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Death Stranding Director’s Cut – Uma nova visão de um mundo devastado | Análise

Versão para PlayStation 5 inclui melhorias que dão ainda mais brilho ao jogo de Kojima.

Analisado no PlayStation 5


Após 2 anos de seu lançamento, Death Stranding, primeiro jogo de Hideo Kojima após sua saída da Konami, chega ao PlayStation 5 através de Death Stranding Director’s Cut. Com várias melhorias, jogo chega ao console de nova geração da Sony trazendo muitas novidades.

Em minha análise do jogo há quase 2 anos atrás (que você pode ler aqui), eu lembro de ter começado dizendo que ele traz sensações ambíguas para os jogadores. E ainda continuo acreditando nisso. Goste ou não, é evidente que o jogo acaba te marcando de alguma forma, seja no ótimo enredo ou seja nas solitárias tarefas que Sam Bridges tem que realizar para cumprir com sua jornada no jogo.

Queria fazer um adendo a aquela análise, no qual acho que, sem querer, Kojima acabou acertando em cheio, em trazer a todos um mundo isolado, no qual as esperanças são depositadas em poucas pessoas que mesmo nem sendo heróis, trazendo consigo seus problemas e dificuldades de um ser humano, tende a unificar novamente um povo, mesmo que nem saiba direito como fazer. Foi um pouco do que vimos depois desta terrível pandemia de Covid-19 que assola ainda nosso planeta.

Nesta análise, vou destacar as novidades da versão de Death Stranding Director’s Cut e contar um pouco como isso modificou a jogabilidade do jogo original, que saiu para PlayStation 4 e depois para PC.

Nunca Estamos Sozinhos

Para quem nunca jogou, saiba que o jogo conta a jornada de Sam Bridges, um entregador que tem como missão atravessar um país, realizando algumas entregas na tentativa de tentar ligar os povos, que após um evento chamado de Death Strandig, onde boa parte do mundo foi destruída e os povoados que sobraram acabaram ficando isolados.

Parece um enredo simples e de uma jogabilidade no estilo walk simulator, mas há muito mais por trás de tudo isso. Sim, não tem como negar que o que temos que fazer é ir de um ponto A para um ponto B, mas dizer que é só isso não é verdade. Há por baixo de tudo isso, uma história muito bem montada e que nos recompensa a cada parte que vamos progredindo.

Mas em nossa solitária caminhada pelo mundo onde o mundo dos Vivos se encontra com os dos Mortos, há um ponto em que Kojima se superou, onde podemos ver durante a jornada, a presença de outros jogadores, tudo na forma de pontes, cordas, estruturas, escadas e muitas outras coisas que nos ajudam e muito a chegar em nossos objetivos.

Mas não pense que isso é fácil, antes de mais nada temos que conectar a base onde estamos para aí sim nos beneficiar dessas ajudas e, lógico, também poder seguir nosso caminho e deixar nossas construções para os outros jogadores. Feito isso, com certeza poderemos ganhar alguns agradecimentos e também deixar alguns para aqueles que deixaram uma facilidade para nós.

Um mundo destruído, mas belo

O jogo de 2019 já tinha imagens belíssimas, mas em Death Stranding Director’s Cut, há algumas melhorias muito importantes que fizeram diferença.

A maior, de cara, é a possibilidade de jogar com 60 quadros por segundo. Apesar de existir um modo onde jogamos a 30fps, mas com uma qualidade melhor de imagem, realmente é na opção a 60fps que podemos verificar movimentos mais suaves e proporcionar uma experiência de jogo melhor, além de poder desfrutar, sem muitas perdas, todo aquele mundo que Kojima criou com maestria.

Uma ajuda em nossa caminhada

Uma das mudanças mais radicais que percebi nesta versão em relação ao jogo original, foi uma mudança sutil, mas muito importante no segundo capítulo.

Todos que jogaram Death Stranding, sabem que o segundo capítulo é o mais complicado, trazendo muitas dificuldades e, sim, se tornando para muitos o ponto onde preferiam abandonar o game. No Director’s Cut, Kojima incluiu um novo exoesqueleto, que melhora e muito nossos movimentos, uma arma nova e melhores tutoriais, ajudando e muito os jogadores a passarem deste ponto. Mas fique sabendo que as dificuldades ainda continuam, mas agora menos penoso que antes.

Construindo uma ligação entre os povos

Kojima provavelmente pensou em como os jogadores poderiam se ajudar ainda mais, já que, como falamos antes, muitas coisas que deixamos, ajudam a jornada de outras pessoas. E ele conseguiu.

