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Confira nossa análise de Resident Evil 7

Quando foi anunciado na última E3, tenho que admitir que me interessei muito por “Resident Evil 7, principalmente porque minutos depois já estava jogando uma demo liberada pela Capcom.

Eu, como muitos jogadores, sentiram que a série já tinha se desgastado, principalmente depois de “Resident Evil 6”, que se não é um jogo ruim, não inova em sua fórmula e traz apenas mais do mesmo, afastando ainda mais a série do survival horror e fazendo ser apenas mais um jogo de ação.

Mas, uma das coisas que acho mais importante na indústria, é que a Capcom percebeu isso, e teve a coragem de mudar tudo e dar um reboot trazendo de volta a série a sua marca registrada que é o horror e a sobrevivência.

E eles fizeram direitinho a lição de casa. Até mesmo as demos. Se elas realmente não contam quase nada sobre o jogo, ao iniciarmos “Resident Evil 7”, percebemos que aquelas horas atrás de um dedo, de uma janela ou mesmo só de ver aquela fita, faz com que o jogo já comece sendo totalmente familiar. Isso facilitou em muito a sensação de ambientação do game, tornando tudo para o jogador muito mais intuitivo, sem precisar passar por todo um tutorial.

Para se situarmos dentro do contexto da franquia, RE 7 se passa no presente, logo após os acontecimentos do RE6.

O jogo conta a história de Ethan, um homem a procura de sua esposa, que pensava estar morta há 3 anos. Mas passado esse tempo, Ethan recebe algumas fitas que mostram sua esposa viva e isso faz com que nosso herói decida sair a procura de sua amada.

E essa investigação vai levar o protagonista até a casa da família Baker, que de normal não tem nada. A princípio parece uma loucura sem tamanho, mas com o desenrolar da história vamos percebendo o quanto de Resident Evil está embutido ali. E, as alegações de muitos jogadores que o game não é um jogo da série vão todas por água abaixo conforme vamos jogando.

A grande diferença é que antes tudo tinha um vasto campo de ação, hoje apenas representado por uma casa, que não é tão pequena, já que por vezes estaremos fora dela, numa espécie de sítio. Além disso, o que não falta são passagens secretas que teremos que averiguar para sabermos toda a história.

A principal mudança no gameplay é que agora jogamos em primeira pessoa. E aí vai mais um ponto positivo para os diretores do jogo. Em vez de seguir velhas fórmulas, consagradas até, preferiram perceber que o momento deste gênero está na primeira pessoa. Isso faz com que, com uma história bem trabalhada, a angústia, agonia, medo, e belos sustos possam ser bem melhores trabalhados do que se fosse em terceira pessoa. Isso não é novidade, jogos como “PT”, “Alien Isolation” e “Outlast” já usam essa fórmula e se deram muito bem.

Outro aspecto muito bem colocado na trama do jogo é que desta vez não somos um soldado treinado para combate. Não somos o Leon ou Chris e sim apenas Ethan, o que traz uma sensação de que não somos capazes de derrotarmos os desafios.

Dois elementos lá do começo da série de cara já são mostrados. O primeiro é que estamos em um espaço limitado e apertado onde cada virada ou abertura de uma porta pode estar reservado um susto ou um perigo. Isso faz com que tenhamos que pensar muito na estratégia que vamos usar e principalmente decorar o ambiente para que possamos tomar decisões rápidas.

O segundo elemento são os Puzzles. Teremos dezenas de quebra-cabeças para desvendar e muitos deles são bem elaborados. Isso faz com que RE7 se aproxime ainda mais dos primeiros jogos da franquia.
Os comandos do jogo são bem feitos e traduzem ainda mais essa volta da série para suas origens. Todos eles são bem simples e por que não dizer que funcionam até melhor do que os últimos jogos da franquia. Percebemos que as armas foram muito bem feitas e calibradas e muitos elementos do passado funcionam, como por exemplo usarmos o mesmo comando dos primeiros jogos da série, podendo virar nosso personagem em 180 graus.

Para sobrevivermos a tudo, teremos que explorar o ambiente, atrás de ervas medicinais, acessórios, elementos para combinarmos, armas e munições. Mas cuidado, o espaço em nossa “Bag” é bem limitado. Por isso, temos espalhados pelo jogo os baús, onde podemos deixar os itens que não vamos usar naquele momento.

