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Train Valley: Console Edition – É bastante divertido e desafiador, mas peca nos controles | Análise

Train Valley: Console Edition mostra seus níveis em forma de destinos num livro, esse composto por cinco páginas

Analisado no Nintendo Switch


Train Valley: Console Edition é um simulador de trens e jogo de estratégia e puzzle, desenvolvido pelo estúdio Flazm e publicado pela BlitWorks nos consoles PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch em 27 de Julho de 2022. O jogo original chegou aos PCs em 2015 com uma sequência que foi lançada em 29 de março de 2018.

Logo de começo somos apresentados a uma interface bastante simples e ao mesmo tempo funcional, o jogo apresenta dois modos de gameplay, o clássico e o livre, o clássico apresenta três missões por estágio e o livre como o nome diz deixa o jogador fazer as coisas no seu tempo e da forma que preferir.

Train Valley

Train Valley: Console Edition mostra seus níveis em forma de destinos num livro, esse composto por cinco páginas, cada página conta com cinco estágios e mais um estágio livre, cada estágio e página conta com temas próprios, sendo relacionados à países como Japão, Alemanha, Estados Unidos, a extinta União Soviética, ao continente Europeu, ou mais restrito a cidades como Tóquio e Berlim. Dentro do modo história ainda é possível passar por períodos históricos e cada página/mapa se passa num período distinto de tempo, ou seja, os tipos de trens que aparecem nesses estágios muda de acordo com os anos.

Dentro do estágio o jogo é bastante simples, mas não se deixe enganar, que ele é bastante desafiador, cada nível possui três desafios que variam entre fazer um montante em dinheiro, gastar um outro tanto, construir um número específico de trilhos, não destruir trilhos, gastar um valor em demolição, não provocar acidentes, e por aí vai. A interface do jogo na versão de consoles se mantem muito próxima daquela apresentada no PC, do lado esquerdo temos cinco controles de são alterados com o uso dos botões de ombro do controle, lá estão mudança de direção do trilho, modo de construção, modo de demolição, controle de partida da estação e controle dos trens. O gatilho esquerdo ativa um novo trem a um custo que varia em cada mapa, lá o gatilho direito controla a velocidade do jogo que é divida em 1x, 2x e 4x, além do botões de opções e o de pause.

De começo tudo é muito tranquilo, o primeiro mapa basicamente funciona como tutorial no game, você acessa a ferramenta de construção, traça os trilhos usando o analógico esquerdo ou o direcional e conecta suas pontas, bifurcações são necessárias em quase todas as situações, mas tenha em mente que você precisa estudar bem o posicionamento dos trilhos e como fazer essas junções, uma vez que o espaço pode ser limitado e o seu orçamento também, mas se o erro já tiver acontecido você pode apagar e fazer novamente. Uma vez que a ligação entre as localidades estiver feita em algum momento uma delas vai solicitar um novo trem para transporte, quando isso acontece basta você usar o botão de partida e dar o aval para que o trem parta. Até então tudo parece tranquilo, porém no canto inferior direito existe uma barra que vai se enchendo conforme o tempo passa, sempre que ela enche um som indica que um novo trem foi carregado e logo vai ser necessário partir.

Com o passar do tempo mais e mais trens vão sendo carregados, junto deles, novas localidades são criadas e com isso mais estações de trem aparecem no mapa e você precisa conectá-las, sendo assim, mais junções são feitas e a malha ferroviária fica mais sobrecarregada, fazendo com que o jogador necessite prestar mais atenção aos seus movimentos, uma vez que um acidente férreo não só destrói os dois trens que colidem, mas os trilhos que estão perto e existe uma perca financeira, além disso, muitos estágios tem o fato de não acontecer acidentes como um dos desafios. Outro ponto que precisa de atenção é o fato que se o jogador deixar um trem por muito tempo parado numa estação e outros forem carregados nela nesse período, aquele inicial vai sair da estação o jogador querendo ou não, então imagina problema, nesse cenário minha recomendação é, tente coordenar todos os trens de lado para o outro do mapa em levas, por exemplo, você tem três localidades na esquerda e três na direta, coordene todos os veículos que vão da direita para a esquerda e depois inverta, só faça o movimento em ambos os lados simultaneamente se eles forem usar rotas bastante distintas.

