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Starlight Legacy – Um JRPG de visuais clássicos e alguns recursos modernos | Análise

Analisado no PC


Starlight Legacy é um JRPG desenvolvido pela Decafesoft e distribuído pela Eastasiasoft. O título foi lançado em 05/02/2025 para PC com versões para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S, programadas para 28/05/2025.

Inspirado nos JRPGs clássicos dos anos 90. Starlight Legacy traz uma experiência retrô com alguns sistemas frustrantes, mas também diversos recursos de qualidade de vida que amenizam a jornada.

A trama de Starlight Legacy se passa no Reino de Evaria, onde nós iremos acompanhar a jornada de um grupo de três heróis que são enviados pelo rei para buscar relíquias poderosas que podem restaurar a árvore sagrada e salvar o reino da ruína. A história segue o padrão de jogos do gênero e apesar de termos algumas reviravoltas, tudo é bastante previsível e não temos muito desenvolvimento.

Com uma trama que não impressiona, resta aos sistemas que compõem a jogabilidade deixarem o jogador empolgado a continuar jogar e os sistemas aqui trazem uma dinâmica interessante, com algumas escolhas de design questionáveis que podem ser remediadas pelos recursos de qualidade de vida.

A jogabilidade de Starlight Legacy segue o padrão de JRPG dos anos 90 com uma pitada de Pokémon. Temos um mapa de mundo grande, dividido em biomas e sem telas de carregamento entre estes, ou seja, você só verá uma tela ao entrar em edificações ou masmorras, no estilo dos clássicos Pokémons. O combate segue o padrão por turnos, com a agilidade dos personagens e inimigos ditando a ordem de ataque, nossos personagens podem utilizar ataques comuns, habilidades especiais, itens e magias, estas últimas que seguem o padrão tradicional de ataque, defesa e suporte.

Na superfície o combate aparenta ser simples, porém o jogo tem uma ênfase total no sistema de elementos e fraquezas. É possível modificar a afinidade elemental dos nossos personagens e dependendo da sua composição, os confrontos podem tomar um rumo completamente diferente do previsto. Os efeitos de status são predominantes e precisam ser explorados, pois eles são acentuados pela afinidade elemental e os inimigos também os exploram, assim caso você não seja agressivo pode se preparar para renascer na pousada mais próxima.

A jornada de Starlight Legacy tem um ritmo misto, o jogo começa legal, mas rapidamente é possível notar as decisões de design que são bastante questionáveis para um jogo moderno. Primeiro temos um excesso de confrontos e o jogo utiliza o sistema de batalhas aleatórias, ou seja, basta andar poucos passos para ver a tela de luta, só para isso acontecer novamente momentos depois. Os confrontos são um pouco desbalanceados e todas as áreas possuem certos inimigos que vão te dar trabalho no início dessas, às vezes estes confrontos acontecem em determinados níveis e você simplesmente não tem chance de vitória com a composição naquele momento. O título traz uma ênfase enorme em backtracking, com baús acessíveis somente após a aquisição de equipamentos para alcançá-los e outros travados por nível, ou seja, de tempo em tempo é necessário retornar nos mapas antigos e enfrentar toda essa sequência de lutas para conseguir certos equipamentos, sendo que o layout dos locais também não ajuda.

O lado positivo destes problemas é que apesar dessas decisões questionáveis, o título incorpora opções modernas de qualidade de vida que podem ser ativadas ou desativadas a qualquer momento. Temos um conjunto simples que traz o básico no estilo dos remasters de Final Fantasy, assim é possível habilitar a corrida automática, desabilitar os confrontos aleatórios, o que ajuda bastante no backtracking e também multiplicar a experiência em até duas vezes, o que diminui a quantidade de grind. Além desses, o título não traz um game over de fato e ao ser derrotado em batalha, nós simplesmente iremos acordar na pousada mais próxima, algo interessante e que poderia ter sido incorporado em remaster de franquias famosas que insistem em manter estes sistemas que para hoje são datados.

Na ambientação, Starlight Legacy não impressiona, mas traz um conjunto interessante com alguns recursos inesperados. O título traz uma pixel art baseada no estilo 16-bit, temos cenários bem construídos e detalhados, já os monstros são até legais, mas chegam em uma baixa variedade de modelos. A maior parte da jogatina irá acontecer com uma exploração no estilo top-down intercalado pelas telas de combate, contudo o título chega com seções baseadas no estilo Mode 7 do SNES onde temos aquele pseudo 3D que aqui é acessível por um telescópio que nos permite visualizar as redondezas e também em um sistema de viagem que não irei dar spoiler. A trilha sonora é ok e traz faixas empolgantes, porém é fácil sentir a repetição, principalmente nas músicas de combate que são constantes por conta da quantidade de confrontos. Vale lembrar que o título está localizado para diversos idiomas incluindo o PT-BR em legendas e menus.

No final, Starlight Legacy traz uma experiência JRPG interessante que embora seja um pouco frustrante no seu modo clássico, ela acaba se tornando agradável com os recursos de qualidade de vida disponíveis. O preço cobrado é camarada e eu posso recomendar este título para todos os fãs do gênero.

Acompanhe o começo de Starlight Legacy no vídeo abaixo:

Starlight Legacy

7.5

Nota

7.5/10

Positivos

  • Recursos de qualidade de vida
  • Sistema de combate
  • Preço

Negativos

  • Frustrante no modo clássico
  • Excesso de confrontos aleatórios
  • Muito backtracking

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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