Shattered – Tale of the Forgotten King | Análise

Jogo cedido pela Nuuvem, em parceria oficial com a Plug in Digital

Jeferson Vasconcelos31/05/2021Última Atualização 02/06/2021

Analisado no PC

Shattered – Tale of the Forgotten King é um RPG de ação e aventura, desenvolvido pela Redlock Studio e publicado pela Plug in Digital, lançado para PC em 17/02/2021, com prováveis versões para console chegando mais tarde.

Shattered mistura elementos “souls like” com plataforma, uma combinação diferente e interessante que diverte do início ao fim.

Em Shattered – Tale of the Forgotten King nós jogamos como um “viajante”, um personagem sem nome que vaga nas ruínas de uma civilização, com a missão de derrotar os ”demônios” que arruinaram esta terra e também tentar encontrar o “Rei” criador da civilização. A história é interessante e tudo vai sendo desenvolvido e revelado através de fragmentos de memória que serão encontrados explorando este mundo.

A jogabilidade é totalmente inspirada na de Dark Souls com a adição de muitas plataformas. Assim como na série Souls, o personagem possui vida, energia e magia, podemos executar ataques fracos, fortes, soltar algumas magias e esquivar. Temos o equivalente as fogueiras, onde podemos descansar, salvar e recuperar os itens de cura que também são limitados, para completar a experiência “Souls like”, podemos evoluir o personagem ou comprar itens através de uma moeda obtida dos inimigos mortos, assim como as almas.

Apesar das semelhanças, o título consegue se diferenciar ao introduzir plataformas, estas que não só abrem diferentes possibilidades para o combate, como mudam completamente a exploração.

Prepare-se para pular, pois a exploração aqui é feita de forma vertical e horizontal. São muitas plataformas para se fazer, algumas levam a morte certa, outras são mais amigáveis. Explorar é bastante interessante, existem vários itens escondidos pelo cenário, muitos destes só serão avistados e descobertos se o jogador decidir explorar, subindo em alguma construção ou caindo em algum pilar ou plataforma.

A cereja do bolo na jogabilidade foi a introdução de modos 3D e 2.5D. Sim, o jogo mistura as duas formas de câmera, modificando completamente a movimentação do personagem. Os trechos que contém as perspectivas 3D e 2.5D são fixos e você precisa se adaptar rapidamente a mudança de jogabilidade, mas fique tranquilo pois o jogo não é punitivo como a serie Souls.

A dificuldade é de fácil a moderada, os inimigos não são difíceis de se enfrentar e maior parte das minhas mortes aconteceu ao cair de alguma plataforma. O jogo não te pune por morrer, caso você caia para algum inimigo é só voltar e elimina-lo para recuperar as suas almas, cair de uma plataforma não faz com que você perca suas almas, aliás se a morte for certa é melhor cair de algum lugar do que ser finalizado por algum inimigo.

Os gráficos são simples, existe pouca variedade de modelos de inimigos, mas uma boa parte disso é compensado por um interessante uso da palheta de cores. A maior parte deste mundo é preenchido por preto ou cinza, contudo os elementos coloridos realmente tem cor. Seja, azul, verde ou amarelo, as poucas cores usadas, são usadas de forma certa, sendo quase impossível não notar os detalhes.

O áudio é um mix, os efeitos são um pouco genéricos, mas trilha sonora é muito boa. Infelizmente os sons das armas e magias são genéricos e possuem pouca a nenhuma variação, agora a trilha sonora é interessante, as músicas são relaxantes e mudam de acordo com a situação e o lugar que você se encontra, melhorando ainda mais a ambientação e exploração.

Embora Shattered – Tale of the Forgotten King seja uma aventura diferente e interessante, quase tudo vai por água a baixo por causa de bugs e problemas em geral. Para começar o menu inicial não funciona, para mudar a resolução e outras configurações é preciso acessar o menu dentro do jogo já com o controle do personagem. As animações de ataque e defesa são um pouco inconsistentes, é comum levar dano mesmo após ter em teoria desviado do golpe, a animação de esquiva também pode travar as de ataque, sendo preciso realizar outra esquiva para “desbugar”. Agora o pior de tudo são os problemas e bugs relacionados ao cenário, basicamente é possível ficar preso em qualquer parede ou elemento e isso ocorre frequentemente quando você usa a esquiva perto de uma parede ou até mesmo uma pequena pedra, algumas plataformas também são afetadas por este problema o que torna alguns pulos frustrantes de se fazer.

Apesar dos problemas encontrados, no geral Shattered – Tale of the Forgotten King consegue fornecer uma boa experiência. O preço é justo, este é um título que eu recomendo para quem procura por uma experiência “souls like” mais tranquila e menos punitiva. Agora tenha em mente que fazer plataformas é algo comum durante a jogatina, assim se você não gosta de pular por ai é melhor passar longe deste título.