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Out There: Oceans of Time: Pouca diversão e muito “Kobayashi Maru” | Análise

Infelizmente mesmo este novo jogo tendo uma pegada de RPG, o RNG e a sorte é quem realmente mandam nessa aventura.

Analisado no PC


Out There: Oceans of Time é um jogo de aventura e gerenciamento com elementos roguelike, desenvolvido pela Mi-Clos Studio em parceria com a Goblinz Studio e distribuído por Modern Wolf, Fractale e WhisperGames. O título será lançado amanhã, em 26/05/2022 e atualmente conta somente com uma versão para PC.

Quem gosta de jogos de exploração espacial ou quem joga no celular provavelmente conhece ou já ouviu falar de “Out There”. Lançado em 2014 com versões para Mobile e PC, Out There conseguiu um certo sucesso e reconhecimento, o que acabou gerando esta nova entrada “Oceans of Time”.

Out There Oceans of Time

Este novo jogo não é uma continuação e sim um novo título que utiliza e expande as mecânicas do anterior, trazendo gráficos em 3D e uma nova história. Temos uma receita que com certeza vai trazer diversão garantida para os fãs do gênero, mas isso se você tiver paciência e muita sorte para aturar os elementos roguelike que acabam te colocando em várias situações de cenário sem vitória (um Kobayashi Maru de Star Trek).

Em Oceans of Time a história gira em torno da capitã Nyx e seu oficial de ciências Sergei. Nyx e a tripulação de sua nave The Vanguard, estavam em uma missão de transporte de um importante prisioneiro quando foram atacados por inimigos misteriosos e tiveram que abandonar sua nave escapando com segurança em suas cápsulas de fuga. Nyx e Sergei acordam de suas cápsulas 100 anos no futuro e agora precisam tentar sobreviver e desvendar o que aconteceu. A premissa pode ser interessante, mas não espere muito, a história demora a se desenvolver e não é lá essas coisas, o melhor aqui fica por conta dos inúmeros eventos aleatórios que você irá encontrar durante essa jornada.

Out There Oceans of Time

Nessa aventura nós iremos explorar uma galáxia, pulando de estrela em estrela, visitando planetas e estações em busca de recursos, tudo sendo gerado de maneira procedural, com o intuito de fazer cada tentativa única.

A jogabilidade de Oceans of Time é um mix de tomada de decisões, exploração, gerenciamento, coleta de recursos e muito RNG. Basicamente é preciso se preocupar com quatro elementos principais: combustível, oxigênio, casco da nave e moral da tripulação, sendo que se algum desses três primeiros se esgotar é game over. Por causa dessa mecânica é preciso pensar antes de decidir cada movimento, pois toda ação consome recursos e é fácil ser colocado em situações delicadas.

Out There Oceans of Time

Coletar recursos é algo que você irá fazer com bastante frequência e acaba tomando grande parte da jogatina. Cada tipo de estrela pode abrigar certos tipos específicos de planetas e recursos, estrelas azuis geralmente têm planetas com hidrogênio (combustível), estrelas vermelhas serão sua fonte de ferro e minérios e estrelas amarelas geralmente possuem planetas com oxigênio. Como tudo é procedural e o RNG faz parte, os tipos de estrela não são regra e não é raro encontrar sistemas com mais de um tipo de recursos, mesmo assim se prepare para muitas idas e vindas em busca de materiais, principalmente no início da jogatina onde tudo custa e consome muitos recursos.

Como disse mais acima, este é um jogo de exploração com tomada de decisões e por isso, cada pulo entre sistemas e cada embarque e desembarque pode gerar eventos aleatórios, cabendo a você decidir o rumo da jornada. Os eventos aleatórios são a melhor parte dessa aventura, que acabam incluindo situações engraçadas e bizarras, como encontrar uma nave cheia de módulos abandonada, fazer o bem e acabar sendo roubado e até encontrar um dispositivo estranho, aciona-lo e acabar transformando a estrela do sistema em um buraco negro.

Out There Oceans of Time

Infelizmente mesmo este novo jogo tendo uma pegada de RPG, o RNG e a sorte é quem realmente mandam nessa aventura. Com exceção de algumas unidades fixas, grande parte das ações sofre influência da aleatoriedade e sorte, indo desde a quantidade e o tipo de recursos que você pode adquirir, até a porcentagem de dano do casco a cada pouso e decolagem. São muitas variáveis que você não pode controlar nem prever, mas o pior de tudo são os eventos aleatórios que podem literalmente acabar com sua jogatina ao enviá-lo para um cenário sem vitória (Kobayashi Maru).

Eu perdi a conta de quantas vezes eu estava indo bem, encontrando naves novas com vários materiais e história avançada, até que em um evento eu sou roubado para no seguinte ter meu combustível consumido e ao mesmo tempo ser enviado para um sistema rico em oxigênio sem estrelas azuis por perto, ficando preso sem ter o que fazer. Infelizmente o jogo não ajuda e o RNG só tende a ficar pior com o passar do tempo, chegou um momento que eu passei a ignorar os eventos aleatórios sempre que podia, mas mesmo assim, às vezes ao ignorar um evento eu recebia algum tipo de punição, como consumo de recursos ou módulos danificados.

Out There Oceans of Time

Graficamente não espere nada comparado a um Elite Dangerous ou No Man’s Sky, os gráficos aqui são simples, mas o jogo não é feio e o que temos é uma boa evolução se comparada ao primeiro jogo. As naves tem poucos detalhes, mas o mapa e os objetos estelares como planetas, receberam uma certa atenção nos detalhes, com belos efeitos de iluminação e uma boa combinação de cores.

Nós jogamos uma versão anterior a de lançamento e infelizmente acabamos encontrando bugs, alguns que impediam o progresso. Para começar o jogo não salva as configurações de vídeo e toda vez que eu voltava para o menu inicial, o jogo perdia completamente as configurações de resolução e alias não temos suporte a ultrawide. Quando o assunto é impedir progresso, infelizmente na versão jogada o jogo aleatoriamente parava de responder ao entrar e sair de estações, esse problema acontecia com uma frequência baixa, mas quando ocorria era game over naquela tentativa. No mais o jogo rodou sem maiores problemas e provavelmente a versão final trará mais correções.

Out There Oceans of Time

No final Out There: Oceans of Time traz uma experiência que empolga nas primeiras horas, mas que acaba perdendo seu brilho por conta da repetição e do carrasco RNG. O preço oficial em USD é justo pelo o que o jogo entrega, mas infelizmente ainda não temos o preço regional para o Brasil, assim eu recomendo que espere e só adquira se você realmente se interessou, do contrário é melhor esperar por uma promoção.

Confira neste vídeo o inicio do gameplay de Out There: Oceans of Time:

Out There: Oceans of Time

7.3

Nota

7.3/10

Positivos

  • Diferente
  • Jogabilidade
  • Conceito

Negativos

  • Repetitivo
  • RNG Punitivo
  • Bugs

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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