Ghostrunner 2 – Uma nova corrida sem muita justificativa | Análise
Ghostrunner 2 chega com um questionável level design que infelizmente contribui negativamente para a experiência na maior parte do tempo.
Analisado no PC
Ghostrunner 2 é um jogo de ação em primeira pessoa desenvolvido pela One More Level e distribuído pela 505 Games. O título foi lançado em 26/10/2023 com versões disponíveis para as plataformas PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Trazendo melhorias nos gráficos e no combate, mas pecando na história e principalmente no level design. Ghostrunner 2 é uma continuação que diverte, mas não consegue ser melhor do que seu antecessor.
A história aqui se passa um tempo depois dos acontecimentos do primeiro jogo, com a Torre Dharma que tinha sido liberada pelo jogador, agora sofrendo um vácuo de poder com várias facções lutando pelo controle dos territórios e recursos. No controle do protagonista Jack, também conhecido como Ghostrunner 74, nós embarcamos em mais uma aventura auxiliados por um grupo de combatentes para limpar o local e também combater a grande ameaça do grupo Asura, este que é formado por outros Ghostrunners.
Diferente do primeiro jogo que tinha uma história sequencial, esta sequência adiciona um HUB entre as missões, onde é possível conversar com outros personagens e também modificar Jack. A narrativa é fraca e tudo vai sendo desenvolvido durante as conversas no HUB e nas missões, contudo vários diálogos acontecem durante momentos de ação ou plataformas, sendo interrompidos ou cortados por conta da natureza do combate.
A jogatina segue o mesmo conceito do primeiro jogo e para quem não conhece, Ghostrunner é um jogo de ação rápido, onde um ataque é mais do que o suficiente para derrotar inimigos e também o jogador. Com exceção dos chefes tudo aqui morre fácil e pensando em deixar a jogatina mais acessível o personagem ganhou novas habilidades e o combate no geral perdeu um pouco de velocidade. Nas novidades temos a introdução de um sistema de stamina que dita as esquivas e bloqueios do personagem, finalmente temos uma tecla específica para segurar e bloquear com a espada, o que torna os confrontos menos frenéticos. O jogo também adiciona “ultimates”, como técnicas especiais que fazem toda a diferença e assim como na DLC de “Ion Fury: Aftershock’”, em Ghostrunner 2 também ganhamos uma motocicleta que deve ser utilizada em mapas específicos.
Como dito mais acima o combate perdeu um pouco da sua velocidade e foram introduzidas mecânicas que deixam a experiência mais acessível. No geral quem gostou do primeiro também irá se divertir neste segundo, mas é difícil não notar alguns retrocessos que ficam evidentes nos confrontos de chefes e no level design.
Esta sequência chega com um questionável level design que infelizmente contribui negativamente para a experiência na maior parte do tempo. Os puzzles foram quase que completamente eliminados do jogo e agora o quebra cabeça é saber navegar pelos mapas principalmente onde é necessário pilotar a motocicleta. Os novos mapas são enormes com várias desnecessárias secções de plataformas e por isso os combates acabam sofrendo, pois em vários níveis temos inimigos posicionados em lados distantes e opostos do mapa. Aliás a quantidade exagerada de plataformas faz com que a maior parte das mortes seja causada por erros ao pular de um ponto ao outro, ou por bugs e inconsistências que acompanham o sistema e tornam certos mapas frustrantes.
Com uma continuação que tem seus acertos e erros, quando o assunto é ambientação temos um conjunto composto de belos gráficos e uma excelente trilha sonora. Expandindo e melhorando a temática cyberpunk introduzida no primeiro jogo, Ghostrunner 2 chega com belos gráficos que trazem uma repaginada nos modelos de personagem, cenário e principalmente na iluminação. Os mapas maiores trazem consigo vários detalhes no plano de fundo e você irá explorar esses novos locais, retalhando tudo à sua frente enquanto é embalado por uma excelente trilha sonora que se baseia em Synthwave e traz divertidas e profundas faixas.
No final, é uma sequência que não consegue se justificar e apesar do jogo expandir o combate e trazer uma boa ambientação, sua história é fraca e seu level design é bastante questionável. O preço cobrado é bastante salgado pela experiência e por isso se você se interessou eu recomendo que espere por uma boa promoção, para quem não conhece a franquia é melhor começar pelo primeiro jogo.