Apesar de todo jogo ter um salvamento automático, a Capcom introduziu o gravador, na qual podemos salvar em diversos slots nossa progressão. Aqui uma dica: conforme você for jogando, é sempre bom deixar vários saves diferentes. Isso faz que, caso não consiga por algum motivo não passar de uma determinada fase, retornarmos com um save para um momento anterior e seguir o caminho tomando outras táticas.

Para que toda a ambientação funcionasse, a Capcom sabia que precisava trabalhar bem nos gráficos e no som. E os resultados foram excelentes. Os gráficos estão lindos, ou melhor, horripilantes. Mas tudo com um excelente desgner. Tudo foi muito bem desenhado e idealizado. As texturas estão muitas vezes bizarras (no bom sentido), os personagens que nos trazem ainda mais perto da realidade e os objetos muito bem moldados. Destaque para a iluminação do jogo que brinca a todo momento com cenas de sombra, escuridão e claridade. Em termos de gráfico, podemos considerar um dos melhores da nova geração, pelo menos nesse gênero. O som, apesar de bem sutil, nos traz uma imersão ainda maior, coisa que todo jogo de horror precisa.

Outro ponto positivo para a Capcom foi finalmente ter feito a localização para nosso idioma, trazendo menus e legendas em português. E não foi só um bom trabalho de tradução não. Como o jogo se passa em Dulvey, na Lousiana, nada mais correto que colocar nosso “caipirez” na localização, o que ficou muito engraçado e deu muito resultado.

Lógico que “Resident Evil 7” tem seus problemas. O primeiro são os loadings, que apesar de não serem freqüentes, quebram um pouco a imersão no jogo. Outro ponto que percebemos foi que apesar do gráfico magnífico do jogo, em algumas partes ao mudar da sala algumas texturas demoram para carregar e alguns monstros faltaram um pouco de polimento. Outro probleminha reparado foi que em alguns momentos faltou uma melhor sincronização entre a animação e as falas. Mas, tenho que admitir que são problemas muito pequenos perto dos pontos positivos do jogo.

Ouvi algumas pessoas que reclamaram do tempo do jogo, cerca de 10 horas. Não vou incluir isso nos pontos negativos. Até porque o que reclamamos é que queríamos jogar mais, já que o game nos agradou muito. Fora isso, sabemos que, como em outros jogos da franquia, existe o fator replay, principalmente na tentativa de fazer um speed-run para fecharmos o jogo no menor tempo possível.

Se a intenção era voltar para os elementos que consagraram a série, “Resident Evil 7” fez seu papel. Mostrou que podemos ter, mesmo que trancafiados num pequeno lugar, mas que se tornou um microcosmos, todos os principais elementos positivos da franquia.

Terror no PlayStation VR*

Se você é o feliz proprietário do headset de realidade virtual da Sony, espere por muito mais sutos, muita tensão, e muito enjôo (apenas para algumas pessoas claro).

“Resident Evil” em realidade virtual é algo inexplicável, se você nunca experimentou a realidade virtual, seja ela em celulares, pc ou no PSVR, posso escrever, falar, mostrar em vídeo no YouTube que nada será parecido com sua experiência real.

O jogo é o mesmo do modo normal, mas jogar em realidade virtual te leva literalmente para dentro da casa dos Baker. No jogo não vemos um corpo assim como no jogo sem o PSVR, o que enxergamos são dos braços que se movem apenas nos momentos de tiro, puzzles e interação geral com itens. Confesso que as vezes não soube o que realmente estava acontecendo por falta de um “corpo”. Por exemplo, bem no final quando o Boss nos pega pela perna, demorei para entender que ele tinha me puxado por ali, mas tirando isso(que é algo mínimo) a experiência é incrível.

Atirar com as armas de fogo se torna muito mais fácil do que no jogo original, pois para mirar basta virar nossa cabeça, e quando quiser, basta apertar R2 para dar vários headshots. Dessa forma o analógico direito que seria para mirar, se torna inútil.

Além disso, o óculos virtual nos permite olhar além do jogo, por exemplo, há uma van logo no começo, mas não conseguimos olhar dentro dela para ver detalhes, com o óculos basta colocar nossa cabeça para frente e estará dentro da van, isso se torna muito útil também para espiar o que poderá ter no próximo corredor sem ter que andar com o controle.

O óculos funciona muito bem, mas se você tiver um PS4 PRO, os gráficos ficarão 10 vezes mais nítidos e bonitos.

Por tudo isso, a Gamers e Games dá o selo Platina para “Resident Evil 7”.

*Com a colaboração de Ricardo Calonga

Confira nossa Live de Resident Evil 7:

Confira o primeiro episódio da série Resident Evil 7 no Playstation VR:

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.

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