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The Quarry – Uma atmosfera ‘clichêzuda’ e imersiva | Análise

The Quarry é “a menina dos olhos” para qualquer fã de produções de terror/horror.

Analisado no PlayStation 5


Pegando carona no “clichêzão gostoso” que a maioria dos filmes de terror estão cansados de apresentar, The Quarry nos insere na história de 9 personagens que precisam sobreviver a uma noite cheia de horrores em acampamento chamado Hackett’s Quarry. Esses personagens são jovens monitores do tal acampamento e para celebrar o fim do verão, decidiram realizar uma festa clandestina, que será o epicentro da história, onde vários plot twists serão apresentados.

Entregando diversas referências a Until Dawn (2015), The Quarry mostra que é possível fazer uso de receitas prontas e ainda assim, trazer um bom material. Claro que para isso ser possível, é necessário associar elementos relativamente diferenciados e caprichar nos aspectos visuais e comportamentais que todo jogo de horror precisa ter.

The Quarry

Dizer se The Quarry possui uma narrativa boa ou ruim é um trabalho complexo, pois assim como em Until Dawn, House of Ashes e tantos outros jogos do gênero, as suas escolhas influenciam na história e isso muda drasticamente de uma pessoa para outra, ou seja, por conta de suas decisões, seu final pode ser absurdamente frustrante ou completamente empolgante. Mas é possível afirmar que a história em si é muito interessante com suaves notas de carisma.

Sem encheção de linguiça, o jogo oferece um prólogo e mais 10 capítulos, garantindo um tempo bem nivelado para prender a atenção do jogador, sem forçar momentos maçantes, o que torna tudo mais dinâmico e divertido, mantendo a qualidade da narrativa (se você fizer boas escolhas).

The Quarry

Em jogos com muitos personagens, geralmente damos de cara com desenvolvimentos rasos, sem propósito na trama. Mas em The Quarry, boa parte do cast é interessante e cativante, inclusive o núcleo de vilões. Óbvio que alguns personagens não são tão aprofundados, mas ainda assim, você se conecta a eles de alguma forma. Até porque a maioria dos rostos utilizados são de nomes que estão em trabalhos antigos muito famosos, bem como atuais, como: Skyler Gisondo (Santa Clarita Dieta), Siobhan Willians (Heartland), Zach Tinker (13 Reasons Why), Halston Sage (X-Men: Fênix Negra), Gracie Zabriskie (O Grito), Lin Shaye (Sobrenatural), Brenda Song (Zacky e Cody: Gêmeos em ação), Ariel Winter (Modern Family) e o veterano David Arquette (franquia Scream e Buffy). É impossível você jogar esse título e não reconhecer um ou outro rosto ali.

The Quarry
Justice Smith (Pokémon: Detetive Pikachu e Jurassic World: Reino Ameaçado)

Em termos de gameplay, a regra é clara, preste atenção no que tá acontecendo, não mexa no celular, seja racional e humano ao mesmo tempo na hora de tomar decisões, só assim você evita que seus protagonistas morram. No decorrer da trama, sempre haverão duas opções que variam entre agir e falar de forma mais calma e compreensiva ou mais agressiva e prática.

Quando eu adverti sobre não mexer no celular, foi pra adiantar que os momentos de quick time events estão presentes e em momentos aleatórios e é necessário agilidade para que seu personagem esquive de inimigos, segure a respiração, realize alguns saltos ou até mesmo atire. Fique atento, o ícone do botão que aparece na tela é um círculo, que confunde facilmente o jogador logo no epílogo, fazendo com que apertemos o botão BOLA (no PlayStation). Não caia nessa! O ícone representa o analógico. Com exceção desse pequeno fator, o gameplay se mostra muito fluido, dinâmico e funcional.

The Quarry

Sobre os gráficos do jogo, eu preciso dizer que o empenho da Supermassive Games em entregar algo incrivelmente realista foi excelente, brilhante! Em se tratando de um enredo de terror/horror, é de suma importância que o realismo seja gritante e foi exatamente isso que fizeram, não economizaram em expressões faciais nos momentos de tensão, suspense, medo e susto. De verdade, em alguns momentos parecia um filme e não um jogo. Em termos de trilha sonora, eu sou suspeito pra dizer, pois logo na cutscene inicial eles tocam Moonlight da Ariana Grande, fazendo uma simples cena de um carro na estrada se tornar algo tão orgânico. Dava pra sentir a solidão que a aquela remota estrada exalava. No restante do jogo, é tudo muito linear em questão de sonorização. Em momentos normais de exploração a música é bem suave, quase não notei sua presença, mas conforme os momentos de adrenalina iam se aproximando, o som começava a ficar mais denso. Definitivamente é um saldo positivo para esse aspecto.

The Quarry

Pra finalizar, posso afirmar sem sombra de dúvida que The Quarry é “a menina dos olhos” para qualquer fã de produções de terror/horror. Ele evoca toda aquela atmosfera espiritual que Until Dawn proporcionou e o solidificou como referência. O game apresenta uma história bacana, com protagonistas e antagonistas interessantíssimos, uma dublagem em Português Brasileiro impecável, cheia de gírias e sacadas bem colocadas, com mecânicas já conhecidas levemente moduladas que funcionam bem para quem tá com o controle. É uma aquisição certeira, caso você tenha o salgado valor pedido para desembolsar.

The Quarry

9.3

Nota

9.3/10

Positivos

  • Gráficos impecáveis
  • Dublagem
  • Trilha sonora

Negativos

  • Apresentação de comandos confusa na tela
  • Preço

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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