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Like a Dragon: Infinite Wealth – Mais Like a Dragon e minigames com um clima tropical | Análise

A experiência com os minigames e atividades secundárias é excelente, todas são bastante divertidas

Analisado no PC


Like a Dragon: Infinite Wealth é o novo título da franquia Like a Dragon (antigamente chamada Yakuza no ocidente), desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e distribuído pela Sega. O título tem data de lançamento prevista para 25/01/2024 com versões disponíveis para as plataformas PC, PlayStation 4 | 5, Xbox One e Xbox Series X | S.

Expandindo a nova fórmula adotada pela franquia, Infinite Wealth traz uma experiência que basicamente é mais Like a Dragon/Yakuza, só que com melhorias, uma nova ambientação e vários novos minigames, o que definitivamente não é algo ruim.

Like a Dragon Infinite Wealth

Em 2020, a série Yakuza recebeu um novo fôlego com o lançamento de Yakuza: Like a Dragon. O jogo chegou acompanhado de várias modificações, com as principais sendo a substituição dos protagonistas e dos sistemas de combate, uma aventura estrelada pelo novo herói Ichiban Kasuga e o combate passando do sistema de ação para um sistema por turnos. Desde este jogo, a franquia adotou o nome Like a Dragon, uma tradução literal do nome original e em 2023 tivemos Like a Dragon Gaiden, um jogo que trouxe uma experiência tradicional com combate baseado em ação, um título que serviu para concluir uma parte da história como uma despedida, um Yakuza 6.5 que ligou os acontecimentos dos protagonistas para assim termos Infinite Wealth.

Sem spoilers, mas se você não jogou os últimos dois jogos é aconselhável pular este parágrafo.
Infinite Wealth traz a continuação da saga dos dois protagonistas, o herói Ichiban Kasuga e o dragão de Dojima Kazuma Kiryu. A trama se passa após os acontecimentos dos dois últimos jogos e irá nos apresentar a um mundo pós queda da Yakuza, com as organizações praticamente extintas e seus ex membros sofrendo com as novas leis do governo. Diferente dos outros jogos que tinham o foco só no Japão, em Infinite Wealth nós teremos também o Havaí como local de jogo, com sua cidade Honolulu servindo como palco para grande parte da jogatina.

Like a Dragon Infinite Wealth

Neste novo contexto, ambos protagonistas são levados para a ilha por diferentes razões, mas com um objetivo em comum. Eles acabam se encontrando e após alguns eventos, decidindo se ajudar contando com o auxílio de novas caras e outras já conhecidas da franquia, temos uma aventura com uma história que é legal e traz todas as típicas reviravoltas com uma certa dose de emoção e humor. Mas não espere nada épico, pois apesar de ser divertida, a qualidade geral da trama é inferior à dos dois últimos jogos.

Quem é fã da franquia sabe que a mudança do sistema para turnos em Yakuza Like a Dragon chegou como um grande fôlego para a série, visto que o combate action antigo se tornava repetitivo e suas ações eram um tanto inconsistentes dada as limitações da engine. Infinite Wealth mantém todos os recursos melhorando as mecânicas, assim aqui ainda temos um combate em turnos com um sistema de “jobs” para os personagens, contudo agora toda a dinâmica leva em conta uma área de ação e o posicionamento de cada personagem.

Durante o seu turno é possível movimentar o personagem em volta de uma área de ação e vários combos poderão ser realizados dependendo do posicionamento de seus companheiros em relação ao seu personagem e inimigos. O novo sistema também traz a possibilidade de atacar com itens do cenário, como acontecia no antigo sistema de ação e agora também podemos derrubar e lançar inimigos em paredes, cilindros de gás e até em direção aos nossos companheiros. Claro que não é só apertar um botão e assistir a animação, o jogo conta com “quick time events” para algumas magias e é preciso saber o momento certo para apertar o botão de defesa e assim negar parte do dano e efeitos.

Como novidade também temos a função de “auto battle” que pode ser ativada com um botão e facilita a vida do jogador nos combates mais triviais, para melhorar o ritmo de jogo também temos uma opção de “massacre” que completa confrontos contra oponentes muito fracos em poucos segundos. No geral o sistema de combate está bem melhor e o número de possibilidades é sensacional, contudo, como nada é perfeito, o jogo ainda sofre com a falta de controle de câmera e as vezes os inimigos atacam sem você poder se defender, pois a câmera simplesmente te impede de ver a animação, além disso grande parte dos movimentos de grupo estão bloqueados atrás de um sistema de relacionamento que te força a fazer aquele grind para melhorar a relação com o seu grupo.

Like a Dragon Infinite Wealth

Um dos recursos mais famosos da franquia Like a Dragon com certeza são seus minigames e Infinite Wealth aparenta ser o jogo com mais atividades secundárias disponíveis. Como dito mais acima essa aventura se passa no Japão e no Havaí, enquanto estivermos no Japão teremos acesso as atividades disponíveis nos outros jogos da série, no Havaí as coisas mudam e somos apresentados as novidades e atualizações.

