MARS 2120 – Uma complicada aventura no planeta vermelho | Análise
MARS 2120 infelizmente é um indie com ideias legais que não se desenvolvem por conta de problemas em sua execução.
Analisado no Nintendo Switch
MARS 2120 é um jogo de ação e aventura metroidvania, desenvolvido e distribuído pela QUByte Interactive. O título foi lançado inicialmente em 2022 para PC como acesso antecipado e atualmente conta com versões finais para os consoles Nintendo Switch, PlayStation 4 | 5 e Xbox Series.
Sendo mais um título inspirado na franquia Metroid que deu nome ao gênero metroidvania, MARS 2120 infelizmente é um indie com ideias legais que não se desenvolvem por conta de problemas em sua execução.
Como o título sugere, MARS 2120 se passa em Marte e aqui nós iremos acompanhar a jornada da Sargento Anna Charlotte que foi enviada para investigar um pedido de socorro feito por uma colônia no planeta vermelho. A história segue o típico clichê de ficção científica com eventos contados a partir de logs deixados por sobreviventes e vítimas, estes que apesar de tentar retratar o que aconteceu no local, não são o suficiente para criar uma conexão com o jogador e a trama acaba ficando de lado como só um plano de fundo para a ação.
A jogabilidade segue o típico encontrado em outros jogos do gênero, com movimentação em 2D/2.5D, secções de plataformas e vários locais trancados que só podem ser acessados após conseguir melhorias. Para o combate e a exploração, nós temos acesso a armas de fogo, golpes corpo a corpo e habilidades especiais que são baseadas em elementos como fogo, gelo e energia, sendo estas necessárias para manipularmos alguns objetos no ambiente e também transpor barreiras e terrenos. O combate é uma mistura de tiro a distância e corpo a corpo, sendo que o jogador precisa mesclar o uso das habilidades e dos estilos, pois cada inimigo tem fraquezas e resistências a certos tipos de ataques.
Jogos indies geralmente tem orçamento limitado e por este motivo eles acabam optando por focar mais na jogabilidade do que em outros aspectos e se no papel o jogo tem uma dinâmica interessante, infelizmente a execução aqui deixa muito a desejar. É praticamente impossível de se ter uma experiência consistente em Mars 2120, pois o jogo sofre com diversas inconsistências que incluem problemas em animações de movimentação e combate, controles de pulo e de mira sofríveis que deixam algumas seções frustrantes, além de falhas no registro de danos e coleta de itens.
Para piorar ainda temos problemas de design, estes que são mais aparentes nas lutas contra chefes, onde encontramos monstros legais que são acompanhados de uma dificuldade quase inexistente, pois na maioria das vezes basta alternar entre pulo e disparo enquanto espera a janela de dano, sendo que um desses em especial tem uma luta desnecessariamente longa.
O título foi desenvolvido inicialmente no PC e sua versão final foi portada para os consoles. Nós jogamos a versão de Nintendo Switch e como de praxe traz gráficos inferiores aos das outras plataformas, com uma apresentação que não é feia, mas sofre com a falta de filtro antisserrilhamento. A performance do jogo no console híbrido foi consistente com poucas quedas de quadros, mas no modo dock o jogo fez o Switch disparar a ventoinha após um tempo de jogo.
No final, MARS 2120 é mais um indie com ideias legais que infelizmente sofre de problemas de execução, sendo que grande parte dos problemas está relacionado a falta de polimento dos sistemas. O preço cobrado é OK e quem gosta do gênero, pode saciar um pouco da vontade enquanto o novo Metroid não chega, mas é difícil continuar a jogatina por conta dos problemas. Por estes motivos eu prefiro recomendar este somente para quem se interessar.