Quando fui apresentado a For Honor – durante a conferência da Ubisoft na E3 de 2015 – eu imaginei que viria algo colossal pela frente. A minha primeira impressão é que realmente viveríamos uma guerra entre Vikings, Cavaleiro e Samurais, algo tão grandioso como se vê em batalhas de Batlefield, com dois times de 32 jogadores para cada lado, mas o que realmente pude jogar durante o beta e na última semana ficou muito longe disso.
História
For Honor ganhou um ponto positivo comigo pelo simples fato de ele possuir um modo campanha – em um momento em que muitos jogos focam somente nas partidas multiplayer – e não me decepcionou na qualidade dessa campanha.
O modo história é dividido em três capítulos – sendo um para cada classe (Cavaleiros, Vikings e Samurais). Cada capítulo possui seis fases que contam a história de cada classe, mas o mais legal disso tudo é que as histórias se entrelaçam e os eventos de uma influenciam na outra.
A duração da campanha foi satisfatória – algo em torno de 5/6 horas de jogo – e foi um dos poucos aspectos do jogo que me deixou com um gosto de “quero mais”.
Jogabilidade
O grande aspecto da jogabilidade de For Honor está no seu sistema de combate entre heróis, basicamente nesse sistema você pode atacar o inimigo em três direções – direita, cima e esquerda – e caso o mesmo posicione a guarda na mesma direção ele conseguirá fazer a defesa do seu golpe. Falando assim a coisa parece bastante simples, mas adicione a isso combinações de golpes, força em seus golpes – forte ou fraco -, habilidades dos personagens, velocidade do golpe e o sistema vai se tornar bastante complexo e estratégico.
O grande problema deste sistema é que chega um momento em que você sente que ele é travado, uma batalha – dependendo do nível dos jogadores – pode se estender por um tempo demasiado, fazendo com que o jogo comece a ficar maçante e pesado o que – pelo menos pra mim – fez com que o jogo ficasse enjoativo muito rápido.
Falando um pouco sobre o que acredito ser o grande foco em For Honor, o multiplayer. Mesmo com uma variedade de modos de jogo razoável eu tive problemas para jogar por muito tempo esse modo, muito por conta do que descrevi acima… achei os combates maçantes demais, sem muitas variações e principalmente sem muita emoção ou adrenalina o que me fez jogar no máximo umas 4 partidas em cada sessão.
Como eu disse acima a variedade nos objetivos deste modo é uma coisa positiva a se ressaltar, no jogo você poderá 5 opções de partidas – Domínio, Briga, Duelo, Batalha e Eliminação – onde basicamente o que muda é o tamanho dos times – variando entre 1 e 4 jogadores – e o objetivo principal da partida, podendo ser o tradicional mata-mata ou o controle de áreas dentro de um mapa.
Junto com a variedade de objetivos eu precisava destacar o clima de guerra que foi inserido no modo multiplayer. Antes de você iniciar a sua jogatina o jogo pede que você escolha uma das classes e essa escolha influencia no seu jogo online. Por quê? Simples, a cada vitória que você consegue online, você recebe tropas que você pode inserir em diversos pontos do mapa multiplayer e ao final de um período de tempo – round – a classe que tiver o maior número de tropas naquele ponto o conquista, fazendo com que o seu domínio de território aumente ou diminua e a cada 8 rounds finalizados chega ao fim a temporada e com isso o mapa é zerado e tudo começa novamente. Achei a ideia bem legal porque acaba gerando certa rivalidade entre as classes e aquele clima de zoeira com seu amigo que fez uma escolha de classe diferente da sua, traz o clima de guerra e competição que é o tema do jogo para a comunidade do game de uma forma geral.
Outro ponto interessante do jogo é o quesito personalização e aqui a coisa parece que será de fato gigantesca, as opções de personalização se estendem para além dos itens, ou seja, quando falamos de personalizar uma arma, você poderá trocar não só a arma que seu personagem utiliza, mas poderá de fato personalizar cada uma delas. Uma espada, por exemplo, você poderá trocar a lamina, a empunhadura ou até mesmo a guarda. Com isso a gama de itens e combinações do game se torna gigantesca e um prato cheio pra quem gosta de customizar e fazer suas próprias aparências.
Gráficos
Graficamente For Honor é muito bonito, com efeitos de fogo e agua bem interessantes e uma ambientação de qualidade que trouxe as características de cada uma das classes para os seus personagens e principalmente para os seus ambientes.
As cenas em computação gráfica são a “cereja do bolo” com gráficos impecáveis e que tornam ainda mais claros as características de cada classe, cada item, cada ambiente.
Localização
For Honor está completamente localizado em nosso idioma, com dublagem, legendas e textos em português. Minha grande crítica neste quesito é por conta da qualidade da dublagem que em determinados momentos chega a ser muito ruim pelo fato de destoar do momento em que o jogo está, exemplo: existe um momento no game em que um dos personagens está gritando por outro com um claro sentimento de vingança, mas este sentimento que a imagem está mostrando não foi transmitido para a dublagem.
Bugs
Durante essa semana que tive a oportunidade de jogar For Honor só encontrei um bug em sessões multiplayer que causavam a desconexão e apresentavam erro de rede mesmo depois de encontrar a partida e carregar o mapa. Tive esse problema em um número pequeno de partidas, mas de qualquer forma eu considero algo relevante por ser algo que de fato afeta a sua jogatina.
Avaliação
For Honor claramente foi um jogo pensado para partidas multiplayer, mas não deixou de trazer conteúdo para aqueles que também gostam de uma boa história nos games.
Dentro de sua proposta multiplayer tentou trazer diversidade porém – na minha visão – acabou limitado por um sistema de combate que tenta ser inovador e que infelizmente acabou se tornando pesado quando jogadores experientes estão frente a frente, mas se você gosta de MOBA de uma maneira geral “For Honor” pode ser uma excelente opção para se divertir.
Por tudo isso, o jogo recebe nosso selo Ouro.