No geral o jogo continua com os típicos jogos de dardo, karaokê, máquina de pelúcia, mahjong, o fliperama com vários títulos clássicos da Sega e outros. As novidades chegam com a entrega maluca baseada claramente no Crazy Taxi, o Sujimon que é basicamente uma paródia de Pokémon, temos também trabalhos de dublê, um resort, um sistema de masmorras, o velho cabaré foi substituído por um app de encontros e como já era esperado sim, temos strip clubs como atividades e muito mais. A experiência com os minigames e atividades secundárias é excelente, todas são bastante divertidas e assim como nos outros jogos você pode passar mais tempo se divertindo com elas do que jogando a história.

Desenvolvida para melhorar os sistemas e o combate da série, a Dragon Engine não só conseguiu alcançar seus objetivos como também trouxe melhorias gráficas para os últimos jogos e em Infinite Wealth o motor aparenta ter atingido seu limite. Grande parte dessa jogatina se passa na cidade de Honolulu no Havaí e a cidade se mostra o maior mapa da franquia, temos diferentes zonas densamente povoadas e muito bem construídas, a atmosfera é a de uma cidade cheia de vida, recheada de turistas passeando entre os locais.

A ambientação está muito boa e tudo está bem feito dentro dos limites do motor. Em Honolulu encontramos vários novos modelos de personagens e inimigos, a maioria é baseada em estereótipos americanos bastante exagerados, os distritos da cidade são distintos e em todos nós encontramos várias lojas com muita luz e fundos falsos para passar a sensação de local vivo. No geral os gráficos estão legais, mas nada aqui impressiona e apesar de novo o jogo tem uma cara um pouco datada, fato que fica evidente quando olhamos para o mar, visto que temos uma questionável simulação de água que deixa tudo bastante artificial. O que também parece artificial é a dublagem, por algum motivo a maior parte da população no Havaí fala japonês fluente e a maioria dos locais falam um inglês com sotaque estranho, o que dá para ser relevado dado o lado cômico do jogo, em contrapartida a trilha sonora é muito boa, principalmente as músicas durante o combate que embalam a jogatina.

Like a Dragon Infinite Wealth

O desempenho continua bom e a versão de PC não exige nada fora do comum, até porque o título também irá sair nos consoles da geração anterior. Mesmo com requisitos baixos, o jogo fornece recursos de upscaling como o FSR que ajudam a atingir mais quadros, mas em nossos testes recomendamos desligá-los pois a queda de qualidade é bastante evidente e como dito não é preciso muito poder de fogo para se alcançar quadros estáveis com qualidade alta.

Como nada é perfeito Like a Dragon: Infinite Wealth, também tem seus problemas e um desses é o início demasiadamente demorado. Para se ter uma ideia, são gastos por volta de 3 horas de jogo para se chegar ao Havaí e começar a livre exploração da nova cidade, a história demora demais a se desenvolver e a trama só começa a realmente ficar interessante depois das 10h de jogo. Como nos outros jogos ainda temos muito texto, com alguns diálogos legais e outros completamente desnecessários, os diálogos geralmente são bastante carregados e a quantidade de cliques para se prosseguir por sequências bobas é excessiva.

O combate é bom, mas como todo RPG tudo aqui é separado em níveis e para explorar os distritos é necessário aquele velho grind para não passar sufoco, ou até não morrer com apenas um golpe. Como citado anteriormente, o combate também sofre com a falta de controle de câmera e as áreas de efeito são um pouco inconsistentes. Outro ponto que atrapalha bastante a exploração, é a demasiada quantidade de materiais e itens coletáveis no cenário, são itens demais e você precisa coletá-los para poder melhorar as armas, este fator que só pode ser tecnicamente ignorado após liberarmos confrontos que rendem uma boa quantidade de materiais. Para finalizar nós jogamos uma versão pré-lançamento e durante nossa jogatina não encontramos bugs, mas era comum o jogo apresenta um crash após sessões de 2 a 3h de jogatina, este crash geralmente acontecia durante alguma cinemática que simplesmente travava e por este motivo recomendamos salvar com certa frequência.

Like a Dragon Infinite Wealth

No final, Like a Dragon: Infinite Wealth expande a experiência da série que foi modificada em Yakuza: Like a Dragon. O novo jogo adiciona mais recursos a fórmula e uma inédita localidade, isso tudo em uma aventura que continua a saga dos protagonistas de uma maneira que todo fã vai gostar de jogar. Infelizmente o preço cobrado por esta nova aventura é bastante salgado e alguns recursos como New Game + estão bloqueados atras de DLC sendo exclusivos no lançamento somente das versões mais caras, por este motivo e pelos problemas de jogo eu prefiro recomendá-lo no lançamento somente para quem é fã e não vê a hora de embarcar nesta aventura, do contrário é melhor esperar por uma promoção.

Confira uma versão resumida desta análise no vídeo abaixo:

Like a Dragon: Infinite Wealth

9

Nota

9.0/10

Positivos

  • Ambientação
  • Divertido
  • Sistema de Combate
  • Conteúdo secundário

Negativos

  • Preço
  • Recursos básicos travados por DLC
  • Alguns problemas
  • Dublagem

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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