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Shenmue 3 – Feito de fã para fã | Análise

A nostalgia falou mais alto e foi entregue exatamente o que se esperava, uma continuação direta. Confira nossa análise.

Analisado no PlayStation 4


Em 1999 Shenmue foi lançado para Dreamcast, naquela época, tínhamos um jogo revolucionário, com gráficos deslumbrantes, modo história envolvente o que fez muita gente desejar o console. Shenmue foi para o Dreamcast o que The Legend of Zelda: Ocarina of Time foi para o Nintendo 64 (sem exageros!!)

Pegando carona nesta comparação, imagine que após 18 anos, a Nintendo utilizando-se de um financiamento coletivo faz uma continuação direta desse Zelda e que não tenha ficado tão bom assim. É exatamente a sensação que se tem ao se aventurar em Shenmue 3.

O criador Yu Suzuki junto com a Deep Silver, deram ouvidos aos fãs da série que esperaram longos anos para finalmente terem o desfecho de Ryo Hazuki em busca de vingança contra a morte do seu pai, porém, até onde uma franquia, uma sequência feita através de um financiamento coletivo pode ser uma boa ideia?

Se deixar levar pelo saudosismo acabamos ignorando o fato de ser literalmente o mesmo jogo de 1999, tanto estilo gráfico quanto na jogabilidade. Provavelmente por medo de entregar algo diferente do que os fãs queriam, fez a desenvolvedora seguir à risca todos os preceitos da franquia, fazendo pouquíssimas alterações, ficando um game datado.

Os diálogos com os NPCs estão mais detalhados se comparado aos antecessores, porem isso não muda o fato de ser maçante em diversos momentos, o game lhe obriga a conversar com todos que aparecem a sua frente inúmeras vezes, o que acaba deixando a jogatina lenta, ainda mais para um jogo que tem como premissa as artes marciais, e não apenas um game investigativo.

Outro ponto a se destacar é que Shenmue é fiel a “vida real” do protagonista, dito isso, você precisa se exercitar para ficar mais forte, comer, dormir, trabalhar para ganhar dinheiro e com esse dinheiro comprar comida etc. Não é algo negativo e convenhamos é bem normal em games para os jogos desta geração, o que pesa aqui é o fato de que em Shenmue esse processo é longo e continuo por toda a jornada.

Para compensar essa longa jornada entre conversas, trabalho, exercícios e a gerencia do personagem, o game tem um viciante sistema de luta, fazendo com que os combates sejam desafiadores, estratégicos e recompensadores. Com quick time events bem feitos, uma I.A (inteligência artificial) envolvente, Shenmue 3 não erra neste quesito e faz jus a continuação, mesmo depois de todos esses anos.

Os cenários são uma bela homenagem a toda a história das artes marciais, com Dojos, figurino, trilha sonora e ambientação, tudo com um nítido cuidado, ainda que você tenha a sensação de que poderia ser mais belo se fosse mais ousado, aproveitando melhor o poderio da atual geração de consoles.

Um aspecto importante em um game com propósitos mais profundos como da saga Shenmue, é a sua trilha sonora e de fato seja talvez o melhor a se elogiar em Shenmue 3.Calma quando necessária e enérgica nas batalhas, é um trabalho primoroso feito pela equipe de Yu Suzuki e da Deep Silver e só reforça o quão importante é para um game, qualquer que seja o gênero, o cuidado com a trilha sonora.

Em resumo, a sensação é de que Shenmue 3 não se preocupou com o tempo, com tudo o que poderia ser de melhor e os recursos disponíveis da atual geração. É um game feito de fã para fã, simples assim. A nostalgia falou mais alto e foi entregue exatamente o que se esperava, uma continuação direta, nos mesmos moldes e com melhorias gráficas e de jogabilidade.


Confira a Live de Shenmue 3

 

Shenmue 3

7.5

Nota

7.5/10

Positivos

  • Saudosismo
  • Sistema de batalhas
  • Trilha sonora

Negativos

  • Gráficos defasados
  • Conversas maçantes com NPCs
  • Sistema de evolução do personagem

Thiago Bonito

Administrador, apaixonado por vídeo game, já sofri quando queimei meu Atari, super fã de jogos clássicos e economizando até a alma para comprar o PS5 no dia do lançamento
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