A equipe trouxe algumas novidades, como novos tipos de pontes, equipamentos, corridas e até mesmo uma catapulta para lançarmos os nossos pacotes.

Lógico que teria que ter uma diversão extra para tudo isso. Por esse motivo, há agora algumas pistas de corridas e rampas de saltos que contam com tabelas de classificação, trazendo um ar de competição ao game.

Além disso, o jogo de PlayStation 5 ganha todos os extras que estavam apenas reservados para aqueles que tinha comprado no PC, como a colaboração com Cyberpunk 2077 e os itens de Portal e Half-Life.

Sensações em um mundo devastado

Como muitos jogos de PlayStation 5, Death Stranding Director’s Cut também faz uso do Dual Sense, o controle do novo console da Sony, dando uma maior sensação de imersão.

Além disso, o jogo se beneficia do áudio 3D Tempest, o que ajuda muito, já que em muitas ocasiões teremos que usar de sons para nos posicionarmos e escaparmos de nossos inimigos.

Apesar de ajudar, é bom ressaltar que essas introduções foram bem modestas se comparamos com outros jogos já lançados para o PS5, o que acabou nos frustrando um pouco neste quesito.

Dentro do velho há um novo mundo

Há uma adição muito legal em Death Stranding Director’s Cut com a chegada de uma área totalmente nova.

Essa área está dentro de um complexo que teremos que explorar de forma mais stealth para conhecermos uma parte da história que não conhecíamos. Mas atenção, para saber de tudo teremos que visitar essa nova área diversas vezes, já que precisamos cumprir alguns objetivos para aí sim podermos ir avançando. Então tenha um pouco de paciência.

Passagem entro o velho e o novo mundo

Se você já tem Death Stranding no PlayStation 4, saiba que poderá transportar seu save para o PlayStation 5. Mas lógico que nem tudo é tão simples.

Para que isso ocorra, saiba que precisará importar o save a partir do PlayStation 4, não sendo uma tarefa simples como deveria. Isso escancara ainda a dificuldade da PlayStation em unir as diversas versões dos jogos nesta transição entre gerações, coisa que o Xbox faz com maestria. Mas, pelo menos temos essa opção.

Ahh, lembrando que para transitar entre a versão de PlayStation 4 para PlayStation 5 terá que desembolsar um valor de R$ 50,40. Apesar de em minha humilde opinião valer apena o dinheiro extra, não gosto de ter que pagar por algo que já adquiri anteriormente, mas enfim…

Apesar dos erros, uma obra-prima

“Falem bem ou falem mal, falem de mim”. Sim, apesar de uma frase batida, vale e muito sobre o jogo e até mesmo nesta versão Director’s Cut. Death Stranding é um jogo sem igual, onde Kojima mais uma vez consegue criar um mundo onde acabamos nos imergindo e criando sensações, mesmo que elas muitas vezes sejam ambíguas.

Em um mundo que só nos transmite solidão, Kojima consegue criar uma trama que mostra que, mesmo não encontrando pessoas (ou outros jogadores), podemos sim estender uma corda ou deixar uma escada em um ponto estratégico para uma pessoa que não conhecemos, e ganharmos um “joinha” por isso ou um agradecimento mais efusivo em seu sistema social.

Lógico que o jogo tem seus erros, que na realidade nem considero erros, mas sim exageros, que deixam o jogo um pouco cansativo. Mas devemos lembrar que exageros é uma das marcas registradas de Kojima.

Vale sim muito a pena revisitar todo o mundo de Death Stranding no PlayStation 5 com a versão Director’s Cut. As novidades são bem introduzidas facilitando para pessoas que antes poderiam por algumas dificuldades largar o game logo no começo. E a nova história, em uma nova área, traz um frescor para a excelente história deste jogo onde o mundo dos vivos e dos mortos se encontram.

Confira neste vídeo de gameplay o início de Death Stranding – Director’s Cut no PlayStation 5:

Death Stranding - Director's Cut

9

Nota

9.0/10

Positivos

  • História excelente
  • Experiência melhorada
  • Melhorias na qualidade vídeo
  • Novidades

Negativos

  • Excesso em algumas missões
  • Um pouco cansativo

Marcelo Rodrigues

Old Gamer, se aventurando no ramo dos video-games deste o Atari. Já foi só do lado "Azul" da Força, mas hoje distribui sua atenção para todas as plataformas. Apesar de jogar todos os estilos, Adventures e Plataformas ainda tem um lugar especial em seu coraçãozinho.
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