Koira – Uma experiência poética de emoção e natureza no melhor estilo The Last Guardian | Análise

Com arte encantadora e trilha sonora emocionante, Koira propõe uma jornada sensorial entre natureza, silêncio e conexão.

Thiago Bonito06/05/2025Última Atualização 06/05/2025

Analisado no PlayStation 5

Koira, do Studio Tolima, é um daqueles jogos que transcendem a ideia tradicional de videogame. Lançado para PlayStation 5 e PC, o título propõe uma experiência sensível e quase meditativa, com foco em narrativa visual, ambientação artística e vínculos emocionais. Combinando exploração, puzzles leves e uma história silenciosa, Koira se apresenta como uma pequena pérola indie que merece atenção — especialmente para quem valoriza jogos como arte.

O maior trunfo visual de Koira é seu estilo artístico impressionista. Com cenários que parecem pintados à mão, o jogo apresenta um mundo de sonhos e simbolismos. Cada área da floresta onde se passa a aventura parece cuidadosamente composta para emocionar, com cores suaves, iluminação simples e animações delicadas que contribuem para uma atmosfera quase mágica.

Em 4K no PS5, o visual se mantém limpo e fluido, sem quedas perceptíveis de performance. A taxa de quadros é estável, mesmo nos momentos de maior movimentação ambiental, como folhas caindo ou partículas de luz atravessando clareiras. O jogo roda a 60 fps com fluidez constante, oferecendo uma experiência visualmente deslumbrante e tecnicamente estável.

A música de Koira é outro pilar fundamental da sua imersão. A trilha sonora minimalista mistura piano suave, instrumentos de corda e sons ambientais que reforçam a solidão e a beleza da jornada. Cada nota parece dialogar com o estado emocional da protagonista e as mudanças no ambiente. Nos momentos mais impactantes, a música ganha intensidade emocional, sem jamais se tornar cansativa.

A trilha funciona quase como uma extensão do mundo, guiando o jogador pelo sentimento mais do que pela lógica — um verdadeiro trabalho de composição sensível e inesquecível.

A interação entre a garota e seu cão é o centro das mecânicas de Koira. O jogador alterna entre resolver puzzles ambientais simples e utilizar a ajuda do cachorro para rastrear pistas ou desbloquear caminhos. A jogabilidade é intencionalmente calma e acessível, com foco na conexão emocional, não na complexidade dos desafios.

No PlayStation 5, o uso do DualSense aprimora significativamente a experiência, Feedback Tátil reproduz com precisão a sensação dos passos na grama, da chuva leve ou do toque das folhas. Gatilhos Adaptáveis oferecem resistência ao puxar objetos pesados ou guiar o cão em momentos de tensão narrativa e essa integração com o DualSense eleva a imersão de forma sutil, mas poderosa, reforçando o vínculo do jogador com o mundo do jogo. Áudio Integrado no controle adiciona camadas imersivas, como os latidos suaves do cachorro, sussurros do vento ou alertas ambientais.

Koira é um daqueles jogos que não são feitos para serem vencidos, mas sentidos. Sua proposta artística, emocional o coloca em uma categoria especial dentro do universo indie. Embora sua curta duração e simplicidade o afastem de experiências mais robustas, o jogo compensa com alma, beleza e sensibilidade.