
Gynoug – Batalha celestial do Mega Drive para os consoles modernos | Análise
Como um bom título de raízes arcade, Gynoug não tem enrolação, o jogo começa direto no primeiro nível e tudo flui de forma bastante simples.
Analisado no Nintendo Switch
Gynoug (Wings of Wor) é um jogo de tiro com rolagem lateral, foi desenvolvido pelo estúdio Masaya Games e publicado para o Sega Mega Drive em 1991, esteve disponível no Virtual Console do Nintendo Wii a partir de 2008, mas apenas no Japão, e agora, em 12 de Novembro de 2021 foi lançado para os consoles PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch pela Ratalaika Games.
Em Gynoug controlamos o anjo Wor, durante algum período na idade média os demônios ficaram mais fortes, tudo isso foi causado pelo aumentos das ambições malignas das pessoas, consumidas pelos demônios. Nesse cenário nosso personagem deve seguir para Iccus, enfrentando esse exército liderado por um ser conhecido apenas como O Destruidor e impedir que esse mal se espalhe pelo mundo.
Como um bom título de raízes arcade, Gynoug não tem enrolação, o jogo começa direto no primeiro nível e tudo flui de forma bastante simples, temos o disparo principal que pode ser melhorado em até cinco níveis. Esse processo é feito ao adquirir dois tipos de esperas, coletando as esferas azuis o número de projéteis vai aumentando, já as vermelhas aumentam a potência do tiro, o número de esferas necessárias para o upgrade vai aumentando, dessa forma para atingir o nível cinco são necessários mais que cinco esferas de cada.
Ainda no que se diz respeito ao poder de fogo existem joias que mudam o seu modo de ataque, a vermelha faz com todos os tiros sejam para a frente projetadas em forma de arco, a amarela faz com que metade dos projéteis seja direcionados para a frente e outra metade para a parte de trás e pôr fim a azul faz com que os tiros saiam retos, sendo em sua maioria disparados para a frente, mas existem dois que fazem grande diferença, um é disparado a cima e outro abaixo de Wor, mais ou menos em forma de L, eles formam uma pequena barreira protegendo a cabeça e os pés e logo em seguida são projetados para a frente junto aos demais.
Agora um ponto estranho no game é o de ataques especiais/magia, digo isso porque simplesmente não existe uma maneira lógica de entender como escolher e muito menos adquirir as magias, tanto que de fato eu não saberia dizer quais são todas elas se não tivesse pesquisado, uma vez que durante as vezes que joguei tive acesso a apenas três. A primeira é um raio que é disparado para frente pelo Wor, ele pode cobrir qualquer ponto da tela dependendo de onde você posicionar o personagem. A segunda é uma espécie de escudo que fica rotacionando em volta do personagem por um período de tempo e por fim a terceiro, um anjo passa a acompanhar você, mas ele fica fixo no topo da tela de forma centralizada e solta um grande raio para baixo, como de uma tempestade. As demais são misseis mágicos que escolhem alvos aleatórios na tela, bolas de energia que voam pela tela destruindo tudo, um multiplicador que adiciona fadas ao redor de Wor disparando raios, ataque de chão que disparam misseis de cima para baixo da tela e por fim, um que aumenta o poder de fogo de tudo disparado pelo anjo Wor.
Todas as magias possuem um número de uso e são facilmente usadas ao toque de um botão, quer dizer, facilmente quando você de fato adquire uma, a impressão que dá e que de fato elas são um presente de Deus, porque de verdade como ativar elas é um mistério. O jogo ainda conta com alguns pergaminhos com letras desenhadas e penas que são dropadas pelos inimigos, eu acredito que os pergaminhos tenham ligação com as magias, mas não consegui entender como eles são usados ou ativados. Já as penas servem para aumentar a velocidade de movimentação do personagem.
O jogo é dividido em seis estágios, contanto com um mini-boss intermediário e outro ao final mais poderoso. A ambientação é boa e bastante variada, além de ter uma boa noção de progresso, uma vez que cada estágio conta com duas músicas. uma antes e outra depois do mini-boss, além disso, a curva de dificuldade é bem nítida quando você chega no nível três, daí em diante é o famoso bullet hell sem dó nem piedade e não é nada fácil, principalmente alguns chefes mais para o final.
Mas, como não estamos falando da versão original do game, Gynoug nos consoles modernos conta com o bom emulador da Ratalaika Games, o mesmo que citei nas análises de Panorama Cotton e Gleylancer. Aqui é possível ajustar várias melhorias e cheats que dão vidas e magia ilimitadas, retenção de armas ao morrer, créditos ilimitados e invencibilidade. Junto a isso está possibilidade de remapear o controle e os ótimos shaders e filtros de CRT já citados naquelas outras análises (os links estão acima). Parte visual e sonora são boas, inclusive na emulação, as músicas do Mega Drive são complicadas de emular e apesar de nunca ter ouvido o jogo no hardware real a impressão é que de os sons estão bem representados (mesmo que não estejam fiéis).
Com tudo isso em mente, Gynoug é um jogo bastante competente, assim como Gleylancer, seu “irmão” de estúdio, é possível ver que o Masaya era muito bom em jogos do estilo e este aqui não deixa para trás, níveis desafiadores, uma boa trilha sonora, boa gama de powerups, que apesar de serem confusos de acessar estão lá, curva de dificuldade e aprendizado aceitáveis e possível de se superar fazem deste jogo uma boa pedida para fãs de shmup e saudosistas do Mega Drive em geral.