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Monster Hunter Wilds – Seria o melhor se não fosse o desempenho “selvagem” | Análise

Monster Hunter Wilds traz a melhor jogabilidade da série e a pior performance de lançamento

Analisado no PC


Monster Hunter Wilds é um jogo de ação e aventura com elementos de RPG, desenvolvido e distribuído pela Capcom. O título foi lançado em 28/02/2025 com versões para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Sendo a mais nova entrada da franquia Monster Hunter, Wilds chega com uma experiência que combina os melhores aspectos dos últimos jogos com diversas novidades e melhorias de qualidade de vida. Este é definitivamente o melhor jogo da série e só não é perfeito por conta dos diversos problemas de performance que afetam todas as plataformas.

Monster Hunter Wilds Beta 01

Sem spoilers. Em Wilds nós iremos embarcar em uma jornada como um caçador que faz parte de uma expedição de pesquisa da Guilda enviada para investigar e desbravar as Terras Proibidas que fazem parte do velho mundo de Monster Hunter. A história nunca foi o ponto forte da franquia e continua não sendo neste novo jogo, contudo a trama aqui irá nos apresentar a novos locais, a pessoas que viviam em isolamento e a segredos que explicam um pouco das origens das criaturas e dos conflitos deste mundo.

O modo história agora é obrigatório, sendo dividido em duas partes. A primeira leva em torno de 12 a 17 horas de jogo, aonde iremos de missão em missão descobrindo novos locais e caçando monstros culminando no desfecho da trama principal e nos créditos finais. Após os créditos temos o início da segunda parte que foca nos acontecimentos pós desfecho da trama principal e é travada através do rank do personagem, onde é necessário realizar atividades secundárias para conseguir rank e assim desbloquear as novas missões. Nesta segunda parte também temos novos tutoriais e alguns aparentam estar fora de ordem, nos ensinando técnicas básicas que já aconteceram desde o início da jogatina e poderiam estar atreladas a primeira parte da trama.

Monster Hunter Wilds beta 03

Como dito mais acima, a jogatina aqui é uma mistura um combate baseado no de Monster Hunter World com as melhorias de Monster Hunter Rise que incluem acesso a montaria e companheiros. Em Wilds nós temos um mundo aberto e dividido entre áreas, é possível navegar entre os diferentes biomas através da viagem rápida, a pé ou em cima dos Seikret, a nova montaria disponível para todos os caçadores. Os Seikrets são montarias que podem correr, pular, escalar e até planar por certos momentos, com eles ir do ponto A ao B atrás de pistas ou do monstro se tornou uma tarefa muito fácil, pois a partir do momento que eles pegarem o cheiro do alvo é possível comandá-los para ir de forma automática atrás do monstro. Além de montarias, eles também servem como uma espécie de estoque, carregando suprimentos extras e nossa arma secundária, onde é possível trocar de arma ao montá-los.

Falando de armas, apesar de podermos utilizar duas, não temos nenhuma nova e o título continua com as típicas 14 diferentes dos outros jogos, contudo todas essas receberam ajustes e algumas novidades. Para começar não existe mais a necessidade de criar e carregar munições básicas para as armas que atacam a distância, agora todas estas são infinitas, mas as munições com efeitos especiais ainda precisam ser criadas antecipadamente. No geral todos os conjuntos receberam novas animações e mecânicas que incluem diferentes possibilidades de bloqueios, counters, esquivas e o modo foco que altera completamente a jogatina.

O modo foco é uma instância que funciona juntamente com a nova mecânica de feridas. Ao infligir dano suficiente em um ponto do monstro, uma ferida será aberta e utilizando o modo foco é possível atacar este ponto com movimentos especiais que causam bastante dano e acabam quebrando/retirando recursos equivalentes àquele ponto de ferimento, além de também derrubar o alvo e até mesmo impedir um ataque. Este modo também funciona como uma mira que possibilita o jogador virar o personagem para o alvo, recurso este que funciona mesmo com uma arma pesada como o “espadão” e é de grande ajuda para reposicionarmos sem precisar atacar o vazio quando o monstro muda de posição.

