Samurai Riot Definitive Edition – Uma viagem épica ao Japão feudal, com alguns problemas técnicos | Análise

O jogo em si é bem simples de se iniciar, e os comandos são intuitivos porém desafiadores

Vlademir Vitaliano15/06/2022Última Atualização 15/06/2022

Analisado no Nintendo Switch

Ser samurai não é tarefa fácil, principalmente quando você percebe que seu clã tem cometido injustiças irreparáveis! O enredo se apresenta com uma rebelião que você, um samurai, é ordenado a combater. No entanto, no decorrer da jogatina você percebe que os rebeldes contra os quais você luta têm ideais justos. Com isso, o primeiro dilema moral aparece, já que você precisa, logo de cara, decidir entre matar esses subversivos ou juntar-se a eles (e encarar a ira dos poderosos)! Isso tudo em uma ação no clássico estilo “beat ‘em up” com a possibilidade de jogo em co-op, que tenta resgatar a diversão simples e dinâmica das aventuras dos anos 90. Não poderíamos deixar de mencionar a deliciosa ambientação inspirada no Japão Feudal, que te imerge num mundo injusto mas com um charme único!

A Hound Picked Games lançou, junto ao estúdio francês Wako Factory, a edição definitiva de Samurai Riot no dia 1º de junho deste ano (2022), contando com upgrades em relação à sua versão base que prometem tornar a diversão mais fluida e memorável! Dentre essas melhorias, citamos:

Novos diálogos, animações mais bonitas e fluidas, a 60fps, estabilidade e otimização de pixels e melhoria na realização dos combos, que agora possibilita melhor jogabilidade para players mais novatos. Isso tudo sem esquecer da ambientação, com cenários atualizados para uma experiência ainda melhor!

Neste jogo, do estilo beat’em up arcade 2D, para se diferenciar dos outros jogos de sua categoria, apostou em diálogos que tornam a história ainda mais envolvente. Na tentativa de fugir da repetição decorrente do próprio gênero, em Samurai Riot os protagonistas contam com várias “schools” ou estilos de luta, sendo cada um desses estilos elegível no início da campanha. Esta funcionalidade aumenta bastante o fator replay para os fãs desse jogo, que possui modo campanha curtinho (cerca de 2 horas) e, com a opção das novas “escolas”, reformulam a movimentação dos nossos heróis.

Sukane, a personagem feminina, tem a movimentação bastante fluida e divertida, contando ainda com o apoio de sua raposa, que a auxilia em golpes específicos, tais como o agarrão e a bombinha que ela usa como “ataque especial”. Após o uso, o bichano desaparece ate que sua barra de “mana” seja carregada novamente. A movimentação da heroína é bem ágil, o que torna a sua jogabilidade bem divertida: dar estrelinhas para desviar da ira de seus inimigos realmente é uma experiência interessante. Já Tsurumaru, o espadachim, tem a movimentação mais pesada, e como vantagem à Sukane, ao invés de esquivar dos ataques, ele consegue se defender, o que pode ser bem útil em algumas situações, mas sendo franco, eu pelo menos achei muito mais divertido jogar com a moça-samurai ágil que luta junto a uma raposa do que me aventurar com o cara da espada. É como o saudoso Golden Axe: tendo um anão com um machado intimidador daqueles, quem vai olhar para os outros personagens?

O jogo em si é bem simples de se iniciar, e os comandos são intuitivos porém desafiadores: a cada combinação de botões você acaba descobrindo um novo movimento ou combo. Aliás, somente após verificar a lista dos controles que percebi que haviam golpes que até então eu desconhecia! E como todo beat’em up, é no modo cooperativo que esse jogo mostra a que veio, resgatando a jogatina de sofá junto a um amigo para uma aventura que, deste modo, torna-se realmente divertida e emocionante!

Como ponto alto temos a tentativa de imersão em um contexto completamente diferente do nosso, com cenários bem caracterizados, trilha sonora gostosinha e textos que realmente te transportam ao contexto da aventura. Além disso, cada escolha impacta diretamente no andar da trama, o que culmina em um dos 8 possíveis desfechos da história.

A ideia e a tentativa são louváveis, mas Samurai Riot falha em pontos muito importantes. Um dos principais erros é o fato de o jogo apresentar muitos textos e mesmo assim não terem se atentado à legibilidade destes. Tanto no modo portátil quando na versão docked, a tela mostra textos pequenos demais que nem com muita força de vontade são legíveis no ritmo adequado. Além disso, a fonte usada para escrevê-los piora muito a situação, nos forçando a franzir nossos olhos sistematicamente toda vez que a ação sai de cena e os dilemas morais dos samurais nos são apresentados.

Um outro ponto bastante incômodo é a falta de fluidez do jogo no sentido de que, muitas vezes, quando você acha que finalmente a aventura vai recomeçar, os diálogos intermináveis te atacam e, sem conseguir ler, você acaba apertando o botão A freneticamente na tentativa voltar à ação. Isso, inclusive, fica claro logo nos primeiros minutos de jogo, quando o ritmo empolgante imposto pela trilha sonora é abruptamente quebrado por uma avalanche de textos.

Ainda sobre a cadência do jogo, curiosamente minha aventura foi interrompida 3 vezes por travamentos nos quais o personagem andava e o cenário simplesmente não desenvolvia, de modo que eu ficava preso num bug do software e era obrigado a reiniciar o jogo. Tendo em vista “Samurai Riot” somente salva o início do estagio no qual você se encontra, ter que refazer o mesmo walktrough a cada jogada pode ser bem frustrante, ainda mais quando os padrões em si são bem repetitivos. Além disso, algo que também incomoda um pouco é o fato de somente ser possível gravar 1 save do jogo. Ou seja, caso chegue uma visita e você queira tentar algo diferente na aventura, você terá que dar new game e perder o progresso já feito, a única forma disso não ocorrer é mudando o usuário que está acessando ao jogo.

No mais, Samurai Riot Definitive Edition que deve agradar quem é fã do gênero, ainda mais pelas animações bem fluidas e bonitas, pela trilha sonora bem agradável e pela história, que te prende até o final para saber qual o desfecho dessa rebelião. Custando USD 9.90 na eShop Americana, a aventura desses samurais vale o investimento, principalmente se for para jogar com um player 2.