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Tunche – Uma mistura de beat’em up com roguelike que não deu muito certo | Análise

Jogos com temática que abordam a história ou cultura da América do Sul são raros e felizmente Tunche é um desses.

Analisado no PC


Tunche é um beat’em up com elementos roguelike, desenvolvido pelo estúdio peruano LEAP Game Studios e distribuído pela HypeTrain Digital. O jogo foi lançado em 02/11/2021 e está disponível para PC, Nintendo Switch e Xbox.

Com uma temática bacana e uma linda arte feita à mão, Tunche infelizmente é uma amostra de que beat’em up com roguelike não é uma boa combinação e apesar de bonitinho sua jogabilidade é extremamente repetitiva e maçante.

Tunche

Jogos com temática que abordam a história ou cultura da América do Sul são raros e felizmente Tunche é um desses. O título aborda em especial os mitos e lendas da Amazônia Peruana, trazendo as aventuras de quatro personagens “nativos” que estão à procura de um espírito que dá nome ao jogo “Tunche”.

Logo de início é impossível não notar a arte, esta que infelizmente é o ponto mais alto do jogo. Tunche possui belos gráficos, com uma arte feita à mão e sua história vai sendo contada em um formato de quadrinhos, essa abordagem combinaria muito bem com um beat’em up puro, porém Tunche não é assim.

Tunche

No geral beat’em up são jogos onde o jogador enfrenta muitos inimigos ou levas de inimigos em um cenário. Tunche tem esse conceito, o jogo é basicamente um beat’em up em arena, pois os mapas são pequenos e não há noção de progressão, basicamente você enfrenta ondas de inimigos em um mapa pequeno e depois usa um teleporte para o próximo mapa.

O problema é que os desenvolvedores resolveram misturar esse gênero com roguelike e o resultado não ficou bom. Se pararmos para analisar, os elementos rogue foram introduzidos muito provavelmente pela falta de conteúdo e se tirarmos os recomeços que estes elementos introduzem, o jogo se tornaria uma aventura curta, mas qual beat’em up não é.

Tunche

Dependendo do personagem escolhido você irá sofrer bastante no início do game, infelizmente todo o sistema é baseado em coletar recursos para fortalecer os personagens e poder avançar no jogo. Por essa razão alguns personagens infligem muito pouco dano e aqueles 3 ou 4 combos suficientes para eliminar os inimigos “comuns” em outros jogos, acabam virando 8, 10 ou mais combos já nos primeiros níveis. Os inimigos no geral são verdadeiras esponjas, eles possuem vida demais e por isso o combate enjoa muito rápido, pois você perde muito tempo atacando um inimigo, só para eliminá-lo e aparecer outros dois iguais ou maiores e lá se vai mais tempo. O combate de Tunche só fica bom depois de um considerável tempo de jogo, algo que não é legal e pode afastar vários jogadores.

Infelizmente essa desbalanceada mistura de gêneros não é o único problema, o jogo está recheado de bugs, alguns que até impedem o progresso. De todos os problemas, os que mais incomodam são os relacionados aos elementos e personagens que não aparecem ou somem do nada. Basicamente sempre existe a chance de um monstro não aparecer ou pior, ele pode simplesmente ser jogado para fora da área de combate impossibilitando o progresso e isso acontece com certa frequência. Além disso, é preciso conviver com a barra de especial sempre desaparecendo e o sistema de combos que só enche se você executar ataques aéreos.

No final Tunche tem belos gráficos e uma boa temática, contudo seus sistemas de combate aliados aos elementos rogue, fazem deste um dos piores beat’em ups que eu já joguei. O preço é ok, porém o jogo está cheio de problemas e sinceramente eu prefiro recomendar este título somente a quem realmente se interessou, caso contrário é melhor passar longe.

Confira neste vídeo de gameplay o início de Tunche:

Tunche

6

Nota

6.0/10

Positivos

  • Gráficos
  • Temática

Negativos

  • Combate
  • Bugs
  • Repetitivo

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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