Talvez a melhor novidade seja que finalmente não jogamos sozinhos e Wilds expande o sistema de companheiros de caça introduzido na DLC Sunbreak de Monster Hunter Rise. Os palicos/amigatos ainda estão presentes e nos auxiliam bastante, contudo agora ao pedir ajuda através de um SOS, o jogador irá receber a companhia de NPCs da guilda que irão se juntar a nossa caçada nos auxiliando seja a causar dano, derrubando e até mesmo chamando a atenção do monstro. Os companheiros NPCs são de grande ajuda e tornam a jogatina de fato mais fácil, pois o alvo não irá ficar com o foco inteiro em nosso caçador, porém eles são totalmente opcionais, sendo possível desativar todas estas assistências e até mesmo o amigato, mas é algo a se pensar pois os monstros de fim de jogo são bastante desafiadores e os companheiros NPCs tornam de fato a jogatina mais divertida. Vale lembrar que eles não são permanentes e online os jogadores que entrarem na sua partida irão tomar o lugar dos NPCs, sendo possível configurar a quantidade de pessoas do grupo.

Assim como seu antecessor M.H Rise, Monster Hunter Wilds também foi desenvolvido na RE Engine, porém o resultado aqui é bastante inconsistente. A jogatina continua nos levando a diferentes biomas e todos estão bem detalhados com texturas descentes e bons efeitos de iluminação e sombra. Os modelos de monstros, personagens e equipamentos também estão legais e trazem diversos detalhes com novas animações e agora uma maior quantidade de elementos no cenário. É notável uma evolução visual em comparação com o último título feito no mesmo motor, porém quando comparamos com o M.H World de 2018 feito no motor MT Framework, essa evolução é menor e alguns cenários e animações acabam sendo inferiores ao deste jogo de 2018.

O que definitivamente não é inferior é a trilha sonora. Wilds chega com uma bela combinação de efeitos sonoros, música de fundo e localização, temos diferentes efeitos para os golpes das armas, reação de personagens e monstros, além de uma trilha sonora com faixas calmas e empolgantes para os diferentes momentos do jogo. Os palicos/amigatos agora podem falar a língua dos humanos e o título continua com uma excelente localização com dublagem e legendas em PT-BR.

Apesar de ser feito no mesmo motor de Rise que foi lançado originalmente para o Nintendo Switch e nos apresentou um desempenho consistente dado as limitações da plataforma, infelizmente em Wilds este desempenho não se repete. Desde seus betas abertos, o jogo mostrava que estava mal otimizado e infelizmente nada mudou no lançamento, Wilds aparenta não estar pronto e temos problemas em todas as plataformas.

Nos consoles o jogo está mais estável, porém esqueça os 60 quadros em alta resolução, pois no modo desempenho destes, a resolução é derrubada até 720p comprometendo a fidelidade gráfica, além disso os modos qualidades são travados a 30 fps. Nos PCs é possível jogar com qualidade melhor e quadros maiores, mas só se você tiver máquina o suficiente para tal. Nesta plataforma é necessária uma placa de vídeo mais atual e com no mínimo 12gb de VRAM para se jogar em qualidade alta e raytracing ativado, PCs intermediários terão de se contentar com gráficos no medio e uma qualidade gráfica visivelmente inferior, além disso, independente do sistema é comum encontrar quedas de quadros e crashes. A boa notícia é que o jogo está sendo atualizado e no momento em que estava escrevendo este texto tivemos uma atualização com diversas correções.

No final, Monster Hunter Wilds traz a melhor jogabilidade da série e a pior performance de lançamento. O preço é justo pela experiência e o jogo é muito divertido, porém por conta dos problemas de desempenho eu prefiro recomendá-lo no PC somente para quem tiver uma máquina potente e mais atual, do contrário é melhor jogá-lo atualmente no console ou esperar por atualizações.

Confira no vídeo abaixo um trecho de gameplay de Monster Hunter Wilds:

Monster Hunter Wilds

8.5

Nota

8.5/10

Positivos

  • Divertido
  • Trilha sonora
  • Muitas adições de qualidade de vida
  • Novas mecânicas

Negativos

  • Muitos problemas de desempenho
  • Evolução gráfica inconsistente

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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