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Clair Obscur: Expedition 33 – Artisticamente dinâmico e agradável! | Análise

Visualmente, o game é inegavelmente estiloso e fabuloso, beirando a uma obra de arte renascentista, bem como sugere o título “Clair Obscur”

Analisado no PlayStation 5


Clair Obscur: Expedition 33 é um RPG por turnos desenvolvido pela Sandfall Interactive e publicado pela Kepler Interactive. O jogo está disponível para PC via Steam, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Ao experimentar Clair Obscur: Expedition 33, tive uma grata surpresa, inclusive visual — o jogo é lindíssimo, sem dúvida. A Sandfall Interactive entregou uma proposta interessante, incorporando uma ampla gama de influências em sua criação.

Na história, o jogador é apresentado ao mundo de Lumière, que vive sob uma maldição imposta por uma entidade maléfica chamada Artífice. Essa figura condena pessoas à morte com base em um número exibido em um monólito localizado em um continente distante, mas visível para todos.

Em mais uma tentativa de combater o terrível destino, os moradores de Lumière se organizam em expedições para o tal continente, com a missão de derrotar e pôr fim às atrocidades de Artífice. As pessoas que foram e não voltaram, ficaram conhecidas por seus números de Expedição. Neste jogo, assim como fica bem óbvio com o título, controlaremos os integrantes da Expedição 33, que percebem que deu tudo muito errado, assim que colocam seus pés no tal continente. A história por si só já deixa claro que drama é epicentro dessa narrativa, uma vez que os protagonistas possuem motivos pessoais para estarem ali, algo que sobressai a necessidade de se sacrificar pelo bem geral.

Com um desenvolvimento bem satisfatório, os personagens vão provocar certa conexão com o player e no final vai ser possível se sentir próximo a eles, e isso é tão orgânico, que você nem conseguirá dizer em qual momento se afeiçoou. Seus planos de fundo, as dores, e objetivos são muito bem expostos, e ao associar isto a uma dublagem em inglês com tamanho apelo dramático, torna a obra ainda mais profunda.

Narrativamente, o jogo possui um ritmo agradável, no qual é possível se manter entretido com tantos mistérios que circundam os protagonistas, sendo possível solucioná-los gradativamente. O foco principal do jogo, logo no início da gameplay, é explicar detalhadamente como suas mecânicas funcionam durante os combates, bem como sua exploração. É muito nítido o carinho dos desenvolvedores no que diz respeito homenagear RPGs japoneses, associado a uma inspiração próxima de jogos de ação em terceira pessoa, para tornar o game mais acessível. Entretanto, o jogo falha um pouco, ao não inserir em sua tela um mapa que ajude no direcionamento do player. Essa falta de mapa torna a navegação pelo cenário um pouco confusa, seja para exploração, entrada ou saída de calabouços.

O combate é bastante interessante, apesar de ser por turnos, pois ele evidencia sua mescla de inspirações, utilizando recursos de estilos diferentes de jogos, para lançar magias, desferir golpes e manejar outros movimentos essenciais para ação. Essas ações podem ser movidas por quick time events, que é quando você clica em botão e deixa o pau torar, seja com a magia alcançando seu pico mais poderoso de cura, ou simplesmente ter um combo de cinco acertos seguidos, ao invés de três. “Mas Thiago, esse tipo de mecânica já existia em RPGs de turno.” Sim! Porém, em Clair Obscur, temos um destaque para o fato de que essas mecânicas são cruciais para que você vença uma batalha. Enfrentar inimigos ou chefes mais elevados podem experenciar uma tática na qual esquivar ou apenas aparar um golpe, é muito mais eficaz do que simplesmente aumentar o nível ou explorar fraquezas pré-existentes.

Clair Obscur: Expedition 33 é bastante consistente enquanto se equilibra na corda bamba entre RPG de turno e jogos de ação. Embora os sistemas possam parecer conflitantes durante suas execuções logo de cara, conforme vamos jogando, essa impressão de atrito de ideias desaparece, tornando a experiência bastante agridoce de um jeito bom!

Visualmente, o game é inegavelmente estiloso e fabuloso, beirando a uma obra de arte renascentista, bem como sugere o título “Clair Obscur” que se refere a uma técnica de pintura da época, no qual manipulava-se o contraste da composição. Seja no quesito figurino, movimentação e design geral, a direção de arte entregou muito nesses aspectos, exibindo texturas, jogos de contrastes, luz e muita polidez, que associado a uma história que te prende, torna a experiência ainda mais imersiva. A trilha sonora é harmônica com o que o jogo propõe e é um dos pontos altos da trama, que ao se chocar com a localização das legendas em português do Brasil fica ainda mais prazeroso de acompanhar.

A Sandfall Interactive se dedicou muito e isso fica claro ao notar as especificidades que o mundo de Expedition 33 entrega. Os monstros, personagens, paisagens, trajes e detalhes são belíssimos. Ou seja, Clair Obscur: Expedition 33 é um jogo que merece estar em sua biblioteca por toda sua bagagem interativa, artística, narrativa e visual.

Clair Obscur: Expedition 33

9

Nota

9.0/10

Positivos

  • Gráficos
  • Trilha sonora
  • Legendas em português-Br
  • Inspiração em JRPG e jogos de ação

Negativos

  • Falta de mapa na tela para orientar o jogador

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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