
A polêmica em torno dos Game Key Cards do Nintendo Switch 2 ganhou um novo capítulo após um esclarecimento da própria Capcom. Questionada sobre como contabiliza as vendas de Street Fighter 6 nesse formato, a empresa explicou que são consideradas vendas digitais em seus resultados financeiros. Ou seja, embora o consumidor esteja comprando um produto físico (um cartão vendido em lojas), para a editora isso é igual uma compra 100% digital.
O que é o Game Key Card do Switch 2?
Em vez de um cartucho tradicional contendo dados do jogo, o Game Key Card traz apenas um código de ativação — nada de jogo gravado fisicamente, apenas um bilhete para baixar digitalmente o título. O diferencial é que esses cartões podem ser revendidos e utilizados em vários consoles Switch 2, ao contrário da compra digital convencional.
Para desenvolvedores, o motivo alegado é a limitação: a Nintendo só disponibiliza, pelo menos por enquanto, cartões físicos de 64GB, inviabilizando lançamentos físicos para jogos maiores ou múltiplos lançamentos em versões menores. Por isso, a maioria dos grandes títulos third-party do Switch 2 sai apenas via Game Key Card.
Preocupações com preservação e colecionismo
O sistema Game Key Card desagradou preservacionistas e nomes da indústria, que criticam o fim prático da mídia física para muitos títulos. Stephen Kick, CEO da Nightdive Studios, declarou ser “desanimador” ver uma empresa com a história da Nintendo adotar esse caminho:
“Você esperaria que uma empresa tão grande e com uma história tão rica levasse a preservação mais a sério.”
— Stephen Kick, Nightdive StudiosAlex Hutchinson, diretor de Far Cry 4 e Assassin’s Creed 3, também criticou o formato:
“Eu odeio, acho meio lamentável. Estamos perdendo o que tornava a atividade especial… Trocar cartuchos no colégio, a nostalgia disso tudo.”
“É curioso que a Nintendo consiga fazer isso sem grandes boicotes, graças ao poder da nostalgia.”
Por que isso preocupa os fãs?
- Preservação ameaçada: Sem mídia física real, jogos podem sumir dos servidores e ficar inacessíveis no futuro.
- Colecionismo perde sentido: Comprador leva um cartão decorativo, não um item com “o jogo dentro”.
- Limitação de revendas: Apesar da revenda do cartão ser possível, na prática, o título ainda depende de servidores digitais.
Apesar das críticas públicas, fãs e analistas reconhecem que a demanda colossal por Switch 2 e seus jogos pode acabar normalizando o modelo — especialmente se grandes lançamentos permanecem exclusivos desse sistema.