
The Centennial Case: A Shijima Story – Quando a jogabilidade é a culpada | Análise
The Centennial Case: A Shijima Story é um FMV dirigido por Koichiro Ito (Designer de cenário de Metal Gear Solid V) e produzido por Junichi Ehara (NieR:Automata, BABYLON’S FALL).
Analisado no PC
The Centennial Case: A Shijima Story é um “jogo” FMV desenvolvido e distribuído pela Square Enix e lançado em 12/05/2022 para PC, Playstation 4 | 5 e Switch.
Full-motion video ou “FMV”, é um formato de jogo eletrônico que utiliza vídeos gravados ao invés de modelos em 2D e 3D, aqui a narração e a jogabilidade acontecem através da combinação dos vídeo com pausas e escolhas, onde o jogador pode decidir o rumo da história ou precisa coletar informações para tomar uma decisão. Este formato de jogos eletrônico foi introduzido no final dos anos 80 e acabou ganhando uma certa popularidade durante os anos 90, onde o jogo “Night Trap” foi o foco central das reuniões em1993/94 do Senado dos Estados Unidos com representantes da indústria para se discutir a violência nos jogos e os impactos percebidos no público jovem.
The Centennial Case: A Shijima Story é um FMV dirigido por Koichiro Ito (Designer de cenário de Metal Gear Solid V) e produzido por Junichi Ehara (NieR:Automata, BABYLON’S FALL). O título tem uma história interessante, contudo peca no aspecto da jogabilidade e a experiência final não é a de um jogo e sim de um filme com pausas forçadas.
Sem Spoilers, Haruka Kagami uma escritora focada no gênero de mistérios, Eiji Shijima um cientista e um dos herdeiros da família centenária Shijima, a provável chave para a juventude eterna, estes são os elementos que compõem a trama de Centennial Case. A trama do título se baseia na personagem principal Haruka que é convidada por Eiji para investigar misteriosos assassinatos envolvendo membros de sua família, toda a história é dividida em capítulos e você precisará investigar crimes ocorridos entre os períodos de 1922 a 2022.
No quesito história, o jogo tem uma trama interessante. Como todo FMV, somos apresentados a um filme “live action” que foi muito bem feito, temos boas atuações, cenários bem construídos, mas este é mais um título onde é preciso jogar com legendas e áudio original em japonês, pois a dublagem em outros idiomas é terrível.
No quesito jogabilidade é onde o jogo não vai bem o que acaba afetando a experiência. A história de Centennial Case é contada em formato de capítulos, temos 6 capítulos principais e cada um destes é dividido em 3 partes. A jogabilidade é dividida em duas partes, a primeira consiste em assistir a cada um destes segmentos e coletando informações para tentar formar hipóteses do que aconteceu e desvendar o culpado do crime no final do capítulo. Durante cada cena você precisará tomar algumas “decisões” que nada mais são do que escolhas para tentar deixar o jogador preso na história e de tempos em tempos é preciso apertar um botão de ação para tentar coletar alguma pista que aparece de maneira aleatória durante o filme, fazendo você perder a atenção.
Na segunda parte é preciso resolver um puzzle utilizando as informações coletadas e tentar descobrir o culpado, é aqui onde temos alguns problemas. Basicamente na etapa de puzzles você só precisa fazer o movimento de “arraste e solte”, colocando os bloquinhos das pistas em uma ordem correta para avançar na história e é aí que os problemas começam. Infelizmente não existe muita lógica nestes puzzles e a maior parte das pistas é mostrada somente para colocar o jogador em um caminho errado fazendo você perder tempo, algo que é extremamente frustrante quando você precisa criar um sumário da sequência dos eventos, onde basta somente uma escolha errada para te forçar a ter de recomeçar.
Se a parte de puzzles já é frustrante, desvendar o culpado é quase uma tarefa de adivinhação. Por algum motivo os desenvolvedores decidiram não incorporar vários detalhes e pistas cruciais para a resolução do caso durante a etapa de puzzles, onde estamos tentando criar hipóteses e dependendo das suas escolhas durante os diálogos você não terá acesso a essas informações e precisará reassistir as cenas para tentar encontrar estes detalhes. Para piorar a situação existe uma falta de lógica terrível com várias escolhas propositalmente similares e outras não refletindo os acontecimentos ou as falas dos personagens, o resultado disso é um vai e vem onde você perde muito tempo voltando e revendo cenas, o que é bastante frustrante e acaba fazendo com que o jogo se torne cansativo.
No final The Centennial Case: A Shijima Story traz uma experiência diferente que funciona melhor como filme/série do que como jogo, apesar de uma trama interessante e uma boa fotografia, infelizmente os elementos que compõem a jogatina são frustrantes e só te fazem perder tempo e o interesse de continuar. O preço cobrado é bastante salgado e eu prefiro recomendar este título somente para quem é fã do gênero e somente em uma promoção generosa.