Granblue Fantasy: Relink – Quando Granblue encontra Monster Hunter | Análise
A história segue o padrão dos jogos e do anime, temos uma trama leve e previsível
Analisado no PC
Granblue Fantasy: Relink é um RPG de ação desenvolvido e publicado pela Cygames, com distribuição na América Latina pela Nuuvem. O título tem data de lançamento prevista para 31/01/2024 e versões para PC e PlayStation 5 e PlayStation 4.
Saindo do gênero de luta e partindo para um RPG de ação, Relink traz uma experiência divertida em uma receita com potencial para bastante conteúdo adicional e muitas horas de jogo.
Sem spoilers, para quem não conhece Granblue Fantasy se passa em um universo alternativo no Mundo dos Céus, um local onde inúmeras ilhas flutuam em uma imensidão azul e os habitantes utilizam navios flutuantes para se locomover entre as ilhas. Essa aventura nos apresenta a jornada de um grupo de guerreiros e exploradores onde assumimos o papel do capitão e iremos nos aventurar por diversos locais enfrentando bestas celestiais e um vilão com a intenção de salvar o mundo.
Relink traz uma aventura que envolve o conhecido grupo de aventureiros, partindo em uma missão para salvar sua integrante Lyria que foi raptada por Lilith. A história segue o padrão dos jogos e do anime, temos uma trama leve e previsível que não impressiona, mas diverte e o foco principal do jogo são seus sistemas de customização e combate.
Como dito mais acima, este é um RPG de ação e a jogatina pode ser dividida em duas partes, antes e depois da história. Relink traz uma aventura dividida em 10 capítulos e um prólogo que dependendo da dificuldade podem levar cerca de 11 a 18 horas para serem completados. A experiência muda completamente após a conclusão e enquanto você estiver jogando a história será preciso sempre ter o capitão em seu grupo, após a conclusão o jogo muda e você pode customizar o grupo da forma que quiser, podendo refazer os capítulos e também expandir a quantidade de missões secundárias e atividades através do aumento de nível e dificuldade.
A jogatina é baseada quase que toda em arenas de combate, não temos livre exploração e os mapas de jogo são fechados e lineares, existe somente uma pequena exploração durante a campanha, sem praticamente nenhuma nas atividades secundárias. No geral a aventura se assemelha um pouco a de Monster Hunter, porém sem toda a perda de tempo de procurar chefes, aqui tudo é direto e sem enrolação com atividades que envolvem eliminação de hordas, defesa, chefes e outros. Todas as atividades possuem objetivos secundários para serem alcançados e alguns são bastante desafiadores, a eficiência é o principal objetivo pois ao concluir cada missão receberemos uma nota e quanto maior ela for, melhores serão recompensas.
O jogo traz 6 personagens base iniciais e 13 extras, sendo que desses 12 podem ser liberados através de cartões e um é liberado após finalizar a história. É possível liberar os personagens na ordem que você quiser, basta ter o cartão que pode ser adquirido durante as missões da história e ao concluir objetivos nas atividades secundárias. O grupo de jogo é composto de 4 personagens e como dito acima, durante a campanha é necessário ter o capitão no grupo, após a campanha você pode customizar o esquadrão como quiser, sendo também possível jogar online com até quatro jogadores.
Como um RPG de ação, o combate traz elementos de esquiva e bloqueio perfeitos, além de combos em equipe, golpes especiais e diversos efeitos como break e overdrive de chefes. Cada personagem pode ser customizado de forma independente, sendo que cada um joga de um jeito diferente com uma árvore de habilidades e armas únicas, temos acesso a várias habilidades ativas, passivas e de efeito, mas só é possível escolher 4 e a experimentação de diferentes combinações é necessária. Além desses temos um sistema de criação e melhorias de itens que trazem diferentes efeitos passivos e mudam a forma de construção dos personagens, por exemplo é possível construir, melhorar e alternar entre armas que podem aumentar a vida, o ataque ou o atordoamento, isso para cada personagem e os itens equipáveis também trazem diversos efeitos e resistências para você poder se adaptar a cada confronto.
No geral o combate é bastante dinâmico e divertido, a AI aliada é muito boa e responde bem a ataques e defesas, não temos controle sobre as ações dos companheiros, mas é possível alternar entre uma opção que trava o uso do golpe especial deles, os forçando a utilizar sempre que usarmos o nosso ou deixando a máquina decidir a melhor hora para atacar. Claro que nem tudo são flores e alguns personagens possuem combos cansativos que vão fazer você ter calos de tanto apertar botões, além desses as áreas de efeitos de alguns chefes são difíceis de se identificar e algumas hitboxes estão um pouco inconsistentes.
A franquia Granblue sempre entregou uma bela apresentação visual em seus jogos de luta e aqui não é diferente. Relink chega com uma ambientação muito bem feita, temos gráficos no estilo cartoon que se assemelha aos de um anime/mangá, os modelos estão bem feitos e existe uma boa variação de personagens, em contrapartida os cenários de jogo são tímidos com um tamanho pequeno e uma inconsistência de detalhes onde geralmente encontramos um plano de fundo e efeitos legais mas texturas de solo e design de nível um pouco fracos. As animações de combate estão muito bem feitas e vários ataques são conversões ou inspirações do que temos no jogo de luta, existem efeitos para praticamente tudo e isso acaba causando um certo excesso de partículas que como dito acima fazem algumas áreas de dano serem difíceis de se identificar.
Os gráficos são complementados por uma excelente trilha sonora que chega com faixas mais calmas e divertidas para os momentos da cidade e outras bastante empolgantes para embalar os combates. Além da trilha o jogo conta com bons efeitos sonoros de ataque e defesa, temos uma dublagem em inglês e japonês que foi muito bem feita e localização com legendas para Pt-Br.
Relink tem uma receita com potencial para envelhecer muito bem, o desempenho no geral é muito bom e não encontramos nenhum bug durante nossos testes, porém o conteúdo pode acabar desapontado alguns jogadores. O endgame traz pouco conteúdo e após concluir a história temos poucas atividades a nossa disposição, sendo que as missões secundárias geralmente envolvem ter de fazer os mesmos encontros por várias vezes, o que acaba tornando a experiência repetitiva. Os equipamentos vão até o nível 150 e mais missões serão liberadas conforme você aumenta o nível dos personagens, contudo é perceptível que as horas de jogo prometidas estão relacionadas a melhorar cada personagem individualmente o que é válido mas pode desapontar quem esperava um RPG com mais conteúdo para se fazer.
No final, Granblue Fantasy: Relink traz uma experiência divertida e sólida com bastante potencial para receber conteúdos futuros. Seu conteúdo endgame é um pouco limitado e a jogatina fica repetitiva após um tempo, contudo temos coop online que deve dar um folego para quem for jogar com amigos. O preço cobrado na versão de PC é justo, já no PlayStation temos um custo salgado e por isso eu prefiro recomendar este título para quem realmente se interessar e de preferência na versão de PC, do contrário é melhor esperar por uma promoção.