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Chernobylite 2: Exclusion Zone – Impressões do Acesso Antecipado

Título em desenvolvimento, portanto vários pontos do texto podem estar em desacordo com versões futuras.

Jogo testado no PC


Chernobylite 2: Exclusion Zone é um RPG de sobrevivência que está sendo desenvolvido pela The Farm 51. O título ainda está em desenvolvimento com um acesso antecipado para PC disponível desde 06/03/2025.

Modificando a dinâmica de seu antecessor, Chernobylite 2 nos apresenta a um título com potencial, mas que ainda requer muito polimento.

Para quem não conhece a franquia, Chernobylite traz uma dinâmica que envolve o material que dá nome ao jogo. Nesta trama, o Chernobylite foi gerado/descoberto após o famoso acidente nuclear de Chernobyl e depois de várias pesquisas e experimentos, acabou sendo incorporado à vida dos habitantes na forma de fonte de energia, também através de novos utensílios e até mesmo modificações corporais. O material não só trouxe uma rápida evolução da sociedade, como também nos apresentou a um multiverso com diversos planos de existência, alguns bastante afetados pela substância e outros nem tanto. Agora dependente deste, as corporações enviam funcionários em operações de alto risco para explorar as diferentes Terras dos outros universos à procura do material.

Em Chernobylite 2 nós iremos jogar no papel do um planewalker Cole Grey, um “funcionário” de uma das empresas que detém o controle do Chernobylite e que tem tarefa principal utilizar portais dimensionais para pular entre os planos a procura de fontes “mineráveis” de Chernobylite. Cole é um novato nesse trabalho e precisa aprender sua função, porém após pouco tempo de serviço alguns eventos acontecem e o protagonista se vê preso em uma destas dimensões, agora ele precisa navegar neste local, interagindo e negociando com os habitantes para tentar voltar para a sua realidade

Chernobylite 2: Exclusion Zone

Esta sequência modifica bastante a dinâmica de jogo do primeiro título e agora temos um sistema mais próximo a um RPG de sobrevivência, com classes, pontos de habilidades, reputação com NPCs, decisões que influenciam o mundo e a volta da construção de bases. A jogatina agora não é mais focada em FPS e sim em um mix de combate em terceira pessoa e utilização da perspectiva de primeira pessoa para acessar um scanner. O sistema de classes é dividido em estilos de luta e recursos específicos, com algumas focadas em combate corpo a corpo, a distância ou ataques especiais que se baseiam em tecnologias de Chernobylite, claro que como em todo RPG é possível misturar os estilos e quem não quiser se especializar pode optar por classes mistas que misturam os estilos, mas não os evoluem totalmente.

O combate traz uma dinâmica que envolve estilos de confronto corpo a corpo, armas de fogo e por último luvas elementais que disparam a distância e são carregadas por radiação. Cada inimigo tem suas fraquezas e é possível alternar entre as armas para combatê-los, com alguns vulnerável a dano corpo a corpo, já outros que é melhor engajar a distância. Alguns pontos relevantes é que as luvas elementais apesar de serem interessantes, atualmente continuam praticamente inúteis como estavam na demo, pois o ritmo de combate e o número de inimigos acabam as deixando vulneráveis e com uma baixa abertura para dano, outro ponto é que o sistema de combate corpo a corpo tem uma mira extremamente inconsistente quando estamos enfrentando mais de um inimigo e que alterna de forma aleatória entre estes, o que acaba interferindo de forma negativa na jogatina ao te fazer errar ataques e esquivas.

Durante as missões e a exploração nós iremos encontrar NPCs e as interações que você fizer com eles irão influenciar no decorrer da história, ou seja suas ações importam e temos um sistema de reputação com estes que culmina na possibilidade de recrutá-los para nossa base. A construção de base do primeiro título retorna de forma expandida aqui, nossa base funciona como um hub central onde podemos criar e melhorar equipamentos, recursos e alocar nossos NPCs, sendo crucial se atentar nas especialidades de cada um pois colocá-los em estações erradas acaba afetando no rendimento do trabalho de cada um. O ciclo de jogo pode ser resumido em explorar, concluir missões para conseguir recursos e retornar a base para expandir ou melhorar seus equipamentos.

Como uma adição e também para se diferenciar do seu antecessor, esta sequência adiciona coop com até 4 jogadores, mas de forma bastante limitada. Este continua sendo um jogo singleplayer, mas dado o formato de multiversos é possível recrutar amigos para realizar determinadas tarefas de forma cooperativa, mas não espere muito, pois não temos coop total nem mesmo exploração de mundo em conjunto.

A ambientação está OK, o jogo nos apresenta a uma vasta área que é dividida em biomas e edificações com diversos pontos de viagem rápida para facilitar as idas e vindas. O cenário segue um padrão da franquia, com modelos baseados e ao que tudo indica até mesmo reciclados do título anterior, tudo está de certa forma bem-feito e detalhado, mas o mundo não passa a impressão de estar “vivo” e depois de um tempo de jogo a exploração acaba perdendo a graça e os pontos de viagem rápida se torna algo obrigatório.

Se o cenário está de certa forma bonito, os modelos de personagem, suas animações e a dublagem de outro lado estão bem ruins. Os personagens no geral trazem modelos que não combinam com o estilo do cenário e aparentam ser assets de outro título, para piorar as animações de combate no geral não estão bem-feitas e as de fala e de expressão seguem o mesmo padrão quando não estão fora de sincronia. A trilha sonora não anima e os efeitos sonoros também não impressionam, mas a pior parte aqui é a dublagem, além das vozes não combinam com os personagens, todas as falam estão mal gravadas e não passam nenhuma expressão ou sentimento, o conjunto está tão ruim que depois de um tempo de jogo a vontade é a de continuar com o áudio desligado.

Chernobylite 2: Exclusion Zone

Embora o jogo venha recebendo atualizações e melhorias de desempenho, a otimização no geral continua ruim, temos quedas de quadros e stutters relativamente comuns. Os métodos de upscaling são a muleta para se jogar com quadros estáveis, mas atualmente ao usá-los nós temos de conviver com uma certa granulação que deixa o jogo com um visual bastante inferior ao da versão nativa.

Como dito no início, Chernobylite 2: Exclusion Zone está disponível em acesso antecipado, ou seja, ele ainda se encontra em desenvolvimento, portanto vários dos problemas citados podem ser corrigidos futuramente. Contudo a experiência atual não é das melhores e por conta dos problemas e inconsistências eu prefiro recomendado atualmente para quem se interessar, do contrário é melhor esperar por atualizações ou pela versão final.

Confira no vídeo abaixo o gameplay de Chernobylite 2: Exclusion Zone em Acesso Antecipado:

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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