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Hubris – Mais um título de qualidade para a realidade virtual | Análise

A jogabilidade é dividida entre exploração com sistema de criação e aprimoramento e o combate que deixa a desejar.

Analisado no PC usando o Quest 2


Hubris é um jogo de aventura sci-fi exclusivo para a realidade virtual, desenvolvido e distribuído pelo estúdio belga Cyborn B.V. O título está sendo lançado hoje 07/12/2022 estando disponível somente para PC VR e com futuras versões previstas para Meta Quest, VIVEPORT e PSVR2.

Em tempos de “questificação” dos jogos exclusivos para VR, Hubris chega para ficar ao lado de Lone Echo e Half Life: Alyx, ao misturar belos gráficos com uma aventura sci-fi interessante e divertida que só não é melhor por conta de alguns detalhes em sua jogabilidade.

Hubris VR

Em Hubris nós jogamos como um recruta da OOO (Order Of Objectivity) a caminho de um centro de treinamento, quando a nave em que estamos recebe um chamado de emergência para procurar, auxiliar e resgatar a agente especial Cyana que pode estar ferida. Acompanhados de nossa oficial e também piloto Lucia, nós partimos para uma aventura repleta de aliens, drones, bandidos, com muito “parkour” e um visual de tirar o fôlego. A história é legal, mas não espere nada ao nível AAA, a trama segue o típico clichê sci-fi que diverte, mas que aqui demora um pouco a engrenar.

Começando pelo que mais chama a atenção que sem dúvida alguma são os gráficos. Hubris traz uma apresentação sensacional composta por boas texturas, belos modelos e uma excelente iluminação, fatores que quando combinados criam belas paisagens e uma ambientação que proporciona uma imersão fantástica. A experiência é muito boa e performance também, jogamos com uma RX 6750XT e não encontramos nenhum problema com quedas de quadros, por outro lado o que acontecia com frequência era acabar encostando nos limites da área de jogo, situação provocada pela imersão causada por conta da riqueza de detalhes nos cenários, os pequenos detalhes com certeza vão deixar os fãs de ficção científica querendo mais.

Hubris VR

Os controles foram bem feitos e trazem bastantes opções de jogo e acessibilidade, sendo possível escolher e modificar a dificuldade, efeito de vinheta, velocidade de escalada, tipo de rotação da câmera, estilo de corrida e também se você vai jogar sentado ou de pé. Por conta de várias mecânicas é preciso calibrar a altura das pernas e também o alcance dos braços, não temos opções de movimentação como o teleporte e a movimentação aqui é feita somente através dos analógicos, algo que não é ruim visto as mecânicas requeridas a jogatina.

A jogabilidade é dividida entre exploração com sistema de criação e aprimoramento e o combate que deixa a desejar. A exploração em Hubris é feita através da livre movimentação e aqui você precisa nadar, pular e escalar para conseguir completar os objetivos, o jogo tem física e nosso personagem tem braços, por isso para nadar é preciso realizar os movimentos que você faria na água e a experiência aqui é boa, na escalada por outro lado nós temos um sistema de auxílio que te ajuda a subir o último degrau, algo que foi bem pensado visto que não temos tracking nos movimentos de perna.

Hubris VR

Quando funciona todo esse conjunto te faz se sentir o mestre do “parkour”, algo que eu diria que acontece em 75% do tempo que você passa escalando e pulando, por outro lado na menor parte do tempo o sistema acaba sendo quebrado por inconsistências nos controles de grab e nos comuns bugs que ocorrem no sistema de escalada principalmente quando você encosta em alguma parte do cenário e entra dentro do “terreno”, a partir daí o jogo decide reconhecer que você está fora do limite de jogo e simplesmente carrega o último jogo salvo, o que geralmente te força a reiniciar aquela sessão. Estes problemas são menos comuns, mas ocorrem com uma certa frequência que chega a incomodar no progresso do jogo, claro que jogamos uma versão não finalizada e estes problemas podem não estar presentes na versão final de lançamento.

O progresso aqui segue em grande parte a receita de chegar, consertar e partir. Basicamente toda nova área se resume a você chegar no local, descobrir que o que você precisa está quebrado, procurar itens no cenário para consertar o que você precisa e assim partir para a nova área. Claro que nem tudo é tão simples e para dar uma variada, entre essas áreas temos sempre um nível com combate envolvendo inimigos, parkour ou até sessões de minigames que incluem até você utilizar um kit médico para salvar um NPC.

Hubris VR

Como dito mais acima, o combate do jogo deixa a desejar e o principal problema aqui está no sistema de recarga de armas. Hubris possui combate e aqui o jogador tem de enfrentar criaturas, drones e até bandidos invasores, temos um sistema de criação de itens e aprimoramento de armas, o combate tinha tudo para ser interessante se o sistema de recarga não fosse tão ruim. Por algum motivo ao invés de adicionarem carregadores ou um sistema de baterias, os desenvolvedores decidiram colocar a recarga automática que não acontece de forma passiva e basicamente para recarregar sua arma você precisa soltá-la em cima de sua cabeça e esperar, quanto mais tempo você ficar sem usa-la mais balas serão carregadas. O sistema de recarga é estranho, ineficiente e com certeza vai te deixar na mão em algumas situações, existem algumas melhorias que aumentam o dano e mitigam um pouco essa situação, mas até consegui-las você terá de conviver com esse sistema ruim.

No final, Hubris traz uma experiência divertida e imersiva que apesar de apresentar algumas inconsistências em sua jogabilidade com certeza irá agradar os fãs do gênero. Ainda não temos um preço definido e por este motivo eu prefiro recomendá-lo por enquanto somente para quem se interessar.

Confira neste vídeo as primeiras impressões de Hubris VR:

E neste vídeo a continuação do gameplay sem comentários:

Hubris

8.2

Nota

8.2/10

Positivos

  • Gráficos
  • Ambientação
  • Imersivo

Negativos

  • Combate
  • Alguns Bugs

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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