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B.I.O.T.A. – Nostalgia difícil de se enxergar | Análise

No quesito gráficos B.I.O.T.A. traz uma pixel art simples que quase sempre é afetada pela paleta de cores.

Analisado no PC


B.I.O.T.A. é um metroidvania de ação e plataforma em 2D, desenvolvido pela Small Bros e distribuído pela Retrovibe. O título está sendo lançado hoje dia 12/04/2022 e no momento só possui versão para PC.

Com gráficos semelhantes aos clássicos do GameBoy e uma jogabilidade que precisa de melhorias, B.I.O.T.A. é um título que certamente vai agradar aos fãs do gênero, ao mesmo tempo que irá deixar outros loucos de raiva.

B.I.O.T.A.

Sem spoilers. A Terra foi atingida por um asteroide que carregava uma substância especial, os humanos descobriram que essa substância era a chave para viagens espaciais e começou-se uma corrida para achar mais dessa substância misteriosa. As grandes corporações entraram nesse jogo e conseguiram assegurar vários depósitos dessa misteriosa substância. Em B.I.O.T.A. você irá controlar uma equipe de mercenários contratada e enviada por uma dessas corporações para uma instalação de mineração, onde a equipe de superfície perdeu totalmente o contato com os pesquisadores e mineradores do local. No melhor estilo clichê espacial, a história aqui é legal e envolve aliens, mechas, submarinos e batalhas espaciais, se quiser descobrir mais terá de jogar.

A jogabilidade segue o padrão encontrado nos muitos metroidvanias com algumas adaptações, temos muita ação, plataformas, diferentes personagens e alguns equipamentos. O progresso aqui é um pouco diferente de outros metroidvanias onde é preciso adquirir habilidades para progredir, em B.I.O.T.A. é necessário explorar o cenário para se conseguir itens chaves e também expandir nossa bolsa de moedas pois é preciso uma certa quantidade de moedas para adquirir um dos personagens necessários para o progresso do jogo.

B.I.O.T.A.

Nós começamos essa aventura com quatro personagens, dois personagens extras podem ser adquiridos durante a jogatina sendo que um deles é necessário para o progresso do jogo e mais dois adicionais são liberados ao finalizar o jogo pela primeira vez. O interessante é que cada personagem é único, possuindo armas e habilidades exclusivas, ou seja, em teoria cada um deles é “melhor” para cada tipo de cenário, facilitando ou não seu progresso.

No quesito controles, temos uma combinação OK que funciona na maior parte dos cenários mas que certamente precisa de refinamento, pois os controles são os responsáveis por várias mortes. A movimentação é simples, o personagem pode correr, pular, agarrar, escalar pulando para subir em paredes, atirar, usar habilidades e acessar o menu, jogamos utilizando um controle de Xbox no PC e também o teclado, ambos os controles funcionam, mas algumas ações são falhas e te fazem apertar Alt+F4 de raiva.

B.I.O.T.A.

Se correr e atirar funcionam, pular e principalmente escalar pulando nas paredes são um problema. Durante a nossa jogatina tivemos inúmeras mortes causadas pela falta de precisão ou por falha nos comandos, as diagonais para cima não funcionam e fazem o personagem cancelar a ação e ficar parado, ou seja, dependendo do controle e da velocidade do jogador é comum encontrar situações onde o personagem pula e passa do ponto ou simplesmente decide que não vai mais agarrar a parede e cai a todo vapor.

Por causa desses fatores a nossa experiência foi afetada, pois este é um metroidvania desenvolvido de forma onde todos os mapas possuem algum tipo de dano que causa morte instantânea, além de vários objetos e inimigos posicionados de forma a pegar o jogador de surpresa para arrancar alguns pontos de vida. Para tentar amenizar a situação é possível salvar o jogo em alguns pontos espalhados pelo mapa, ou a qualquer momento desde que não tenha inimigos por perto e você não esteja em combate, mesmo assim existem exceções e alguns segmentos terão de ser enfrentados sem a opção de salvar.

B.I.O.T.A.

No quesito gráficos B.I.O.T.A. traz uma pixel art simples que quase sempre é afetada pela paleta de cores. A pixel arte é baseada em 8 bits e por isso não temos muitos detalhes nos personagens e níveis, com a exceção de alguns planos de fundo que foram bem feitos. O diferencial e também o calcanhar de Aquiles do jogo são as paletas de cores.

Temos o total de 54 variações de paleta de cores que podem ser alteradas a qualquer momento pelo jogador, mas infelizmente as cores disponíveis são bastante saturadas e grande parte dos esquemas se resume a variações de tons de uma mesma cor ou cores com tons semelhantes, não precisa ser especialista para perceber que isso é a receita para um problema. Mesmo gostando do estilo da arte, não existe nenhum conjunto de cores agradável para se jogar, em todos eu sempre encontrei dificuldades para distinguir onde meu personagem estava e o que era inimigo do que era cenário. A única combinação que achei “aceitável” para se jogar foi uma com tons de verde semelhantes aos do antigo GameBoy e mesmo assim a experiência não foi a das melhores. Para piorar a situação não existe suporte a ultrawide, ajuste de resolução, nem mesmo opção para se colocar o jogo em modo janela e por causa disso eu tive de conviver com as barras escuras do lado da tela.

B.I.O.T.A.

Mesmo tendo alguns deslizes nos gráficos a jogatina é embalada por uma boa trilha sonora. Este é um título retrô e os efeitos sonoros vão te trazer uma bela dose de nostalgia, por outro lado as músicas de fundo são bem animadas e vão te dar aquele gás para não desistir e tentar de novo. O único ponto negativo aqui é que algumas músicas se repetem em alguns cenários, mas não é algo que estrague a experiência.

No final B.I.O.T.A é um título divertido e mesmo com alguns deslizes a experiência com certeza irá agradar aos fãs do gênero. O preço cobrado é bastante camarada, temos tradução para Português e até um personagem Brasileiro, mesmo não sendo perfeito com certeza vale a pena adicionar B.I.O.T.A a sua biblioteca de jogos.

Confira neste vídeo um trecho de gameplay de B.I.O.T.A.:

B.I.O.T.A.

8

Nota

8.0/10

Positivos

  • História
  • Trilha sonora
  • Diferentes Personagens
  • Preço

Negativos

  • Paleta de Cores
  • Controles
  • Pode ser frustrante

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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