Asteroids: Recharged – Bom, mas por muito pouco tempo | Análise

Apesar de bem feito, Asteroids: Recharged não consegue prender o jogador e se torna repetitivo.

Marcelo Rodrigues 24/01/2022Última Atualização 24/01/2022

Analisado no PlayStation 5

Como algumas pessoas sabem, sou um aficionado por jogos do Atari e não é pra menos, ele foi meu primeiro console, lá no começo da década de 1980.

Um dos jogos mais icônicos do Atari com certeza é Asteroids, jogo que foi lançado em 1979 e que passei horas e horas na tela da minha TV de tubo explodindo todos os Asteroids tentando sempre desviar dos pedaços que sempre insistiam em me matar.

O jogo foi um tremendo sucesso, tendo sido lançado várias continuações da franquia, a última foi em 1998 para PlayStation 1 pela Activision.

Pois bem, a espera acabou pois agora já temos a oportunidade de jogar Asteroids: Recharged, game que foi lançado para PlayStation 5 e 4, Xbox Series One e Series X | S, Nintendo Switch, PC e para o Atari VCS e vem com a proposta de revitalizar o clássico, mas será que isso é possível?

Podemos dizer que Asteroids: Recharged realmente é uma espécie de remake do original e, para quem não conhece, você está em uma nave (que é representada por um triângulo), onde podemos atirar e girar tanto para um lado como para o outro. Nossa munição é infinita e por isso, o melhor é atirar sem parar.

Mas lógico que não é só isso, para deixar as coisas um pouco mais complicadas temos algumas naves espaciais que passam de vez enquanto e a partir do instante em que aparecem na tela, já abrem fogo contra nós e pode ter certeza que os tiros são bem certeiros.

Mas não se enganem, o mais complicado mesmo são os asteroides que com o passar do tempo vão ficando cada vez mais complicados, exigindo muita atenção e habilidade do jogador para desviar de tantos objetos, e tiros, que estão na tela. Vale lembrar que podemos passar de um lado do outro da tela, o que funciona muito bem para algumas fugas bem planejadas.

No jogo original, tínhamos apenas 3 tipos de tamanho de rochas, agora, cada asteroide gera uma quantidade muito maior de pequenas rochas.

Mas lógico que temos algumas ajudinhas do jogo, os famosos power-ups, que podem, dependendo da sorte, dar maior poder de tiro, uma maior cadência, vários tiros ao mesmo tempo e até mesmo campo de força ou de bombas. O grande problema é que nunca sabemos qual Power-Ups vamos pegar e muitas vezes mais atrapalham do que ajudam.

O jogo possui 2 modos, o Arcade e o Desafio.

O Arcade é o mais tradicional, onde possuímos apenas 1 vida e vamos jogando e com o tempo o game vai se tornando cada vez mais difícil. Aqui uma coisa positiva, podemos jogar em co-op local.

Já a versão Desafio, são alguns objetivos que aquela fase nos desafia, tipo destruir uma quantidade X de Asteroides em X minutos. Existem alguns bem difíceis, mas a maioria dá para terminar depois de pegar alguns macetes. O número de desafios é até bom, são 30 ao todo. Esses desafios também podem ser jogados em 2 pessoas.

Mas e aí….então o jogo é bom? Vamos começar por um outro lado. O que será que os produtores queriam fazer? Digo isso porque os jogos feitos para o Atari eram de uma forma de consumo bem diferente com os de hoje em dia. E sim, Asteroids: Recharged é basicamente muito parecido com o jogo original, com a mesma fórmula, mas isso não funciona mais.

Por mais que Asteroids: Recharged tenha todo o seu teor nostálgico, ele é um jogo que após algumas partidas infelizmente se torna tão repetitivo que você quer parar de jogar. Isso porque o jogo é ruim? Não, mas não há o que fazer no jogo.

Com certeza, a opção do modo Desafio foi dar uma longevidade maior ao game, mas não funcionou. Mesmo nos desafios, há muita repetição e nem todos eles são interessantes, fazendo com que o jogador desista em questão de pouco tempo.

O grande ponto positivo do jogo é sua excelente trilha sonora, criada pela compositora Megan McDuffee, já bem conhecida no mundo dos games. Em relação a gráficos, tenha em mente que só existe o básico, e tudo o mais minimalista possível.

No geral, como já disse anteriormente, é sempre louvável vermos jogos antigos ressurgindo, mas Asteroids: Recharged mostra que nem sempre é fácil, que nem sempre o sucesso do passado vai ser alcançado novamente. Sim, mesmo que copiarmos tudo o que é de melhor, com certeza há vários elementos que só funcionam em uma determinada época. Talvez, Asteroids deveria ter ficado apenas no antigo Atari.