
KIBORG – Muita ação com tiro e porrada de forma roguelike | Análise
Analisado no PC
KIBORG é um jogo de combate em arenas roguelike, desenvolvido e distribuído pela Sobaka Studio. O título foi lançado em 30/04/2025 com versões disponíveis para PC, PlayStation 4|5, Xbox One e Xbox Series X|S.
Modificando o ritmo apresentado em sua demo Kiborg Arena. KIBORG traz uma experiência divertida, mas que demora a engrenar por conta de seus sistemas roguelike.
Kiborg se passa em um futuro distópico onde iremos acompanhar a luta de Morgan Lee, um inocente que foi condenado a 1300 anos de prisão por um crime que não cometeu. Morgan tem a chance de conquistar sua liberdade, mas para isso ele precisa lutar, sobreviver e vencer no “O Último Bilhete”, um reality show sádico que promete a liberdade para quem conseguir chegar no topo de uma torre. A trama é simples e direta, ela não impressiona e serve mais para justificar toda a pancadaria que iremos presenciar.
A jogatina é baseada em combate de arenas, onde temos de sobreviver e enfrentar ondas de inimigos e batalhas de chefe, em cenários que se alternam entre arenas simples, já outras um pouco mais complexas. A pancadaria acontece no estilo de tiro, porrada e bomba, com socos, chutes, armas brancas e também armas de fogo que são potencializados pelo sistema de modificações corporais e mutações que modificam o personagem.
Comparado a sua demo que tinha um ritmo frenético, o combate de Kiborg está mais lento, mas ainda é rápido, pois seu sistema de golpes impulsiona o personagem de um lado para o outro para alcançar os inimigos mais distantes e também deixar tudo mais dinâmico. O jogo não tem segredo e o combate segue o padrão de outros brawlers, sendo preciso ser agressivo pois os recursos são limitados e qualquer dano que você levar pode custar caro. O único diferencial de seus sistemas é o questionável uso de apenas uma barra como estamina e escudo ao mesmo tempo, ou seja, para atacar com golpes especiais, se defender e esquivar você irá consumir o mesmo recurso e inicialmente o sistema limita o jogador de forma considerável.
Como dito acima, o título traz modificações corporais e mutações que podem ser adquiridas de forma aleatória no decorrer da jogatina. Essas modificações são separadas pelas partes do corpo, sendo exclusivas das pernas, peitoral, braço esquerdo, direito, cabeça e coluna. Cada uma dessas faz parte de um conjunto e ao colocar partes do mesmo é possível liberar efeitos adicionais que potencializam ainda mais os aspectos do conjunto e modificam a forma de jogar. Claro que se você quiser também é possível colocar partes diferentes e criar sua própria composição, até porque temos algumas dessas que ajudam bastante e trazem até a possibilidade de invocar aliados para nos ajudar.
Assim como em outros jogos roguelikes, a cada morte tecnicamente nós voltamos mais forte para a próxima tentativa pois é possível acumular e gastar pontos em melhorias. Kiborg tem um início frustrante e o jogador irá gastar um tempo considerável até conseguir liberar habilidades passivas e recursos suficientes para o jogo começar a ficar dinâmico e divertido. As primeiras horas são sofridas pois não temos acesso as melhores modificações, nem mesmo a métodos de aumentar a vida ou se curar, os inimigos causam danos consideráveis e algumas caixas de dano são inconsistentes, além disso você precisa conseguir identificar e bloquear ou se esquivar de projéteis de inimigos distantes no meio de toda confusão. O sistema de passivos desbloqueáveis começa com um custo baixo, mas rapidamente este custo escala de forma que para liberar uma melhoria intermediária são necessárias duas ou mais tentativas.
A ambientação é legal e o jogo está bem feito, mas os visuais não impressionam. O título traz arenas pequenas e simples com um uso intenso de efeitos de iluminação e sombra para criar uma atmosfera mais hostil, no entanto as texturas no geral não impressionam e o jogo tem uma repetição de planos de fundo que fica visível depois de algumas tentativas. Os modelos de personagem por outro lado são mais diversificados e detalhados, porém a repetição novamente ocorre e os tipos de inimigo acabam sendo travados aos níveis de arenas e depois de algumas tentativas você já sabe o que esperar. A trilha sonora é OK, temos algumas faixas para empolgar o combate, mas elas ficam repetitivas com o tempo, a dublagem dos personagens por outro lado é inconsistente e temos um narrador OK, mas uma assistente com uma dublagem fraca e com áudio em baixa qualidade. Vale lembrar que o jogo está localizado para diversos idiomas com legendas e menus em PT-BR.
No final, apesar de sua simplicidade e repetição, KIBORG traz uma experiência de arena roguelike divertida que com certeza irá agradar os fãs do gênero que tiverem paciência para liberar as melhorias intermediárias. O preço cobrado é justo e eu posso recomendar este título a todos que gostem do gênero ou para quem procura por algo diferente para jogar.