
A Meta encerrou 2024 com perdas expressivas de US$17,7 bilhões na divisão Reality Labs, dedicada à realidade virtual (VR) e aumentada (AR). O mais recente relatório financeiro, referente ao quarto trimestre de 2024, mostra que a empresa registrou um prejuízo de US$4,97 bilhões apenas nos últimos três meses do ano, mesmo com uma receita de US$1,08 bilhão gerada pelo Meta Quest.
Entre os trimestres de 2024, esse foi o registro mais pesado na contagem de perdas dessa divisão, que já havia anotado prejuízos de US$3,8 bilhões, US$4,5 bilhões e US$4,4 bilhões consecutivamente nos primeiros trimestres do ano.
No acumulado do ano, o prejuízo total da Reality Labs cresceu para US$17,7 bilhões, superando os US$16,1 bilhões registrados em 2023. Apesar disso, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reafirmou sua confiança nos esforços para o Metaverso, definindo 2025 como “um ano crucial para o projeto”.
O preço de investir no futuro das tecnologias imersivas
As perdas da Meta na divisão Reality Labs se mantêm diretamente ligadas aos esforços contínuos de pesquisa e desenvolvimento para iniciativas como o Metaverso. Segundo Zuckerberg, os investimentos extraordinários no setor ainda carregam um foco de longo prazo, mas deixam a empresa com desafios reais em suas operações.
Apesar da promissora linha de hardware, incluindo o Meta Quest e Meta Quest Pro, as vendas de equipamentos geraram receitas relativamente modestas. No quarto trimestre, os dispositivos arrecadaram US$1,08 bilhão, um número que não é suficiente para equilibrar os custos massivos das operações da divisão.
Além disso, a empresa anunciou recentemente cortes “baseados em performance”, que resultaram em cerca de 5% de demissões no quadro de funcionários. Esses cortes destacam os ajustes estratégicos que a Meta vem buscando para apoiar seu modelo de negócios e conter prejuízos enquanto pressiona pelo sucesso do Metaverso.
Quatro trimestres consecutivos de prejuízo: o que isso significa?
O ano de 2024 marcou o quarto trimestre consecutivo de prejuízo para a Reality Labs. Abaixo, os números mostram a trajetória das perdas no setor ao longo do ano:
- 1º trimestre (março 2024): US$3,8 bilhões
- 2º trimestre (junho 2024): US$4,5 bilhões
- 3º trimestre (outubro 2024): US$4,4 bilhões
- 4º trimestre (dezembro 2024): US$4,97 bilhões
Embora as despesas continuem extremamente altas, o CEO da Meta insiste que a empresa está construindo as “bases para o futuro das interações digitais”. Para Zuckerberg, o Metaverso e as tecnologias de VR/AR representam uma oportunidade disruptiva de longo prazo, ainda que os retornos financeiros só se materializem como um impacto sustentável a médio ou longo prazo.
2025: o ano crítico para o Metaverso
Mark Zuckerberg foi claro: o próximo ano será essencial para mostrar o valor do Metaverso e justificar os pesados investimentos realizados. Ele chamou 2025 de “um ano de inflexão”, indicando que a empresa dará passos significativos para consolidar sua visão e tentar demonstrar retorno aos acionistas e consumidores.
Apesar das dificuldades no ritmo de adoção e das críticas ao custo dessas operações, a Meta continua comprometida com sua missão de liderar o desenvolvimento das tecnologias imersivas. Seja por meio dos dispositivos Meta Quest ou da construção de ambientes digitais interativos, a empresa mostra que, mesmo em meio a perdas recordes, acredita firmemente no futuro do Metaverso.
Embora a aposta da Meta nas tecnologias VR e AR demonstre ambição, as perdas crescentes levantam uma questão inevitável: por quanto tempo a empresa pode absorver esses prejuízos enquanto continua a empurrar sua visão revolucionária para consumidores e investidores céticos?