Babylon’s Fall – O que foi que aconteceu aqui? | Análise
Babylon’s Fall é até o momento, forte candidato a pior jogo de 2022 e dificilmente terá concorrentes a altura.
Analisado no PlayStation 5
Todos nós comentemos erros e temos que ter a sabedoria de aprender com eles. Neste contexto filosofal, esperamos que a PlatinumGames aprenda com os seus e nunca mais lance algo próximo ao que foi Babylon’s Fall.
Em 2018 Babylon’s Fall foi anunciado com uma interessante campanha promocional o que dava a entender nas cinemáticas demonstradas, inclusive em eventos como a TGA de 2021 que Devil May Cry havia se encontrado com Destiny.
Aos poucos, os vídeos de gameplay foram surgindo e a sensação de game genérico era inevitável. Se estivéssemos em 2014 muito provavelmente Babylon’s Fall teria tido certa relevância ainda que não seja um título inovador, a dinâmica entre a construção de personagem e atributos é interessante, porém datada se compararmos a outros títulos já consolidados atualmente.
O sensacional Bayonetta também desenvolvido pela PlatinumGames é um clássico e voraz game de ação com exageradas cenas de humor e uma protagonista carismática (um tanto quanto sensual) e o mínimo era ter algo parecido nesta nova empreitada do estúdio.
Jogos online precisam de dois alicerces fundamentais para sua sobrevivência: público e conteúdo. A empresa pode ter o melhor servidor, o melhor gráfico, a melhor jogabilidade, os melhores personagens, nada disso irá adiantar se não houver conteúdo suficiente e público para consumi-lo.
Ainda que a opinião acima possa ser controversa ou exageradamente resumida, lembre-se de Anthem, Mass Effect: Andromeda, Marvel’s Avengers dentre outros.
Voltando ao “famigerado” Babylon’s Fall, logo de início, uma das situações mais desastrosas que um gamer pode enfrentar é ser obrigado a preencher um longo formulário com dados pessoais, e-mails etc para ter acesso aos serviços online do game. Não que isso seja novidade e alguns títulos, como exemplo os da EA se faz necessário fornecer um e-mail para acesso aos servidores, porém aqui o receio era receber dentro de alguns dias um cartão da C&A.
Após enfrentar o primeiro boss do game, seu cadastro, é necessário criar uma classe sendo 3 opções: Huysian, especialistas em espadas; os Agavian, especialistas em machados e os Geleilion, especialistas em magias com ou sem cajados.
Algo péssimo ainda que bem alertado pelo game é que uma vez escolhida a classe não há qualquer opção de mudança. Caso você não tenha se adaptado com a jogabilidade da classe escolhida, será necessário simplesmente excluir a conta criada no game. Uma decisão tão importante sem ao menos saber se você irá ou não se adaptar com ela é um tanto quanto penosa.
Se ao menos a criação de seu personagem tivesse uma diversidade grande de opções tal como os apresentados na série “Souls”, mas nem isso Babylon’s Fall consegue se salvar o que demonstra um certo desleixo com o modelo dos personagens. Justiça seja feita, o figurino é criativo e pode até ser um leve atrativo para entusiastas de estilo.
A jogabilidade é bem cadenciada e há uma boa variedade de armas, combinações de combos, esquivas e golpes especiais, porém o fato do game não lhe dar a oportunidade de testar as outras classes de forma simples, fica praticamente impossível ter qualquer referência de qual delas é a mais adequada ao estilo do jogador.
Com testes abertos em 2021, os desenvolvedores de Babylon’s Fall parecem não terem ouvido o feedback do público ou simplesmente não quiseram se dar o trabalho de ouvir, pois é nítida as decisões fora da curva, principalmente se tratando de um jogo de serviço.
Graficamente parece que estamos jogando um game no final de geração do PlayStation 2, sem exageros. Serrilhados grotescos, efeitos de luz e sombra inexistentes dão a nítida impressão que o título está inacabado. Temos sim algumas partículas reluzentes e cores vívidas, mas é só. O modo online funciona após uns 20 minutos de espera até encontrar um player o qual estava desproporcionalmente avançado em HP e armas. Realmente um verdadeiro guerreiro ou muito provavelmente algum funcionário esperançoso da PlatinumGames.
A história é praticamente genérica e por não termos uma construção de fato do enredo, personagens surgem de forma aleatória na maioria das vezes para salvar o protagonista de alguma emboscada ou como uma espécie de alívio moral.
O único elogio de fato está na sua trilha sonora com composições que mesclam entre o clássico erudito ao orquestrado e que casam muito bem quando enfrentamos algum boss. Realmente parece que o time da PlatinumGames responsável pelas trilhas sonoras em seus jogos continua intacta.
Babylon’s Fall é até o momento, forte candidato a pior jogo de 2022 e dificilmente terá concorrentes a altura. A sensação é que estamos jogando um game abandonado no meio do caminho ou uma versão da versão da versão alfa de um título previsto para ser lançado em 2024.