou o tom em Deathloop, tornando um jogo em certos momentos viciante, além de que aprendemos com cada erro (ou morte) e com jeitinho, conseguimos progredir.

Além disso, Deathloop nos deixa livres para escolhermos armas, combates e traz uma certa verticalidade ao mapa, dando ainda mais opções de como chegar aos diversos lugares. Um interessante detalhe é que mais uma vez houve um bom uso do DualSense, o controle do PlayStation 5, onde o feedback háptico funciona de forma bem satisfatória, onde podemos sentir o carregar de nossa arma, ou até mesmo quando ele resolve travar!!! Uma coisa negativa ainda é a Inteligência artificial dos inimigos, muito abaixo de outros jogos, ocasionando momentos de pura vergonha alheia.

Deathloop tem elemento multiplayer, onde um jogador, em uma determinada hora do dia pode invadir, como Julianna, o jogo de um outro jogador para tentar impedir Colt. Apesar de divertido e até certo ponto interessante, com certeza é algo que poucas pessoas vão querer ficar muito tempo testando esse modo.

Em termos de gráficos, o estilo Arkane está presente em cada detalhe, mas agora rodando em 4K, 60 fps e com direito a Ray Tracing. Tudo muito bem construído, bem modelado e que não apresentou nenhum grande problema ou bugs. Apenas achei que a interface do jogo um pouco confusa em determinados momentos e demora um pouco até que tudo aquilo fique em nossa memória.

Já na parte sonora, pode ficar sossegado. Deathloop conta com uma trilha sonora excelente, o que nos coloca ainda mais dentro deste loop temporal.

Uma outra coisa muito importante a dizer sobre a localização em nosso idioma. A dublagem do jogo está ótima, mostrando mais uma vez que vale sim a pena investir nisso. O único porém será se optar por jogar com legendas, que tem letras bem pequenas, o que pode dificultar para leitura em um jogo onde temos que ter muita atenção aos detalhes.

Mas e aí, Deathloop é o jogo que a Arkane precisava para se afirmar no mercado? Sim, Deathloop provou para o próprio estúdio que vale a pena investir em uma história bem elaborada. Foi tão bem montada que é incrível como o jogo, mesmo tendo que várias e várias vezes fazer quase que as mesmas coisas, acabou não sendo repetitivo.

Ao mesmo tempo, acho que está na hora de a Arkane rever a parte artística de seus jogos. É muito legal sabermos que é um jogo do estúdio já no primeiro segundo do game, mas ao mesmo tempo temos certeza que eles são capazes de se reinventarem e fazer coisas diferentes, principalmente agora que temos os novos consoles a disposição.

No final, Deathloop é um ótimo jogo que chega ao PlayStation 5 e PC, mostrando mais uma vez que uma boa história e uma mecânica interessante pode fazer um jogo, que tinha tudo para ser repetitivo, se tornar muito, mas muito bom.

Deathloop

8.7

Nota

8.7/10

Positivos

  • Ótima história
  • Várias opções de abordagem
  • Boas Mecânicas
  • Ótimo gameplay

Negativos

  • Jogo complexo
  • Gráficos já datados
  • Menus complicados
  • Armas sem grandes diferenciais

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.
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