Train Valley

O jogo oferece alguns mecanismos que podem ajudar nessa tarefa árdua de controle de muitos veículos, a primeira delas é a possibilidade de parar os trens e inverter sua trajetória a qualquer momento após ele sair completamente da estação, outra coisa que ajuda bastante é o fato de que se você pausar o game é possível ajustar o que for necessário enquanto tudo está parado, é uma ajuda e tanto, uma vez que é bem fácil perder o controle de tudo e precisar de um tempo para respirar e ajustar as rotas, ainda mais se você assim como eu por vezes no desespero se embaralhava com a velocidade de operação do jogo e tudo parecia entrar no mais absoluto caos!

Falando em se embaralhar com os controles esse é talvez um dos pontos mais críticos do jogo, ele não são ruins, não é esse o problema, o caso é que a interface do jogo não ajuda muito na movimentação por botões, eu já citei eles lá no começo, mas é bastante fácil se confundir quando tudo está entrando em colapso, além disso, nunca a movimentação com o analógico vai ser mais rápida e precisa do que com o mouse, isso fica muito mais evidente na hora de selecionar as estações e bifurcações, que por várias vezes aconteceu de eu apertar de forma bastante incisiva o analógico para um ponto, mas ele lindamente ignorar meus comandos ou acabar selecionando uma outra estação, fazendo com que eu despachasse o trem errado. Outro ponto que me incomodou foi a posição não muito lógica dos controles de criação, demolição, controle de rotas… em muitos casos você precisa mudar rapidamente pelo entre eles e se os mais usados ficassem de forma mais próxima ajudaria.

Train Valley

Visualmente Train Valley: Console Edition cumpre bem seu papel, existe uma consistência no que é visto no jogo, as localidades tem visual distinto, sejam elas cidades, fazendas, fábricas ou qualquer outra coisa, os trens também mostram visuais diferenciados, sejam eles máquinas a vapor, combustível ou até mesmo os trens bala. A parte sonora é boa, cada trem tem som característico e as músicas também são boas, que mudam de acordo com o tema que está em cada estágio. Um detalhe sobre os trens que o jogador precisa ficar atento, eles são variados e mudam de acordo com os anos, ou seja, uma localidade maior pode gerar um trem maior ou ainda usando uma máquina mais moderna e mais veloz, então tome cuidado com o espaçamento entre os veículos que estão na frente e atrás no mesmo sentido do trilho, porque eu mesmo cometi esse erro e provoquei uma colisão traseira quando um modelo a combustível mais rápido colidiu atras de um modelo a vapor.

Sendo assim, eu afirmo com certeza que Train Valley: Console Edition diverte muito e tem bastante desafio para aqueles que querem ganhar todos os carimbos de desafios concluídos em cada estágio, ele com certeza não é perfeito em sua adaptação para o uso de controles, mas não vejo muito espaço para melhorias nessa área, o único porém é que depois de um tempo, não há muito o que fazer no jogo, se não testar sua capacidade de ganhar mais e mais pontuação nos cenários livres, com isso dito, indico o jogo para aqueles que gostem de jogos de gerenciamento sem muitas complicações e variáveis, mas também para os que gostam de jogos com desafios bem dosados.

Confira no vídeo abaixo a primeira página de Train Valley: Console Edition:

Train Valley: Console Edition

8.5

Nota

8.5/10

Positivos

  • É bem divertido
  • O visual é ok pelo estilo dele
  • O preço é amigável
  • Oferece boa dose de desafios

Negativos

  • Os controles são duros de acostumar
  • As vezes só pausando o game pra controlar o caos
  • Não tem uma sobrevida muito longa

Saulo Fernandes

Publicitário de formação, editor do Gamers & Games desde 2015. Gosto de jogos de exploração, aventura e corrida, comecei a jogar no Master System, mas o meu console queridinho até hoje é o GameCube.
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